13 de junho, 2020

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VOLTÁMOS A CASA!

 

Que alegria, meu Deus. Que emoção podermos voltar a celebrar em comunidade, podermos comungar, podermos entrar na casa do Pai. E da Mãe.

Este tempo, que ficará para a História como o “grande confinamento”, privou-nos de muita coisa, mas também nos ensinou muito.

Atravessámos uma quarentena global e continuamos a manter a distância física e social, mas nada disto nos impediu de nos fazermos próximos uns dos outros nem de sairmos de nós mesmos. Muito pelo contrário!

Os exemplos de entreajuda, as iniciativas humanitárias, as ações de emergência para alimentar, apoiar, abrigar e cuidar dos mais vulneráveis sucederam-se. Os testemunhos interpeladores, transformadores e contagiantes multiplicaram-se em todas as latitudes.

Num tempo em que o mundo inteiro foi obrigado a recolher-se em casa e a abrandar, numa altura em que os frágeis, os isolados e os pobres ficaram ainda mais pobres, mais sozinhos e mais frágeis, poderíamos ter desanimado e baixado os braços, mas o que se viu foram incontáveis correntes do Bem.

Nunca como até aqui nos tínhamos dado conta do peso da palavra ‘apartamento’, mas foi este apartamento imposto, este afastamento imperativo, que nos obrigou a refletir e a sair de nós mesmos. Não ficámos fechados nem alheios. Demos passos e fomos ao encontro, mesmo sabendo que os nossos passos e as possibilidades de encontro eram escassos e virtuais. Virtuais, mas nem por isso menos reais e sentidos.

Sabemos que este tempo e todas estas vivências têm sido uma extraordinária lição para quem vive de coração aberto, mas também sabemos que tudo se pode conjugar de forma negativa. E se os exemplos do Bem se multiplicaram e nos inspiraram, as correntes do mal e as ações dos perversos também nos assustaram e fizeram refletir.

Haverá sempre quem se aproveite da miséria alheia para explorar, para maltratar ou até para obter lucros. Sabemos isto, mas também passámos a estar mais alerta, mais atentos e mais disponíveis para denunciar.

Num tempo de confinamento e recolhimento, as vítimas ficaram mais desprotegidas e à mercê dos seus agressores e quem mora com o inimigo também ficou mais sozinho e exposto à violência doméstica, aos maus tratos físicos e psicológicos. Porque sabemos tudo isto ficámos mais conscientes e despertos para ajudar os que sofrem. Para sermos criativos nas maneiras como nos fazemos próximos.

Neste tempo de provação deixou de ser possível ficar indiferente e cada um é obrigado a refletir e a decidir de que lado quer estar. Como quer viver a sua vida agora e no futuro.

Nós, crentes, ficámos privados de ir à Igreja, de participar em celebrações presenciais e de comungar, mas nada nem ninguém nos impediu de rezar, de assistir diariamente à Eucaristia e de comungar espiritualmente. Mais, esta provação levou-nos a encher as praças vazias, os templos desertos em celebrações maiores. Acredito que o Papa se sentiu rodeado de fiéis de todo o mundo quando celebrou a Páscoa e tenho a certeza de que o recinto de Fátima recebeu uma multidão ainda maior no 13 de Maio.

Agora, que voltámos a poder ir à Missa, percebemos ainda melhor a falta que nos fazem os sacramentos da comunhão e da reconciliação, entre outros. Voltar a uma casa onde fomos felizes, onde temos raízes e memórias faz-nos sempre ficar comovidos. Também esta volta às Igrejas e templos nos enche de alegria. Fazia-nos muita falta poder estar na casa do Pai, com a Mãe.

 

Laurinda Alves, Jornalista, escritora, tradutora e professora universitária de Comunicação, Liderança, e Ética

(In Voz da Fátima, Ano 098, N.º 1173, 13 de junho 2020) 

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