29 de novembro, 2007



O  20º Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, da iniciativa e organização da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, decorreu em Fátima, entre os dias 26 e 29 de Novembro, no Centro Pastoral Paulo VI, e congregou a participação de mais de 600 pessoas vindas de todo o país.
Apresentam-se neste espaço as Conclusões, da responsabilidade da organização do Encontro.

Conclusões
1. Em Fevereiro de 2007, no 2º. Congresso Nacional da Pastoral da Saúde, ficou clara a necessidade de apoiar a vida humana, no seu início, através de Centros de Vida, e no seu termo, por meio de unidades de cuidados continuados e paliativos. Também se compreendeu que só uma relação estreita entre o Estado / Ministério da Saúde e a Sociedade Civil / Igreja Católica e Organizações não Governamentais pode responder às necessidades concretas dos cidadãos.
2. A 10 de Novembro último, o Papa Bento XVI exortava os Bispos a uma renovação constante da Igreja, indicando como grandes linhas de orientação: a participação de todos na vida comunitária, a dinâmica da comunhão fraterna, a necessidade de novos modelos de organização, e a mudança de mentalidade, segundo o espírito do Vaticano II.
3. Além disso os cidadãos na Sociedade Portuguesa e no que à Saúde diz respeito:
- Sentem hoje a necessidade de maiores apoios no campo da natalidade, da educação da sexualidade, do acompanhamento da adolescência e de tantos outros aspectos relacionados com o início da vida.
- Também desejam  que os idosos doentes tal como os doentes em fase terminal tenham os apoios que lhes garantam maior qualidade de vida, em todas as etapas e até ao fim.
- E sentem ainda que passa por uma relação responsável entre as estruturas de saúde do Estado e as diversas organizações da Igreja que estão no terreno a descoberta das respostas mais eficazes no acompanhamento das pessoas cujos problemas urge  serem resolvidos.
Tendo em atenção estes parâmetros, os participantes no XX Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, como conclusões na procura das Boas Práticas no Serviço à Pessoa,
1. Pedem à Igreja um envolvimento prático na saúde das pessoas através de:
a) Centros de Vida, a criar em todas as Dioceses, com as valências indispensáveis para assegurar a defesa e a promoção da vida, desde o seu início. Estes centros devem ser de apoio incondicional à maternidade, em todas as situações, da educação dos adolescentes e jovens na sua vida afectivo sexual, de acompanhamento dos jovens casais nas decisões de uma paternidade responsável, de tratamento da infertilidade e de tantos outros problemas que reclamam ajudas específicas, no respeito pela liberdade de cada um.
Estes centros deverão ter equipas pluridisciplinares, suficientemente preparadas para responder aos pedidos que venham a ser-lhes colocados, assegurando uma vida com mais qualidade.
b) Unidades de cuidados continuados a conseguir pela conversão de lares e residências de idosos que, se apoiados nesse sentido, podem transformar-se completamente, evitando serem apenas lugares de internamento que asseguram o básico para passarem a ser autênticas comunidades de vida em que se assegura e respeita plenamente a dignidade dos seus utentes.
Estas unidades poderão ter um quadro técnico e um quadro de voluntários que, formados especificamente e organizados de forma responsável, podem corresponder às expectativas de um acompanhamento de qualidade em situações de doença crónica, velhice e fim de vida.
c) Estruturas de organização a assegurar por cada Comissão Diocesana da Pastoral da Saúde em trabalho conjunto com a Caritas Diocesana, as direcções da Pastoral Social e outros organismos de serviço à comunidade. O âmbito destas estruturas pode ter como referência a pastoral da cidade, ou a acção da vigararia com actividade inter-paroquial, considerando também o trabalho das IPSS já existentes. Isto corresponde ao desejo de Bento XVI no que se refere à participação de todos na vida da Igreja e aos novos modelos de organização.
2. Pedem ao Estado, sobretudo através dos Ministérios da Saúde e do Trabalho e Solidariedade Social:
a) A cooperação permanente, com a aprovação dos diversos projectos surgidos no âmbito da saúde, a partir da Igreja e a comparticipação do respectivo programa de cada projecto.
b) A aceitação da criatividade e da real dimensão da obra social da Igreja Católica, com grande repercussão na área da saúde, sabendo que esta é uma dimensão da sua missão de que não pode abdicar em circunstância alguma.
c) O desafio da proximidade na arte de cuidar como critério de definição e organização de toda a actividade no campo da saúde. Uma rede de cuidados de proximidade torna-se essencial.
d) A consciência mais efectiva do seu dever de suportar a actividade social emergente da sociedade civil, na qual se destaca o papel da Igreja Católica, respeitando as leis vigentes e os acordos celebrados e abrindo-se a novas iniciativas.
e) O diálogo social que integre todos os agentes que possam colaborar na promoção de uma cultura da vida e da solidariedade.
f) O reconhecimento consequente da espiritualidade como elemento indispensável a uma consideração integral da condição humana na sua dignidade e liberdade.
g) Um novo humanismo que assuma os valores éticos fundamentais da nossa história e recriem novas concretizações adequadas às exigências do séc. XXI, nas respostas a oferecer a todos os que se vêem atingidos por qualquer carência de vida. Um novo humanismo que seja a fonte das Boas Práticas no Serviço à Pessoa.

