04 de dezembro, 2016

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Vice-reitor do Santuário de Fátima propõe um Natal livre “das campanhas comerciais”

O Pe. Vitor Coutinho destacou a importância da conversão para que a esperança “tenha um rosto”

 

O vice-reitor do Santuário de Fátima disse este domingo, na homilia que proferiu na Missa dominical da Basílica da Santíssima Trindade, que a preparação para o Natal exige uma “conversão interior” que rejeite “campanhas comerciais” e valorize o “acolhimento” e a “esperança com rosto ao invés de uma esperança vaga, fundada numa convicção”.

“A grande novidade da nossa esperança (da esperança cristã) é que ela tem um rosto”, disse sublinhando que ”é neste sentido que nós, homens e mulheres batizados, somos pessoas de esperança a viver uma vida cheia de sentido, cientes de que a plenitude da vida está diante de nós e não atrás” realçou, perante milhares de peregrinos reunidos para a tradicional missa dominical no Santuário da Cova da Iria.

O Pe. Vitor Coutinho observou que com o nascimento de Jesus em Belém, é o próprio Deus que faz morada no meio de nós para nos propor uma verdadeira conversão que significa “uma mudança de atitude, de vida, sem negociações ou condições prévias”.

E, para além da alegria exterior que este acontecimento produz é preciso “mudar o coração de forma a aceitarmos este Deus”.

O sacerdote repetiu esta ideia, convidando os peregrinos a uma verdadeira mudança de vida, isto é, a “converterem-se todos os dias, a começar por esta celebração”.

“Vivemos um tempo em que as sociedades do nosso mundo parecem não garantir futuros esperançosos; não sabemos como desenvolver uma economia que satisfaça as necessidades de todos” referiu o Pe Vitor Coutinho destacando as “ameaças à paz” e a “degradação dos recursos naturais “que não tem fim à vista.

Por isso, deixou um alerta para que não se criem ilusões com os ídolos propostos por esta sociedade de hoje.

“Enquanto as sociedades humanas nos propõem sonhos, a palavra de Deus propõe-nos ideias e a fé oferece-nos perspetivas de vida; as ideologias propõem utopias; e Deus propõe-nos metas inspiradoras” frisou.

“Esta é a grande diferença;  por isso a esperança cristã é diferente da esperança mundana e neste tempo que vivemos, marcado por tanta falta de esperança precisamos também nós de viver mais este tempo de Advento”, concluiu.

Falando no segundo domingo do Advento, o tempo litúrgico de quatro semanas com que a Igreja Católica prepara o Natal, o vice-reitor do Santuário de Fátima, que presidiu à celebração, disse que a mensagem destes dias se centra num “anúncio feliz” do Reino de Deus que já está “no meio da humanidade”, e essa é a “mensagem central” da missão cristã.

“Precisamos do advento para que o presente tenha sentido. Advento é mais do que espera; o Advento é a celebração da vinda de Deus que  nos dispomos a acolher porque já está no meio de nós”.

Este domingo no Santuário fizeram-se anunciar dois grupos de Portugal e de Espanha.

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