11 de novembro, 2024

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“Uma vida entregue a Deus e partilhada com os irmãos é uma vida de sentido pleno”

Na missa dominical de 10 de novembro, na Basílica da Santíssima Trindade, o reitor do Santuário de Fátima destacou a vivência autêntica da fé face ao culto das aparências.  

 

A autenticidade na vivência da fé contraposta ao culto das aparências foi a análise proposta às consciências dos peregrinos e de cada um pelo reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, na missa de domingo, dia 10 de novembro, na Basílica da Santíssima Trindade.

Na homilia clarificou que a verdadeira fé não vive de aparências. Tal conclusão advém do episódio do Evangelho em que Jesus observa a “viúva” que oferta a partir do pouco que tem com “despojamento”, em dom de si e pelo bem de outros, por contraposição às atitudes dos escribas “que tudo faziam para serem vistos”, ou dos que “pretendiam mostrar a sua fé através de grandes ofertas a Deus”, mas sempre a partir “do que lhes sobrava, do supérfluo”.

“Jesus diz-nos que a verdadeira fé não vive de aparências. Nem depende de aplausos ou reconhecimento daqueles que nos cercam”, frisou o padre Carlos Cabecinhas. “A relação com Deus, diz Jesus, vive da autenticidade”. Salientou que Jesus reconheceu no gesto simples da viúva uma entrega radical e sem medida. Esse gesto, que tinha passado despercebido aos olhos dos demais, mostrou que “a vida de fé autêntica e o encontro com Deus manifestam-se em gestos simples e humildes, que podem passar completamente despercebidos aos olhos dos que estão ao nosso lado, mas que são sinceros, verdadeiros, e expressam entrega generosa e compromisso total com Deus”.
 

A vivência autêntica da fé eleva-se entre “meros exteriorismos” e “gestos teatrais”, pois “o verdadeiro crente é o que não vive centrado em si mesmo”. Pelo contrário, dispõe-se “à vontade de Deus, com humildade, generosidade e total confiança” e entende que “uma vida dedicada aos outros e posta ao serviço é sempre uma vida plena de sentido”. É esse “o exemplo que Jesus nos dá, através da sua própria vida”.


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Em seguida, lembrou que “é também esse o desafio que a mensagem de Fátima nos faz”, dado que, logo na primeira aparição na Cova da Iria, no mês de maio de 1917, Nossa Senhora perguntou aos Pastorinhos: “Quereis oferecer-vos a Deus?”. O que Nossa Senhora perguntou aos Pastorinhos foi se estariam dispostos a oferecerem-se, eles mesmos, a Deus. E desafiou as consciências: “frequentemente estamos dispostos a oferecer a Deus algo do que nos sobra, mas não estamos dispostos a oferecer a nossa vida”, ou a orientar a nossa vida à luz de Deus.

 

O presidente da celebração referiu o exemplo dos Santos Pastorinhos de Fátima como inspiração, como um “estímulo permanente” à configuração da vida dos crentes com Deus. “É a isto que o Evangelho de hoje nos desafia”, clarificou. “Porque uma vida entregue a Deus e uma vida partilhada com os irmãos é uma vida de sentido pleno”.

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