03 de abril, 2016
Tropário para uma pastora de ovelhas mansas − «peregrinação interior» através das Memórias da Irmã LúciaCiclo Ouvir Fátima, estreou esta tarde 6 peças na Basílica de Nossa Senhora do Rosário.
O Santuário de Fátima apresentou esta tarde o projeto artístico “Tropário para uma pastora de ovelhas mansas”, uma iniciativa integrada nas comemorações do Centenário das Aparições, que reuniu o trabalho de seis compositores contemporâneos desafiados a pensar Fátima do ponto de vista musical. A coordenação do projeto de composição esteve a cargo de Alfredo Teixeira. O projeto inicia o Ciclo Ouvir Fátima, propõe uma leitura musical das Memórias da Irmã Lúcia, e junta um coro − Officium Ensemble − e dois instrumentos: acordeão − Octávio Martins − e piano − João Lucena e Vale, sob a direção artística do maestro Pedro Teixeira. O Pe. Vítor Coutinho, coordenador da Comissão Organizadora do Centenário das Aparições de Fátima, afirmou que esta obra é «uma oportunidade privilegiada para revisitar os lugares mais significativos de Fátima, da sua história e do seu presente». Segundo o vice-reitor do Santuário de Fátima «celebrações como esta são ocasião para recuperar o passado com memória grata do que marca a nossa identidade, para configurar o presente com a vivência reatualizada da herança recebida e a olhar o futuro como possibilidade de dar novas expressões ao espírito fundamental do que nos move nesta celebração». «Estas "Memórias", não sendo meros relatos de recordações ou crónicas historiográficas, têm origem numa profunda experiência espiritual. Por isso, não transmitem simplesmente o pensamento e o testemunho de vida da Autora, mas são também mediadoras de apelos contidos nos acontecimentos fundantes de Fátima», afirmou o Pe. Vitor na apresentação do Ciclo Ouvir Fátima, esta tarde. Os textos escolhidos nesta obra remetem para aspetos centrais da Mensagem de Fátima, mas também para as figuras desta narrativa. Alfredo Teixeira, coordenador do projeto de composição, afirmou que esta obra é «uma peregrinação interior, através dos seis momentos dessas memórias». Cada um dos seis tropos foi pensado e composto por um compositor e o trabalho final desenvolveu-se para Coro, Piano e Acordeão. A formação coro-piano e coro-acordeão alternam sempre ao longo da peça, num verdadeiro diálogo tímbrico. O primeiro tropo, intitulado “Memória”, para coro-acordeão foi composto por João Madureira; o segundo “O Anjo” para coro-piano por Alfredo Teixeira. O terceiro tropo designado “A Senhora”, para coro-acordeão foi desenvolvido por Sérgio Azevedo; o quarto- “Francisco”- para coro-piano foi composto por Nuno Côrte-Real e o quinto- “Jacinta”- para coro-acordeão foi composto por Rui Paulo Teixeira. O sexto e último tropo foi composto por Carlos Marecos, para coro-acordeão e piano e intitula-se “Adeus”. O coordenador do projeto de composição, disse esta tarde que «a música pode ser uma experiência espiritual», e assim o programa incluiu alguns elementos textuais breves «com origem na memória litúrgica». Segundo Alfredo Teixeira, o essencial para a expressão musical foi a «linguagem mística e bucólica de uma pastora vidente, que descobre no que a rodeia uma transparência sobrenatural».
CF e SD |