13 de agosto, 2022

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“Tirem Deus do mundo e verão o que se tornará dele”, afirma D. Edgar da Cunha

Bispo de Fall River desafia peregrinos à evangelização e à “construção de um mundo melhor, questionando católicos “só de nome”

 

O bispo de Fall River convidou hoje aos peregrinos que participaram na Missa internacional da Peregrinação Aniversária de agosto, na Cova da Iria, a assumir um papel na evangelização e na construção de um mundo melhor.

“Eu espero que a partir de hoje dediquemos mais tempo à oração e menos tempo à televisão; mais tempo com a família e menos em interesses pessoais; mais tempo em silêncio, para ouvir a voz de Deus, e menos tempo com os barulhos da vida; mais tempo com Jesus e menos tempo nas redes sociais”, exortou D. Edgar da Cunha, convidando os milhares de peregrinos que participaram na Missa da peregrinação que celebra a quarta aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, a 19 de agosto de 1917, a não se deixarem abater pelas “notícias de cada dia” e a manterem viva a sua fé.

“O que seria de nós sem a nossa fé? Como seriam nossas vidas? Onde nos apegaríamos, onde nos apoiaríamos? Como enfrentar os sofrimentos e dificuldades da vida?”, interpelou destacando que a participação nestas celebrações são “uma profunda demonstração de fé”, interpelou.

“A partir dessa minha peregrinação a Fátima, qual vai ser a minha resolução de mudança? Qual o legado dessa participação nesse evento espiritual em minha vida? O que vai mudar em minha vida a partir de hoje?”, questionou.

O responsável católico sustentou que a fé muda a visão sobre si próprio, o mundo e a vida.

“Tirem Deus do mundo e verão o que se tornará dele”, enfatizou destacando que “mesmo estando rodeados do mal e do pecado, nós caminhamos guiados pela luz da fé e da esperança. Não nos deixemos abater pelos profetas do mal, pelos que querem espalhar duvidas, terror, ódio, egoísmo e trevas”.

Na homilia, o prelado de Fall River, diocese onde residem muitos luso descendentes, sobretudo açorianos da ilha de São Miguel,  evocou “ um mundo dilacerado pela guerra, injustiça, violência, falta de respeito à vida e a dignidade da pessoa humana; cristãos sendo perseguidos pelo simples fato de serem cristãos. Governos e sistemas políticos que querem eliminar os valores da nossa fé” .

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“Vamos encontrar muitos que querem apagar o fogo. Em qualquer grupo, há sempre aqueles que acendem o fogo e aqueles que apagam o fogo” prosseguiu deixando um pedido: “Não desistam nunca de continuar a acender o fogo”.

“Hoje, somos nós os apóstolos do século XXI” disse, destacando que “agora é a nossa vez de acender o fogo do amor de Deus e de renovar a face da terra”.

“Temos que manter acesa a chama da fé e o fogo do Espírito Santo” insistiu o prelado brasileiro, o primeiro a ser ordenado bispo nos Estados Unidos da América.

“Se cada um dissesse, `vou levar uma pessoa para a Igreja´, já faria uma grande diferença. A fé muda a nossa visão de nós mesmos, do mundo e da vida. Ela nos ajuda a ver as coisas como Deus as vê. Nos ajuda a ver nós mesmo, as outras pessoas e o mundo como Deus os vê”, afirmou.

E com a fé vem a esperança, acrescentou o prelado brasileiro aos inúmeros peregrinos emigrantes que participaram nesta peregrinação. “Não podemos perder a esperança de que podemos melhorar, de que as pessoas podem se converter e o mundo pode ser melhor”, afirmou lamentando que nem sempre os cristãos assumam esse papel.

“Quantos se dizem católicos, mas o são só de nome. A Igreja de hoje vai ao encontro. Não fica a espera. Vai as periferias, como nos lembra o papa Francisco” lemnbrou.

“Esse processo de Evangelização, essa construção de um mundo melhor, só será possível quando todos nos abraçarmos a missão de sermos parceiros com Nosso Senhor, com o Espírito Santo e com Maria Santíssima”, afirmou ainda.

O bispo de Fall River deixou, em particular, um apelo às famílias.

