Último Encontro na Basílica do ano pastoral refletiu sobre a paz como "dom e promessa" que se forja no amor configurado a Deus

Último Encontro na Basílica do ano pastoral refletiu sobre a paz como "dom e promessa" que se forja no amor configurado a Deus

Conferência foi proferida por André Pereira, Diretor do Departamento de Acolhimento e Pastoral do Santuário de Fátima

O último `Encontro na Basílica´ deste ano pastoral decorreu este domingo à tarde e propôs a mensagem de Fátima como um itinerário propicio à construção da paz, através da oração mas também da adoração onde se estabelece uma relação intima com Deus.

 “’Para alcançarem a paz’: Fátima e o imperativo do amor” foi o tema da palestra  feita por André Pereira, diretor do Departamento de Acolhimento e Pastoral do Santuário de Fátima.

“Num momento da história em que a guerra, muito embora nunca desaparecida, está perto de nós como muitos de nós jamais a tinham visto, (…) como anunciar, então, um horizonte de esperança e de paz? (…) O acontecimento de Fátima oferece-nos pistas para vislumbrar e testemunhar esse horizonte em que o coração triunfa, em que o amor triunfa, assumido como dom e tarefa na construção da paz como condição integral e transversal; como condição, em suma, da vida segundo o Reino”, afirmou o palestrante.

“As guerras do presente — as mais visíveis e mediáticas, mas também aquelas a cujo conhecimento não chegamos senão com esforço e pesquisa — despertam a noção, porventura adormecida, de que a paz, sendo dom, é também tarefa permanente, perante a qual não podemos perder a vigilância” explicitou ainda o responsável do Departamento de Acolhimento e Pastoral do Santuário.

A conferência, que propôs uma reflexão sobre a paz a partir de Fátima tomou como ideia central a paz como “condição a alcançar”  entre os homens e o amor, tecido na relação com Deus, como “imperativo”, apresentando a guerra como a “imagem mais eloquente da desfiguração da vocação humana e cristã ao amor”.

“Diante das pretensões de uma existência sem Deus — em derradeira consequência, dissolvente dos laços fraternos pela extinção do laço paterno-filial —, a presença de Deus em Fátima tornada manifesta pelos seus enviados vem recordar que é pelo restabelecimento dos laços, com Ele e com os outros, que se urdem os fios com que se tece a vida segundo o Reino, em que o amor puro e pleno é garante de vida e de paz. Assim o indicava Jesus quando, como víamos, resumia o bem e o bom ao mandamento do amor”, explicitou André Pereira ao sublinhar Fátima é e continua a ser “o eco do Evangelho para o nosso tempo.

“A paz que a voz da mãe de Jesus enuncia em Fátima é, pois, a um tempo, labor e promessa: «Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz». É nesse horizonte esperançoso de promessa que é anunciada a paz, essa paz ampla e integral que o amor comprometido, amor em ato, alcançará. Essa paz que serena todos os tumultos, faz sarar todas as feridas e sublima os sofrimentos e tribulações será dada, é dom de Deus, mas pede o nosso compromisso (na oração e no dom de si, leia-se: na amizade com Deus e com os irmãos)”, acrescentou.

“A paz é dom de Deus, é connosco que Deus a constrói” reforçou enfatizando esta relação de comunhão entre Deus e o homem para que a paz seja alcançada.

André Pereira, após a sua formação teológica na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa – onde desenvolveu particular interesse pelos âmbitos de reflexão da Teologia Fundamental –, tem situado o pensamento e o estudo no horizonte hermenêutico-teológico do acontecimento e da mensagem de Fátima.

O encontro foi, como habitualmente, encerrado com um recital de música, desta vez a cargo de um trio com canto, órgão e piano, composto por elementos do Serviço de Música Sacra do Santuário. Marta Fagundes, como mezzo-soprano, e José Leite, como tenor, acompanhados ao órgão e piano por Davide Barros, irão interpretar peças do período barroco à atualidade, num alinhamento onde se poderão ouvir composições de: Bach; Gioachino Rossini; Mendelsshon; César Franck; Camille Saint-Saëns e William Gomez.

O trio que interpretou o recital assume, diariamente, a animação musical das celebrações do Santuário de Fátima. Marta Fagundes, solista do Santuário de Fátima, é licenciada em Música/Canto, pela Escola Superior de Música de Lisboa. José Manuel Leite, maestro do coro infantojuvenil Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima e organista do Santuário de Fátima, é licenciado em Música Antiga – Canto Barroco, pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto, com uma Pós-Graduação em Música Sacra na Universidade Católica Portuguesa. Davide Barros, organista no Santuário de Fátima, desde 2017, é licenciado em órgão pela Escola Superior de Música de Lisboa.