18 de junho, 2009


O Congresso “Francisco Marto, crescer para o dom”, teve início esta manhã, 18 de Junho, no Centro Pastoral Paulo VI, no Santuário de Fátima. De âmbito nacional, a iniciativa tem inscritos 370 participantes.  
Na sessão de abertura, D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, evidencia que “é hora de escutar as crianças”, todas as crianças, isto porque “há boas razões para olhar e escutar as crianças. Têm muito a ensinar-nos a propósito de Deus e da nossa própria humanidade. Também os adultos aprendem com as crianças”.
“Por sua vez, as aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos, em Fátima e a mensagem que lhes confiou à Igreja e a humanidade põem a evidência o protagonismo das crianças na história da salvação e do mundo”.
Sobre a força espiritual das crianças, D. António Marto considera que “existe um plano profundo em que a criança é superior ao adulto. S. Paulo falaria da dimensão espiritual, pneumática do cristão. É o ângulo da alma em que o Espírito toca directamente o homem com a sua graça, o purifica e transfigura. É nesta fonte, que difunde graça no seu coração, que as crianças bebem tudo o que vêem e dizem acerca de Jesus e de Deus. Neste sentido são pequenos ‘videntes’ e ‘profetas’.”
Francisco Marto, figura inspiradora para os dias de hoje
No seu discurso, na sessão de abertura, o Reitor do Santuário de Fátima formulou os votos de que o congresso, que decorre até ao final da tarde de sábado – a sessão de encerramento está marcada para as 17:20 – seja “um grande Congresso, pois a figura do Beato Francisco Marto é portadora de imensas possibilidades e motivos de inspiração para os nossos dias”.
Isto porque, considera o sacerdote, “juntamente com a Jacinta, o Francisco constituiu um tesouro imenso de tudo o que de bom Deus criou, sobretudo a ternura e o seu amor a Deus e aos homens.”
“De um ponto de vista pessoal sempre tive uma certa percepção de que o Francisco era um modelo, um herói, com o qual gostaria de me identificar na infância. Tenho uma imagem dele muito feliz, calado e reservado, como era característica dos meninos da serra, e educado”, disse o Padre Virgílio Antunes que recordou que desde criança se habituou “a contemplar a figura daquele menino inocente, com um perfil humano e espiritual, que me dizia muito”.
O Padre Vítor Coutinho, membro da Comissão Científica e presidente do Secretariado Executivo do Congresso, salienta nesta realização o “encontro” com o pastorinho vidente e com a realidade da infância.
“O encontro com Francisco Marto leva-nos a pensar sobre a realidade das crianças e da infância nas suas diversas implicações religiosas e humanas, tentando, assim, identificar os desafios à Igreja, à pastoral, e a toda a sociedade. As abordagens a esta personalidade, bem como as reflexões sobre a relação entre a infância e a fé cristã, estimulam-nos a possibilitar às crianças um papel de protagonistas não só da sua própria história, mas também da sociedade e da vida ecclesia”.
Concretamente sobre a diversidade de temas em reflexão durante este congresso, este responsável refere que “os temas foram organizados a partir de diversos olhares: um olhar para o Pastorinho de Fátima e para o seu contexto (biografia, personalidade, contexto social e religioso); um olhar para a realidade que esta criança representa (as crianças, a infância); um olhar para aspectos que nos são inspirados pela vida do Francisco (a música e a espiritualidade, a família e a educação cristã, a santidade)".
Uma oportunidade de melhor conhecer Francisco Marto
Em mensagem escrita, lida na sessão de abertura pela Irmã Ângela Coelho, o Padre Luis Kondor, Vice-Postulador para Causa da Canonização de Francisco e Jacinta Marto, recordou os primeiros passos dos processos de beatificação dos videntes de Fátima.
“Foi com enorme surpresa que, na véspera de Natal de 1960, recebi do Sr. D. João (Venâncio) o convite para tomar conta dos processos, uma vez que ele se tinha tornado Bispo Diocesano e, por isso, não podia continuar como Postulador. A minha pergunta era: Como vamos conseguir o interesse da Igreja pelas Causas dos Pastorinhos?”, recorda o sacerdote que, em visita anterior a Roma, em companhia de D. João Pereira Venâncio, ouvira do Postulador Geral dos Postuladores, o Padre Miccinelli, "que tinha muita pena por ter sido iniciado um processo que não tinha nenhum futuro, pois era opinião geral dos conselheiros da congregação dos Santos que crianças e jovens até à idade de 16 anos, são incapazes da prática de virtudes heróicas, o que constitui o acesso à Beatificação”.
O Padre Luis Kondor, ausente por motivos de saúde, endereçou aos congressistas os votos de que o Congresso que hoje se inicia em Fátima seja oportunidade de melhor conhecer a personalidade do Bem-Aventurado Francisco.
“Apenas a Irmã Lúcia era conhecedora da vida escondida e abençoada do Francisco e da Jacinta. Hoje, no Processo Canónico sobre Francisco Marto, sabemos que nem sequer os próprios pais e familiares imaginavam a vida espiritualmente rica que viveu durante dois anos e que o levou aos alteres”.
“Quero focar, no entanto, aquela parte mais importante: o Bem-Aventurado Francisco pode ser nosso modelo de como oferecer a Deus sacrifícios em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e suplica pela conversão dos pecadores”, concluiu o Padre Kondor. 

LeopolDina Simões, Sala de Imprensa
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