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“Dediquem tempo aos filhos. Rezem juntos em família. Não deixem os filhos sozinhos com a TV, Internet, Redes Sociais. Alguns pais dão muitos presentes ao filhos para compensar a ausência deles mesmos. Ao invés de darem presentes, estejam presentes e sejam presentes. Abracem seus filhos todos os dias e digam-lhes que os amam” afirmou, deixando, igualmente uma recomendação aos jovens.

“Não vos deixeis influenciar pelas Redes Sociais, pela Internet, pelos amigos. A vida é mais do que o smartphone, computador, tablet, Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat, Tik-Tok. Ouçam seus pais, avós e professores. Não pensem que Deus, Religião, Sacramentos, Igreja e Oração são coisas do passado e somente para as pessoas velhas”.

E, acrescentou: “Sei que querem ser felizes nesta vida. A felicidade consiste em conformar nossas vidas ao plano de Deus para connosco. Portanto, precisamos descobrir o que Deus quer de nós”.

O bispo de Fall River apresentou aos peregrinos “as saudações, as orações, a fé e devoção de tantos paroquianos portugueses e descendentes de portugueses” na diocese do estado de Massachussets.

“Que possamos regressar às nossas terras iluminados por uma fé renovada, para trabalharmos junto na construção de um mundo melhor. Fé para as famílias, fé para as crianças, fé para os jovens, fé para o mundo inteiro e para as futuras gerações”, afirmou ainda.

Os participantes na Eucaristia rezaram pelos responsáveis políticos, “para que evitem o nacionalismo indiferente à sorte dos mais pobres” e desenvolvam políticas de hospitalidade que “abram as sociedades que governam aos migrantes e refugiados”.

A oração universal recordou, ainda, as comunidades de portugueses e lusodescendentes espalhadas pelo mundo, todos os que sofrem as “consequências dramáticas da pandemia” e as vítimas do conflito na Ucrânia.

 

 “Cura espiritual” que ajudará a “enfrentar o sofrimento físico e psíquico”

No momento de Adoração Eucarística, a habitual palavra ao doente coube à diretora da Obra Católica das Migrações, que, a partir do excerto do Evangelho que serve de guia para o presente ano pastoral no Santuário de Fátima, apresentou a intimidade com Deus como lugar de encontro para a “cura espiritual” que ajudará a “enfrentar o sofrimento físico e psíquico”.

“Há anúncios, acontecimentos, que suscitam perplexidade, no primeiro momento, inquietação, noutro. Contudo, a certeza da Tua presença, Senhor, gera no mais íntimo do Ser a mesma confiança de Maria: gera serenidade e manifesta-se na capacidade de aceitar e sorrir”, começou por assegurar a diretora da Obra Católica das Migrações, para sublinhar, de seguida, a alegria da presença de Deus e nos outros nos momentos de doença.

 “Que alegria receber Jesus! Que alegria esta divina companhia! Que alegria e que bênção ter acesso a cuidados e assistência! Que bênção ter família, amigos, profissionais, voluntários a ser sinal da Tua presidência!”

Perante o desejo legítimo da cura física dos que sofrem, Eugénia Quaresma pediu, antes de mais, pelo “dom cura espiritual”, para que “os que se sentem hoje mais frágeis possam nascer de novo com a graça de Deus e, assim, enfrentar o sofrimento físico e psíquico sem medo nem nostalgia, com a mesma capacidade de sacrifício e entrega de Santa Jacinta”.

“Ainda que surja o sentimento de perda, alienação, revolta e abandono, é aqui no templo, na intimidade contigo, que nos reencontramos, que entendemos o que significa a Tua paz, indissociável de um propósito de construção pessoal e comunitária. Estar doente, sentir-se doente ou ser doente faz parte do processo de conversão, onde, após a escuta da Palavra, se associa a escuta do corpo e das recomendações clínicas, permitindo que o teu Espírito, Senhor, conduza cada um a esta sabedoria que vem de Ti e que ilumina as sombras que na alma despertam”, concluiu, pedindo a intercessão de Nossa Senhora pelo fortalecimento da fé em Deus.

No final da celebração, o reitor do Santuário agradeceu, em nome do bispo de Leiria-Fátima, a presença de D. Edgar da Cunha, assegurando a oração de todos pelo seu ministério.

Participaram nesta celebração 67 sacerdotes, um cardeal e quatro bispos, bem como inúmeros fieis das comunidades portuguesas da diáspora integrados na 50ª Semana Nacional das Migrações, promovida pela Obra Católica Portuguesa das Migrações que completa 60 anos de existência.

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