23 de outubro, 2016

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“Somos convidados a tomar consciência da nossa relação com Deus e com os outros”, diz reitor do Santuário de Fátima

Pe. Carlos Cabecinhas presidiu à missa dominical no Recinto de Oração, que assinalou o Dia Mundial das Missões

 

O reitor do Santuário de Fátima, que presidiu à missa dominical no Recinto de Oração, na qual se fizeram anunciar 26 grupos de peregrinos de várias partes do mundo, apelou a um exame de consciência que seja capaz de avaliar “a nossa relação com Deus e com os outros”.

A partir da parábola do fariseu e do publicano e da forma como cada um se posicionava em relação a Deus- o primeiro autossuficiente; o segundo pecador confesso- o pe Carlos Cabecinhas afirmou que esta parábola “é de nós que fala e da pergunta que devemos fazer em cada momento”.

“Esta parábola pretende interrogar-nos a nós, deixando-nos essa pergunta-  com quem nos identificamos: com a autossuficiência do fariseu ou com a humildade do publicano?”, referiu o sacerdote desafiando os peregrinos a tomarem o caminho da humildade que “é condição para uma verdadeira relação com Deus”.

“Deus escuta a suplica dos humildes, que têm o coração atribulado” garantiu o reitor do Santuário de Fátima sublinhando que se assim não for dificilmente haverá conversão.

A soberba, a convicção da autossuficiência, a falta de humildade e a dificuldade em reconhecer as limitações “não só perturbam a relação com Deus como com os outros”.

“Quem não sabe relacionar-se com Deus também não sabe relacionar-se com os irmãos”, precisou destacando o apelo à conversão que é feito na Mensagem de Fátima e a humildade dos pastorinhos.

A este propósito, recorreu às Memórias da Irmã Lúcia para contar o episódio da mulher que procura Jacinta para que esta interceda junto de Nossa Senhora para curar a sua doença e, Jacinta, “humildemente” ajoelhou-se com a mulher e juntas rezaram três Avé-Marias.

“A humildade e o reconhecimento de que nada somos sem Deus é a condição para um verdadeiro encontro com Ele e com os outros”, disse o Pe Carlos Cabecinhas na Missa dominical no Santuário de Fátima, que assinalou também o Dia Mundial das Missões que se celebra este domingo.

O Papa, na sua mensagem, afirma que a “crescente presença feminina” na ação missionária da Igreja Católica, é um “sinal eloquente do amor materno de Deus”.

O texto intitulado ‘Igreja missionária, testemunha de misericórdia’ assinala que muitas mulheres, leigas ou consagradas, estão empenhadas em vários campos da missão, desde “o anúncio direto do Evangelho ao serviço sóciocaritativo”.

“Ao lado da obra evangelizadora e sacramental dos missionários, aparecem as mulheres e as famílias que entendem, de forma muitas vezes mais adequada, os problemas das pessoas e sabem enfrentá-los de modo oportuno e por vezes inédito”, sublinha o Papa.

Francisco elogia, a este respeito, uma acrescida atenção “centrada mais nas pessoas do que nas estruturas” e o “cuidado dos pobres”, a “capacidade de empatia com os mais pequenos, os descartados, os oprimidos”.

A mensagem reflete sobre a importância de apresentar a mensagem cristã a quem não a conhece, “num diálogo respeitoso por cada cultura e convicção religiosa”.

“Cada povo e cultura tem direito de receber a mensagem de salvação, que é dom de Deus para todos”, escreve Francisco.

O Papa considera que essa intervenção dos missionários é ainda mais necessária em contextos de “injustiças, guerras, crises humanitárias”.

“Os missionários sabem, por experiência, que o Evangelho do perdão e da misericórdia pode levar alegria e reconciliação, justiça e paz”, explica.

A mensagem liga o Dia Mundial das Missões de 2016 à celebração do Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), convidando os católicos a “levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus a toda a família humana “.

O Dia Mundial das Missões cumpre este ano o seu 90.º aniversário e o Papa Francisco recorda que as dioceses católicas são chamadas a destinar as ofertas que se recolhem nessa data às “comunidades cristãs necessitadas de ajuda”.

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