03 de fevereiro, 2015
O maior presente de Deus que recebemos este ano Terminou no passado dia 2 de fevereiro, Festa da Apresentação do Senhor, a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima às Comunidades Contemplativas de Portugal. A visita fez-se com a primeira imagem da Virgem Peregrina, que desde 1947 já percorreu o mundo por diversas vezes e cujas viagens foram sempre relatadas como acontecimentos extraordinários, de multidões imensas, de júbilo, de lágrimas, de conversão. Pelos testemunhos recebidos e pelo que pudemos presenciar, esta visita foi também um acontecimento excecional. Esta iniciativa do Santuário teve por objetivo envolver as Comunidades Contemplativas na celebração do Centenário das Aparições de Fátima, pedir-lhes a oração pelo bom fruto espiritual das várias atividades de preparação e celebração do mesmo Centenário, de modo especial pelo bom resultado da visita da Imagem Peregrina às dioceses de Portugal, a realizar de maio de 2015 a maio de 2016. A visita teve início no dia 12 de maio de 2014 e terminou, conforme já referido, no dia 2 de fevereiro de 2015. Neste período, foram visitadas as 35 comunidades de clausura existentes em Portugal, pela seguinte ordem: Carmelo de S. José, Fátima; Mosteiro de N.ª Sr.ª do Rosário, Fátima; Mosteiro Pio XII, Fátima; Mosteiro da Imaculada Conceição, Santarém; Filhas da Igreja, Fátima; Mosteiro de N.ª Sr.ª da Boa Esperança, Montalvo; Mosteiro do SS.mo Sacramento, Sintra; Mosteiro do Sagrado Coração de Jesus, Alcabideche; Mosteiro de N.ª Sr.ª do Rosário, Couço; Mosteiro do Imaculado Coração de Maria, Lisboa; Mosteiro de N.ª Sr.ª Vestida do Sol, Sesimbra; Cartuxa Santa Maria Scala Coeli, Évora; Mosteiro de N.ª Sr.ª da Boa Nova, Torrão; Carmelo de N.ª Sr.ª Rainha do Mundo, Faro; Mosteiro da Imaculada Conceição, Campo Maior; Carmelo de São Nuno de Santa Maria, Crato; Carmelo da Santíssima Trindade, Guarda; Carmelo da Sagrada Família, Torre de Moncorvo; Carmelo de Santa Teresinha, Viana do Castelo; Carmelo da Imaculada Conceição, Braga; Mosteiro da Visitação de Santa Maria, Braga; Mosteiro de S. Francisco de As- sis, V. N. de Famalicão; Mosteiro de S. José, Vila das Aves; Mosteiro da Visitação, Vila das Aves; Mosteiro de Santa Escolástica, Roriz; Mosteiro de Santa Beatriz da Silva, Viseu; Mosteiro de N.ª Sr.ª da Eucaristia, Lamego; Mosteiro do Coração Imaculado de Maria, Carvalhosa; Carmelo de Cristo Redentor, Aveiro; Carmelo de Santa Teresa, Coimbra; Mosteiro do SS.mo Sacramento, Louriçal; Mosteiro da Visitação, Batalha; Mosteiro de Santa Clara e do SS.mo Sacramento, Monte Real; Mosteiro de S. Bento de Singeverga, Roriz; e Carmelo do Sagrado Coração de Jesus, Beja. No total, a Imagem Peregrina percorreu 3.582 quilómetros. O itinerário foi estabelecido com base na proximidade dos mosteiros, mas procurou-se também atender a alguns pedidos especiais que foram apresentados pelas próprias comunidades. A imagem esteve uma semana em cada comunidade, com chegada e partida à segunda-feira. Houve apenas duas paragens, por altura das festas natalícias e numa outra ocasião. Nessas alturas, a imagem foi recolhida para o Santuário de Fátima. O transporte, a entrega e a recolha da imagem em todas as comunidades foi sempre da responsabilidade do Santuário de Fátima. Quando lhe foi possível, o reitor, P. Carlos Cabecinhas, acompanhou a delegação. Numa ou noutra ocasião, participaram também o P. Vítor Coutinho, vice-reitor, Marco Daniel Duarte, diretor do Serviço de Estudos e Difusão, Leopoldina Simões, responsável do Centro de