Três momento significativos de 2023 evocados na Missa de ação de graças

Três momento significativos de 2023 evocados na Missa de ação de graças

Sínodo dos Bispos, Jornada Mundial da Juventude e presença do Papa em Fátima foram os momentos destacados na celebração onde se deu graças pelo ano findo.

Na noite de ontem, na homilia da Missa de ação de graças pelo ano findo, o reitor do Santuário de Fátima lembrou três momentos de 2023 que foram especialmente significativos para a vida da Igreja, mas também as tragédias e sofrimentos que abalaram o mundo. O padre Carlos Cabecinhas exortou a assembleia de peregrinos reunida na Basílica da Santíssima Trindade à atitude de agradecimento, pelos dons recebidos, e à da súplica, na certeza confiante da presença de Deus na história do mundo.

“Ao terminar 2023 queremos assumir a atitude de Jesus, no Evangelho: reconhecendo tudo o que Deus nos concedeu ao logo deste ano”, começou por afirmar o sacerdote, antes de elencar três momentos aos quais a Igreja em Portugal deve estar particularmente grata.

O primeiro momento destacado foi o Sínodo dos Bispos, que agradeceu na novidade que este trouxe pelo “envolvimento das comunidades cristãs e de grupos vários”, que “refletiram e caminharam juntos”

A “grandiosa peregrinação de jovens do mundo inteiro” que foi a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa foi o segundo momento elencado, pela “clara afirmação da universalidade da Igreja” que representou e pela forma como trouxe o “rosto jovem da Igreja, o testemunho da fé dos jovens e desafiou as nossas comunidades cristãs a um renovado dinamismo”.

Por último, o padre Carlos Cabecinhas destacou a forte presença de jovens de todo mundo na Cova da Iria, por ocasião da JMJ Lisboa 2023 e a “breve”, mas “especialmente intensa e significativa” presença do Papa Francisco em Fátima, da qual relembrou o convite a uma Igreja “colhedora e sem portas”, que o Santo Padre deixou na alocução que fez na Capelinha das Aparições. Desta presença do Sumo Pontífice, o reitor do Santuário sublinhou e agradeceu também a “atenção à fragilidade humana”.

“Um Papa, fisicamente debilitado, com dificuldades de mobilidade, que, no coração do Santuário, dedicou a sua atenção aos mais frágeis dos frágeis, àqueles que o rodeavam mais de perto, aos jovens doentes e com deficiência”, relembrou, ao estabelecer uma ponte entre os bons momentos de 2023 e as tragédias e sofrimentos que marcaram o ano que findou.

“Lembremos os milhares de mortes e feridos nos terramotos na Turquia e em Marrocos; as cheias mortíferas na Líbia; os terríveis incêndios na Grécia, no Canadá e no Havai; a continuação da guerra na Ucrânia e também em Israel e Palestina; o interminável drama dos migrantes, nomeadamente na travessia do Mediterrâneo... Estes são apenas alguns exemplos do sofrimento que varreu o mundo e que não nos pode deixar indiferentes”, enumerou o sacerdote, ao apresentar a confiança na proteção e presença de Deus.

“Ao terminar este ano, queremos pedir pelas vítimas de todas estas tragédias e catástrofes, pelos que mais sofrem e por todos os que trazemos no coração. Passámos da ação de graças à súplica porque sabemos o muito que precisamos das bênçãos de Deus no novo ano que se aproxima. Jesus promete-nos que, confiando-lhe a nossa vida e as nossas preocupações para o novo ano, n’Ele encontraremos alívio”, concluiu o padre Carlos Cabecinhas, ao convidar a assembleia a dar graças por tudo o que Deus concedeu em 2023 e a suplicar a Sua ajuda e proteção para o ano que agora inicia.

Após a celebração, que foi presidida por pelo bispo emérito de Santarém, D. Manuel Pelino, os peregrinos deslocaram-se em procissão para a Capelinha das Aparições, onde recitaram o Rosário, participaram num momento de consagração ao Imaculado Coração de Maria e num gesto da Paz, após a meia-noite. No final, os peregrinos presentes foram convidados a um chá-convívio, na Casa de Nossa Senhora das Dores.