Uma joia e um jornal descodificaram Fátima, num encontro online

Uma joia e um jornal descodificaram Fátima, num encontro online

Primeira sessão do seminário online desCodificar Fátima apresentou sínteses sobre a coroa preciosa de Nossa Senhora de Fátima e o jornal centenário do Santuário.

Decorreu, esta noite, a primeira sessão da segunda edição do seminário online desCodificar Fátima. A proposta formativa, na qual estão inscritos 222 participantes, oriundos de diferentes partes do globo, foi dinamizada através da plataforma digital Zoom e teve como oradores o diretor do Departamento de Estudos do Santuário, Marco Daniel Duarte e a diretora do Gabinete de Comunicação do Santuário, Carmo Rodeia, que apresentaram sínteses sobre a coroa preciosa de Nossa Senhora de Fátima e o mensário oficial do Santuário “A Voz da Fátima”, respetivamente.

O diretor do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima deu início ao encontro, dando as boas-vindas aos participantes que seguiam esta primeira sessão desde: Portugal; Brasil; Moçambique; Espanha, Itália, República Checa; Suíça; Colômbia e Panamá. Após as introduções, Marco Daniel Duarte inaugurou o encontro com a primeira síntese da noite, onde apresentou a coroa preciosa da Imagem de Nossa Senhora de Fátima.

“Uma joia, uma relíquia e um relicário”

O orador começou por dar a conhecer a iniciativa popular que originou a ideia de coroar a escultura de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, num movimento que se seguiu a tentativas prévias de sacralização da Imagem, durante a década de 1920 e 1930, por meio de auréolas.

O itinerário que foi percorrido desde a iniciativa de recolha de joias para a coroa, em 1942, e a coroação efetiva da Imagem, em 1946, foi recordado, passo a passo, pelo diretor do Departamento de Estudos, com o recurso a recortes de notícias e documentos de arquivo, tais como: a folha de obra da coroa, elaborada pela Casa Leitão, que a produziu; fotos dos moldes utilizados pelos ourives e esboços da obra de joalheria.

Seguiu-se uma apresentação mais detalhada do tema em análise, onde foram esmiuçadas especificações técnicas e as partes constituintes da coroa, que apresenta uma ornamentação baseada na “linha genealógica do mundo régio”, onde estão incrustadas várias pedras preciosas: diamantes; ametistas; esmeraldas; pérolas; rubis ou granadas.

Marco Daniel Duarte falou ainda das coroas secundárias usadas diariamente na Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que foram oferecidas pelas Irmãs Doroteias, e daquela que é a “joia mais preciosa da coroa": a bala que atingiu o Papa João Paulo II, no atentado de 1981, em Roma, e que foi oferecida ao Santuário pelo próprio.

“Afinal, a Virgem Maria está coroada não apenas com joias, mas também com espinhos. Nesta coroa, estamos perante uma joia; uma relíquia, porque contacta com uma veneranda Imagem; e um relicário, porque toca a bala de São João Paulo II”, concluiu o primeiro orador da noite

“Um elo de ligação de Fátima com os crentes e o mundo”

Na segunda parte do encontro, Carmo Rodeia fez uma breve apresentação do jornal oficial do Santuário: “A Voz da Fátima”, que, no último ano, celebrou o seu centenário.

A responsável pelo gabinete de comunicação, na Cova da Iria, começou por qualificar a publicação como “um dos pilares do Santuário”, pelo facto de a mesma ter “acompanhado jornalisticamente o crescimento de Fátima e ajudado a estruturar o próprio culto de Fátima”. Para tal, a ordaora recorreu à primeira edição do jornal e ao seu estatuto editorial, elementos através dos quais apresentou os objetivos a que se propôs o mensário, desde a sua fundação, cinco anos após as aparições.

Seguidamente, a Carmo Rodeia lançou um olhar sobre as diferentes vozes que se foram lendo na Voz da Fátima. Referiu-se: aos leitores, que, desde cedo, colaboraram na dinamização do jornal; às vozes dos próprios videntes, plasmadas nos interrogatórios que foram publicados a partir de 1923; às vozes oficiais, sobretudo dos bispos, que surgem logo a partir de dezembro de 1922, com a publicação de uma carta e, posteriormente, com outros documentos e decretos; e à voz de Nossa Senhora, através da difusão do culto na Cova da Iria e no mundo.

Carmo Rodeia apresentou, depois, a identidade e a estrutura do jornal, percorrendo os diversos géneros de textos que foram assinados por um corpo redatorial composto por colaboradores internos e externos, que abordaram, ao longo dos últimos cem anos, temas transversais ao culto de Fátima e à construção do próprio espaço do Santuário: as viagens da Virgem Peregrina; o Papa; a mensagem de Fátima e a sua descodificação; a vida do Santuário e a vida da Igreja.

Na conclusão, a oradora deixou ainda uma referência aos suplementos dos Ano Santo e às edições em língua estrangeira do jornal; sublinhou também a estreita ligação do mensário ao Movimento da Mensagem de Fátima e apresentou o jornal na atualidade, dando a conhecer a crescente aposta do Santuário neste que é assumido como o seu órgão oficial e que “continua a ser o elo de ligação de Fátima com os crentes e o mundo”.

As despedidas foram formalizadas pelo diretor do Departamento de Estudos, que, para o aprofundamento dos temas abordados, sugeriu a leitura de duas obras editadas pelo Santuário: “Coroa Preciosa de Nossa Senhora de Fátima” e “O jornal "Voz da Fátima" - 100 anos a olhar o mundo”.

A próxima sessão deste seminário de temas sobre Fátima está agendada para 11 de janeiro, entre as 21h15 e as 22h15, e apresentará duas sínteses com os títulos: “A ritualidade da celebração da noite em Fátima” e “As obras de arte da Basílica da Santíssima Trindade”.

O webinar desCodificar Fátima, que decorre nas quartas-feiras de janeiro, pretende dar resposta a muitas interrogações que Fátima suscita junto dos peregrinos e investigadores, fazendo chegar os resultados da investigação científica sobre Fátima a diferentes públicos, em diversas geografias.