 
 
INFORMAÇÃO DE ARQUIVO:
 
Notícia Agência Ecclesia (2007.11.26):
 Igreja quer criar Centros de Apoio à Vida 
 
O Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde defendeu hoje que a Igreja "tem de criar centros de apoio à vida que acolham as pessoas (caso de uma mãe solteira, uma adolescente que engravidou, um casal que tem relações de família difíceis, famílias que entram em conflitos e os doentes terminais)”.
Estes Centros são projectos que incluem na mesma instituição todas as componentes ao nível da saúde, psicologia, espiritualidade e apoio religioso para cada pessoa.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o Pe. Vítor Feytor Pinto referiu que “a Igreja não se deve limitar a dizer os pontos éticos, mas deve intervir directamente na ajuda às pessoas”. E acrescenta: “Não queremos mais teorias, mas precisamos de descer à acção”.
Este responsável falava à margem do início dos trabalhos do XX Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, a decorrer em Fátima, até 29 de Novembro.
Subordinado ao tema «Boas práticas no Serviço à Pessoa», este encontro congrega cerca de 600 participantes que irão reflectir sobre: “Como reage a Igreja às situações suscitadas pela prática da Interrupção Voluntária da Gravidez?”; “Como acompanha a Igreja os doentes em fase terminal, com cuidados continuados e cuidados paliativos?”; “Como se relacionam a Igreja e o Estado, nas várias questões da saúde, no atendimento à pessoa doente?” e “Será possível criar uma rede que envolva serviços da Igreja e do Estado?”.
O Pe. Feytor Pinto lembra que a Igreja já possui alguns Centros de Apoio à Vida (Braga, Ermesinde e Vila Real), mas refere que “estão muito colados ao problema do nascimento”. Alargar esta perspectiva é uma das prioridades.
“Estes devem destinar-se a todas as faixas etárias, mas privilegiando o início e o termo da vida” – afirma o Pe. Feytor Pinto. Com representantes de todas as dioceses no Encontro da Pastoral da Saúde, “iremos pedir a cada diocese que se estruture e como pode desenvolver a acção”.
O cidadão não pode estar compartimentado porque “ele é da Igreja, do Estado e da sociedade civil” – sublinhou o Pe. Vítor Feytor Pinto. E aconselha: “Temos de dar as mãos porque é por aqui que passam as boas práticas”.
Numa sociedade com várias lacunas, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde quer elaborar "linhas de orientação para actuarem nestes centros”.
As relações Igreja/Estado atravessam alguns problemas. “A partir deles vamos dialogar para resolvermos todas as coisas” – frisou o Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde. No entanto aconselha: “não deve haver más intenções da parte de nenhum negociador”. O ambiente “positivo” entre as pessoas “é fundamental”. E finaliza: “é preciso que o laicado intervenha na vida comunitária”.
Já o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social reafirmou o empenho da Igreja católica no apoio às famílias e a mães em dificuldades para evitar o aumento do número de abortos, no âmbito da actual legislação.
"Queremos que continue a ser possível nascer em Portugal, mas isso tem sido muito difícil", justificou D. José Alves, citado pela agência Lusa. Nesse sentido, a Igreja tem vindo a dinamizar instituições espalhadas por todo o país vocacionadas para "apoiar as mães solteiras ou adolescentes grávidas que não têm apoio da própria família".
"O caminho ideal seria que cada pai e cada mãe tivesse condições para educar os seus filhos com aquele mínimo necessário para os ajudar a crescer e desenvolver-se", defendeu D. José Alves.
 
Boletim Informativo 147/2007 da Sala de Imprensa do Santuário de Fátima (2007.11.09):

“Boas práticas no serviço à pessoa” é o tema da 20ª edição do Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, da iniciativa e organização da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, que decorre no Centro Pastoral Paulo VI, no Santuário de Fátima, de 26 a 29 de Novembro de 2007.
De acordo com a organização, o encontro deste ano propõe-se trabalhar para três grandes objectivos. Preparar as comunidades cristãs para criarem centros de apoio à vida que complementem a acção dos serviços de saúde no campo da educação e da sexualidade e no acompanhamento no tempo da maternidade conseguida; procurar que muitos lares e residências de idosos se convertam em verdadeiros lugares de cuidados continuados e estabelecer pontes entre as comunidades cristãs e os centros de saúde ou outras unidades de serviço às pessoas são as principais metas do Encontro.
“É necessário que a Igreja adquira novas práticas de intervenção pastoral no que à saúde diz respeito, quer no início da vida, quer no seu termo, sem deixar de criar laços com todas as estruturas que servem, no terreno, as populações”, considera o Padre Feytor Pinto, Coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, na nota de apresentação do 20º Encontro.
Na mensagem aos participantes, D. José Alves, Bispo de Portalegre-Castelo Branco e Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, levanta as primeiras interrogações que irão ser objecto de reflexão durante o Encontro. “Fala-se muito de boas práticas. Em quase todas as áreas de intervenção humana ouvimos falar delas. E, afinal, quais são essas boas práticas, em cada caso concreto? Como se definem? As tradicionais, as últimas a serem implementadas, as mais complicadas, as mais simples, as possíveis em cada caso, as impostas por determinação legal, as mais sofisticadas, as mais conhecidas, as que ainda ninguém usou? Não é fácil encontrar resposta a todas estas questões, mas não podemos deixar de as levantar, quando o objectivo final é o serviço da pessoa humana.”

Programa do Encontro e contactos com a organização em: http://www.pastoraldasaude.pt
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