15 de outubro, 2020

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“Vestida de Branco” - Exposição temporária sobre a primeira Imagem de Nossa Senhora de Fátima chega hoje ao fim

A exposição, que reúne as mais belas imagens da Virgem, recebeu mais de 100 mil visitantes, apesar de ter estado encerrada três meses por causa da pandemia

 

A exposição temporária do Museu do santuário de Fátima que assinala e celebra o centenário da primeira escultura de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que se venera na Capelinha das Aparições- “Vestida de Branco”- termina esta tarde, às 18h00.

A mostra, que reúne as mais belas imagens da Virgem Maria, numa reflexão sobre a relação entre a arte e a devoção, registou 101 702 visitas, embora tenha estado encerrada durante 3 dos 11 meses previstos para a sua exibição.

“A exposição `Vestida de Branco´ foi, entre as exposições que o Museu do Santuário de Fátima levou a cabo, a que mais interesse gerou por parte dos peregrinos de Fátima e também por parte da comunidade científica, porquanto nela procurámos evidenciar, a partir das melhores obras de arte mariana, as diferentes formas de representar a Virgem Maria, sublinhando a nova iconografia que surgiu, em 1920, com a Imagem que se venera na Capelinha das Aparições” afirmou Marco Daniel Duarte, comissário da Exposição e Diretor do Museu do Santuário, em jeito de balanço, em declarações à Sala de Imprensa do Santuário. 

Dezembro de 2019 (mês de abertura), com 20.377 visitantes; agosto de 2020  com 18.190 e fevereiro(mês que precedeu o encerramento devido às regras sanitárias decorrentes da Covid-19) com 15.978 visitantes foram os meses que registaram maior afluência de visitas. Destaque-se que esta exposição foi a que registou, por outro lado, o maior número médio de presenças nas visitas temáticas que, de maio a outubro, são organizadas com o intuito de aprofundar alguns dos núcleos temáticos das exposições temporárias. Este ano, devido ao contexto já referido as visitas iniciaram-se apenas em julho e, por isso, só foram realizadas quatro visitas, que registaram uma afluência média de 90 pessoas, em cada sessão.

“Fruto de um trabalho que envolveu várias equipas interdisciplinares, a exposição mereceu também muitos ecos da comunicação social, mostrando-se meio de comunicação por excelência para apresentar os conteúdos da história e da mensagem de Fátima a partir da via da beleza”, referiu ainda Marco Daniel Duarte sublinhando, por outro lado, a disponibilização de um catálogo, que está à venda nas lojas do Santuário, permitindo assim perpetuar o aprofundamento dos conhecimentos sobre temas explanados nos núcleos.

O título desta exposição proveio da descrição de Nossa Senhora feita por Lúcia de Jesus ao padre Manuel Nunes Formigão e padre Manuel Marques dos Santos, a 8 de julho de 1924, onde a vidente, à pergunta sobre “como estava vestida a Senhora”, responde que “estava vestida de branco”. É a partir deste interrogatório, e da ideia de ícone à escala mundial em que a primeira escultura de nossa Senhora de Fátima se tornou, que abre o preâmbulo da exposição e que derivam os restantes sete núcleos que a compõem.

No primeiro núcleo, oito esculturas de Nossa Senhora, esculpidas em Portugal e datadas entre o século XVI e a atualidade, apresentam uma síntese da figuração da Virgem Maria durante aquele período. Neste espaço, é evidenciado os cânones de beleza feminino que os artistas fixaram em cada representação da Virgem Maria.

Segue-se, no núcleo seguinte, a narrativa da imagem da Mãe de Deus, através da representação, em obras de arte, dos espaços e lugares mais marcantes da Sua vida, desde o seu nascimento à sua morte e Glória, no Céu, assumindo-se como centro de leitura a Cruz de Cristo.

A plasticidade da atualidade assume o foco no terceiro núcleo, onde importantes artistas contemporâneos portugueses foram desafiados a interpretar, a partir da sua estética pessoal, os símbolos da Virgem Mãe.

“As formas e as cores de novas iconografias” do quarto núcleo evidenciam a inovação estética com que Maria foi olhada ao longo dos tempos, através de representações escultóricas de Nossa Senhora de artistas como Clara Menéres e António Manuel Soares dos Reis. O núcleo inclui também criações artísticas que, pela sua estética, não foram aceites pelos fiéis, numa expressão da tensão entre a criação e a receção da obra de arte sacra.

A exposição centra-se na Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima a partir do quinto núcleo, onde é apresentado um percurso que vai desde a sua criação iconográfica, passando pela encomenda e fixação do modelo, a sua propagação pelo mundo e interpretação pelos artistas plásticos. Neste espaço, é apresentada a primeira pagela que circulou entre a multidão da Cova da Iria, a 13 de outubro de 1917, onde a Aparição é representada através de uma foto da Imagem de Nossa Senhora da Conceição, da Sé de Leiria, que também se encontra ali exposta.

É no quinto núcleo que se encontra uma redoma de vidro onde está representada, em tamanho real, uma foto com a Imagem de Nossa Senhora de Fátima que se venera na Capelinha das Aparições. É neste espaço que, na tarde de 13 de junho de 2020, data em que se assinala a chegada da Imagem no Santuário, os visitantes terão a oportunidade de admirar, de perto, a escultura que é um dos mais importantes ícones marianos atuais do catolicismo.

O penúltimo núcleo apresenta, através de diferentes representações da Virgem Maria, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima como paradigma da discussão acerca do diálogo entre a arte antiga e a arte contemporânea.

Na conclusão, são revelados os mitos, desafios e a herança da Imagem. Neste ponto, são mostrados os cuidados de conservação da escultura e demonstrado que o vigor da escultura criada em 1920 reside, sobretudo, na eficácia de fazer acontecer imagens que interessam ao mundo, entre as quais a imagem nupcial, da realeza, da proteção materna e da paz.

Na penúltima instalação da exposição, em frente a uma maqueta da escultura de Nossa Senhora dos Pastores, o visitante é convidado a experimentar sensorialmente a afirmação que o Papa Francisco proferiu na homilia na Cova da Iria a 13 de maio de 2017 de que Fátima é um “manto de Luz”, através da projeção da face no manto da maqueta.

Com esta nova exposição, o Santuário de Fátima assumiu, uma vez mais,  a linguagem da cultura dos museus e a via da beleza como uma das formas de transmissão dos conteúdos da mensagem de Fátima e da sua história.

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