23 de junho, 2013

 
Mensagem de Fátima é mensagem de confiança e de esperança
Na manhã de 23 de junho terminou em Fátima o simpósio teológico-pastoral «Não tenhais medo. Confiança – Esperança – Estilo Crente», uma iniciativa do Santuário de Fátima, inserida no conjunto das propostas do 3.º ciclo celebrativo do Centenário das Aparições. Participaram nos trabalhos, que decorreram no Centro Pastoral de Paulo VI, à volta de 350 pessoas. Cerca de 250 acompanharam as várias conferências e painéis à distância, através da internet, uma vez que o simpósio foi transmitido em direto on line.
Confiança e esperança são duas palavras-chave da mensagem de Fátima.
“A mensagem de Fátima é fundamentalmente uma mensagem de esperança e, por isso, um apelo à confiança” afirmou o padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, na sessão de encerramento.
“Ao longo de três dias intensos, partindo da exortação «Não tenhais medo», à luz da mensagem de Fátima, fomos aprofundando as razões para a confiança e a esperança e identificado o estilo crente adequado ao nosso tempo presente, capaz de testemunhar de forma significativa a presença que nos habita”, recorda e sublinha o reitor.
Para o padre Carlos Cabecinhas, “em Fátima, Nossa Senhora veio convidar os pequenos videntes e vem convidar-nos a nós a reconhecer a presença de Deus no nosso mundo e nas nossas vidas; vem garantir-nos que não estamos sós nas dificuldades da vida, pois Deus nunca nos abandona".
A leitura de D. António Marto é semelhante: “em Fátima, a Virgem Mãe trouxe uma mensagem de conforto, de consolação e de esperança à Igreja ferozmente perseguida e à humanidade caída no inferno das guerras mundiais, dos totalitarismos, dos genocídios, da solidão e do desespero".
Para o prelado de Leiria-Fátima, “as palavras dirigidas [por Maria] aos pastorinhos, as mesmas que ela nos dirige a nós, seus filhos, testemunham o desejo do seu coração materno de transmitir-nos a certeza de que Deus não nos abandona, não abandona a sua Igreja, mas no meio das tempestades do mundo, guia-a e sustém-na”.
“Faço votos que este simpósio tenha ajudado a tornar o nosso Santuário de Fátima um lugar e uma fonte de esperança e que possa ajudar a desenvolver uma pastoral da esperança”, afirmou D. António Marto na sessão conclusiva.
Mensagem de Fátima: negação da insensatez, afirmação da sabedoria
Uma das conferências que procurou sublinhar em concreto o significado e o apelo de Fátima como lugar e mensagem de esperança para o mundo foi a de D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra: "ao longo destas nove décadas, Fátima nunca deixou de ser um lugar a apontar para Deus como o caminho da humanidade e como uma mensagem de alcance universal. Apesar de ser uma revelação privada, aponta para a centralidade da mensagem evangélica e, portanto, é portadora de um dinamismo intemporal, pois foca, por um lado, Deus e a fé cristã e, por outro, o Homem e a sua salvação no tempo e na eternidade".
Lugar de atração de católicos de todo o mundo, Fátima é lugar onde “chegam igualmente os agnósticos e ateus, mais ou menos militantes, numa perspetiva crítica e à procura de reforçar as suas convicções”.
Fátima tornou-se ainda, considera o bispo de Coimbra e antigo reitor do Santuário de Fátima (2008-2011), “lugar de passagem para muitos buscadores de Deus, pessoas que se interrogam acerca da vida, do princípio e do fim, do sofrimento e da morte, que ainda não chegaram ao conhecimento da fé”.
Para D. Virgílio Antunes, “Fátima não é somente um lugar, mas uma mensagem, cuja caraterística fundamental é a referência a Deus. […] O cerne de toda a mensagem de Fátima é, sem dúvida, a negação de todas as formas de ateísmo e a profissão de fé em Deus como caminho do Homem e única possibilidade de esperança, ou seja a negação da insensatez e a afirmação da sabedoria”.

D. António Marto exorta cristãos a dar testemunho da sua esperança
D. António Marto, que presidiu esta manhã à Eucaristia oficial das 9:00, celebrada na Basílica da Santíssima Trindade, exortou os cristãos a darem testemunho da sua esperança: Jesus Cristo.
“Estamos num modelo de sociedade e de mundo, que construímos, que está esgotado; os cristãos são chamados a construir um mundo melhor”, afirmou o bispo de Leiria-Fátima durante a homilia da celebração, em que falou de Jesus como “salvador, que nos liberta do pecado, que nos oferece a vida boa e bela, a vida em plenitude”.
Sendo Cristo a esperança e a Igreja comunidade de esperança, torna-se necessário, exorta D. António Marto, “dar um rosto belo a esta esperança”. “Somos fraternidade. (…) É um projeto para se viver no dia a dia, a começar pela nossa casa, na nossa família”, disse.
LeopolDina Reis Simões


 
ARQUIVO:


No contexto do novo ano pastoral e do 3.º ciclo celebrativo do Centenário das Aparições, o Santuário de Fátima propõe, a crentes e a não-crentes, num programa diversificado, várias atividades, ao longo de 2013, entre as quais se destaca o Simpósio Teológico-Pastoral de 2013 sob o título Não tenhais medo. Confiança – Esperança – Estilo Crente, que decorrerá entre os dias 21 e 23 de junho, no Salão do Bom Pastor, no Centro Pastoral de Paulo VI.
 
A temática deste ano desafia à escuta e à confiança na promessa da Senhora que manifestou o seu Imaculado Coração aos três pastorinhos, a 13 de junho de 1917, na Cova da Iria: “O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus”. Esta exortação estende-se, pois, não somente à esperança de que as palavras daquela Senhora se revestiam, mas à confiança e à espera em Deus, Aquele que é (Ex. 3,14) e que ao longo da História da Salvação continua a desafiar a humanidade a não ter medo e a confiar. 
 
É desejo do Santuário de Fátima e da Comissão Organizadora do Simpósio que este encontro de discussão e reflexão se revele um privilegiado contributo para a vivência do tema proposto no Santuário, para o presente ano pastoral, nas diversas comunidades e para cada indivíduo. 
 
Como destaca o texto que integra o desdobrável de divulgação do Simpósio, «colocar estas questões no horizonte de Deus – seja este negado ou confessado – pode ser ponto de partida epistemológico – a validar por não crentes e crentes – na medida em que possibilita pensar a confiança e a esperança num lugar mais amplo do que a sociedade, do que a política, do que a cultura e do que a própria religião».
 
Carla Abreu Vaz
Secretariado do Centenário das Aparições
Programa
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