29 de maio, 2016
Vice-reitor deu as boas vindas à segunda peregrinação nacional da comunidade surda ao Santuário de FátimaIniciativa envolveu mais de duas centenas de peregrinos
O Santuário de Fátima acolheu este domingo a segunda peregrinação nacional da comunidade surda, em colaboração com as Irmãs da Aliança de Santa Maria e o Grupo de Intérpretes de língua gestual portuguesa que colabora com o Santuário. Cerca de 200 peregrinos foram acolhidos no Centro Pastoral de Paulo VI pelo vice-reitor do Santuário, Pe Vitor Coutinho, que deu as boas vindas lembrando que o símbolo do Centenário das Aparições é um coração que nos remete para uma ideia essencial: “no coração de Deus todos temos lugar” independentemente da linguagem ou da língua falada. O sacerdote deixou o apelo que se crie “a tradição de vir a Fátima” porque este “é um espaço que todos acolhe”. “Alguns vêm para ouvir os sons de Fátima. Eu penso que alguns desses sons só serão ouvidos por vós pois é no verdadeiro silêncio que se consegue ouvi-los”. Esta peregrinação, que acontece pelo segundo ano consecutivo , resultou da necessidade de criar “um dia específico com uma comunidade que vem com regularidade ao Santuário mas de forma individual”, disse Joana Sousa, da equipa de intérpretes de Língua Gestual Portuguesa, à sala de imprensa do Santuário de Fátima. “É uma comunidade que vive à parte porque a mensagem não chega na sua língua e hoje registamos que há muitas pessoas idosas que vivem a sua fé mas à sua maneira e que têm sede de receber a mensagem e de a receber de quem sabe”, refere a intérprete sublinhando que as experiências “têm sido muito positivas”. O dia começou com uma catequese a partir de trabalhos de grupo, orientados pelas Irmãs da Aliança de Santa Maria, centrada nas Aparições do Anjo, cujo centenário se assinala este ano. “Vamos explicar-lhes a noção de sacrifício, a importância da oração e da Eucaristia e mostrar-lhes como é que podem, apesar das suas limitações físicas e a partir do seu mundo, experimentar uma verdadeira intimidade com Jesus” referiu, por seu lado, à Sala de Imprensa do Santuário a ir. Marta Mendes. A religiosa lembra, de resto, que a Mensagem de Fátima “é muito acessível”. “A Irmã Lúcia no final da aparição de maio afirma que nós percebemos o quanto Deus nos ama e o quanto quer ser amado por nós. Isto é uma experiência aberta a todos e aqui vê-se o trabalho da graça de Deus”, refere ainda a religiosa, lembrando que Francisco também não ouvia nem falava com Nossa Senhora e, no entanto, foi ele que desenvolveu uma dimensão contemplativa ao ponto de assumir a dor de Deus, “o que é preciso um grau de intimidade enorme com Ele”. Por isso, conclui, a “Mensagem oferece um leque muito grande de possibilidades, a pessoas cultas e não cultas, com mais ou menos deficiência, de fazerem a experiência de Deus através de Nossa Senhora”. Todos estes “conceitos” foram explicados a partir de exemplos concretos da vida de cada um, “o que torna tudo mais fácil” referiu ainda a ir. Marta Mendes. O programa da peregrinação nacional teve início às 10h30 com o acolhimento no Centro Pastoral de Paulo VI, seguindo-se uma atividade lúdico-formativa sobre a Mensagem de Fátima. Às 12h30 houve um almoço partilhado no Albergue de Peregrinos a pé e às 14h30, na Capelinha das Aparições, é feito um momento de saudação a Nossa Senhora. O programa termina às 15h00 com a missa, com interpretação em Língua Gestual Portuguesa na Basílica da Santíssima Trindade, como é habitual todas as semanas. A primeira peregrinação da comunidade surda ocorreu em setembro de 2015 e contou com cerca de três dezenas de surdos, que participaram em várias iniciativas propostas. A primeira Missa com interpretação gestual no Santuário foi celebrada em maio de 2013, de forma a proporcionar as melhores condições àqueles que têm necessidades especiais. (notícia alterada às 16h00 do dia 31 de maio)
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