Comunicação Social, Ana Rita Santos, da secção de Arte e Património, Rui Mendes, da Reitoria, e Luís Oliveira, da secção de Arquivo Audiovisual. Na maioria das vezes, a comitiva foi constituída pela Ir. Ângela Coelho, da Postulação dos Videntes, António Valinho, secretário da Reitoria, André Silva, responsável da secção de Vigilantes-Sacristães, e José Vieira, motorista do Santuário. Os momentos da receção e despedida da imagem foram vividos com grande emoção e alegria. Muitas das vezes, as religiosas vinham receber a imagem logo à entrada da comunidade, de onde se partia, em cortejo e com cânticos de boas vindas, até ao local onde ela era entronizada. Nalguns casos, a entrada e os corredores de passagem foram esmeradamente preparados, com pétalas de flores, velinhas acesas e outros elementos festivos. A colocação da imagem, quase sempre no coro da capela ou na sala do capítulo, era feita com solenidade. Em algumas comunidades, a imagem foi colocada em lugares que permitissem uma visita mais frequente, de noite e de dia, “onde pudéssemos constantemente dar-lhe um beijinho”. As comunidades prepararam uma celebração de acolhimento, com cânticos de louvor à Virgem e orações. O cântico do Magnificat foi quase sempre entoado, querendo as comunidades com isso partilhar com Maria Santíssima um grande louvor a Deus, num momento de júbilo e de profunda gratidão. Para o adeus, as comunidades prepararam também uma celebração, em que quase sempre pediram a bênção maternal de Nossa Senhora: Dai-nos a bênção, ó Virgem Mãe... Por vezes, no momento da deposição da imagem e da sua colocação no respetivo estojo, lágrimas brotaram dos olhos de algumas irmãs, reveladoras do quanto foi importante e sentida a presença da Mãe Santíssima junto delas e dos sentimentos de saudade que habitualmente nos invadem nos momentos da despedida. Algumas, como que a quererem perpetuar a visita, acompanharam a imagem até à viatura de transporte e, a exemplo do que se faz na Cova da Iria, despediram-se acenando lenços brancos e cantando: Ó Fátima, adeus! Virgem Mãe, adeus! Os testemunhos que as comunidades têm enviado para o Santuário de Fátima são todos muito positivos, reveladores de sentimentos de grande júbilo e gratidão pela oportunidade concedida. O sentimento geral pode muito bem traduzir-se na frase que foi proferida no final da visita a uma das comunidades: «Este foi o maior presente de Deus que recebemos este ano». O objetivo da visita foi também plenamente alcançado, conforme nos foi dito: “rezámos e continuamos a rezar pelo Santuário de Fátima, pelos seus peregrinos e pelos seus responsáveis, pelo bom resultado de todas as suas atividades, nomeadamente as do Centenário das Aparições e particularmente pela visita da Virgem Peregrina às dioceses de Portugal”. Para os membros da comitiva que acompanharam a visita, este acontecimento foi igualmente importante e singular, de alegria, de gratidão, de paz, de maior proximidade com a Mensagem de Fátima… Todos eles guardam na memória episódios que marcaram aqueles dias. Pessoalmente, vivi com profunda emoção a passagem pelo Carmelo de Coimbra, a entrada na cela da Irmã Lúcia, onde a Celeste Peregrina ficou os oito dias, n´«esse cantinho da casa de tanta intimidade entre a Pastorinha e a Mãe», estar diante do seu leito, donde partiu para Deus. No regresso ao Santuário de Fátima, no dia 2 de fevereiro, a imagem foi levada à Capelinha das Aparições, onde lhe foi dedicada uma breve celebração de acolhimento, inserida na recitação do rosário das 21:30. António Valinho |