25 de fevereiro, 2017
Visita do Papa Francisco “é um momento de graça e uma significativa experiência cristã para a Igreja em Portugal e, de modo particular, para a nossa diocese”, diz D. António MartoMensagem para a Quaresma apela a uma peregrinação expressiva dos diocesanos a Fátima em maio
Na Mensagem para a Quaresma, que se inicia na próxima quarta feira, com a celebração de imposição de cinzas, o Bispo de Leiria-Fátima exorta os diocesanos a peregrinarem a Fátima neste ano do centenário das Aparições e a juntarem-se ao Papa Francisco, em maio. “Esta peregrinação põe em evidência como de Fátima irradia para todo o mundo uma mensagem de misericórdia, de esperança e de paz, que temos vindo a aprofundar ao longo deste ano pastoral sob o lema- O meu Imaculado Coração conduzir-vos-á até Deus-. À mensagem respondemos em atitude de conversão do coração e da vida no itinerário quaresmal”, diz o prelado. “Queremos viver a visita do Santo Padre como um momento de graça e uma significativa experiência cristã para a Igreja em Portugal e, de modo particular, para a nossa diocese” acrescenta D. António Marto. “Desde já apelo, de todo o coração, a todos os diocesanos para que nesses dias peregrinem a Fátima para viver esta experiência ao vivo com o Papa Francisco, para o acolher com o calor do nosso afeto e para manifestar aquele amor ao Papa que é uma dimensão profunda da mensagem de Fátima e do catolicismo português”, refere. Na Mensagem dirigida a todos os diocesanos, D. António Marto refere a Quaresma como “um tempo forte de graça oferecida por Deus à sua Igreja e de conversão em cada um de nós e na comunidade cristã. Todos temos necessidade de nos aperfeiçoar, de melhorar e progredir na nossa vivência cristã, mediante maior aproximação a Deus, mais confiante adesão ao evangelho e maior abertura de coração aos irmãos”. O bispo de Leiria-Fátima exorta os diocesanos a serem capazes de aproveitar este tempo para “abrirem o coração aos irmãos necessitados através de ações concretas”. Inspirado pela mensagem quaresmal do Papa Francisco, centrada na conhecida parábola evangélica do pobre Lázaro e do rico avarento, lembra que no mundo atual, os cristãos devem combater a cultura da indiferença e do descarte, regressando a Deus e consequentemente ao outro, que lhes está mais próximo. “Em relação ao próximo corremos o risco de nos fecharmos, de não o vermos, tal como o rico da parábola, por avareza do dinheiro, pelo comodismo, pela vaidade ou soberba” refere o prelado deixando algumas interpelações. “Quais os obstáculos que fecham as portas do nosso coração ao irmão necessitado? Não está presente hoje uma certa cultura da indiferença (que me importa o outro?) e do descarte face àqueles que não nos são úteis?” refere o bispo de Leiria-Fátima apelando à abertura ao próximo. “Na Quaresma somos chamados a abrir o nosso coração aos irmãos necessitados através de ações concretas” destaca exemplificando com dois projetos diocesanos que, na sua opinião, devem merecer a adesão dos cristãos, nomeadamente o Serviço de Apoio à Maternidade em dificuldade e o apoio aos refugiados “que fogem da guerra e da miséria à busca de pão e trabalho, de liberdade e dignidade e que não são acolhidos como deveriam ser”. “A Palavra de Deus permite-nos olhar os outros com o olhar de Cristo e com as entranhas de misericórdia do Pai. Mas é também força viva e eficaz que suscita a transformação do coração e o orienta de novo para Deus” prossegue o prelado. “Corremos o risco de nos habituar a uma sociedade que pretende viver sem Deus e já “não tem ouvido para a música de Deus” (Max Weber). Oxalá o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, para sermos purificados do pecado que nos cega”, adianta ainda. Na mensagem para a Quaresma D. António Marto esclarece que a coleta da renúncia na diocese será canalizada, através da Caritas nacional, para a ajuda aos refugiados na Grécia ou noutros países, onde vivem em condições de miséria. |