09 de julho, 2022

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“Sempre que uma grande questão da vida da humanidade está em jogo, os Papas viram-se para Fátima e isto não é por acaso”, diz bispo de Coimbra

D. Virgílio Antunes é o convidado do podcast#fatimanoseculoXXI, disponível desde dia 11 de julho em www.fatima.pt/podcast. 

 

Fátima “tem um lugar ímpar” na história da humanidade e a sua dimensão profética mantém-se e está longe de estar esgotada. A ideia foi avançada pelo Papa Bento XVI e é citada pelo antigo Reitor do Santuário, agora bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes.

“Julgo que não conhecemos a totalidade deste acontecimento; conhecemos muita coisa, têm-se feito muitos estudos, muita reflexão e muito trabalho; mas o significado total e o alcance deste local dentro do plano de Deus, e no que diz respeito à Igreja e ao mundo, ainda não está totalmente interpretado” afirma o bispo da cidade do Mondego no podcast #fatimanoseculoXXI.

“Fátima concentra a humanidade nas suas alegrias e nas suas dores. E, por aqui passam os temas mais relevantes da vida da humanidade” acrescenta enfatizando que disso “não há dúvida já absolutamente nenhuma”.

“Sempre que há uma grande questão da vida da humanidade que está em jogo, os papas viram-se para Fátima e isto não é por acaso” adianta esclarecendo que acredita que “é um desígnio de Deus, confirmado pela Virgem Maria. Nada disto aconteceu por acaso”.

Será porque em Fátima há um cruzamento entre o Céu e a Terra? “Sem dúvida. As nossas dores cruzam-se com Deus ; há na vida dos cristãos um cruzar do plano de salvação de Deus com a nossa humanidade”. Mas, será só para os cristãos que Fátima é importante?

“É muito interessante que pessoas católicas, mas também de outras confissões religiosas, ou até sem dimensão religiosa, sempre que se fala da paz põem aqui, neste acontecimento, neste lugar e nesta Mensagem a sua chave de leitura”.

“A questão da paz no mundo passa inevitavelmente por Fátima e Fátima tem um papel relevante, e deve assumi-lo, no que diz respeito à paz. Poderia ser, inclusive, o lugar de alguns grandes encontros internacionais, ou à escala mundial, sem competir com nenhuma das organizações mundiais que reúne países e povos, para tratar de um conjunto de questões importantes... Fátima podia tornar-se como que um epicentro de algumas realizações porque é uma realidade que está acima de todas as partes interessadas” esclarece.

Para além da paz há, no entanto, outras interpretações. Mais de cem anos depois teremos uma perceção global desta Mensagem?

“Conhecemo-la na sua dimensão devocional, na vida da Igreja, nas realizações da própria sociedade, já há algum sentido de que esta profecia tem um alcance universal e o Papa João Paulo II é o grande responsável por isso, mas ainda há muita margem para continuidade”, avança D. Virgílio Antunes.

“Fátima tem um lugar: é a continuação do Evangelho é claro mas faz um apelo direto, com uma linguagem do nosso tempo para a circunstância do nosso tempo a esta questão fundamental que é a da existência e da transcendência; do sentido, se quiser”.

E, concretiza: “É uma evidência que todos os `ismos´ que têm povoado a história da humanidade não oferecem uma resposta cabal aqueles que são os anseios da pessoa humana; são sectoriais, visões reduzidas e redutoras e, portanto, ninguém salva a sua vida por se entregar a uma ideologia. As pessoas anseiam por algo sólido, em que possam ancorar a totalidade da sua própria vida e o sentido da humanidade que somos e, nesse sentido, Fátima faz um apelo fundamental ao que tem fundamento sólido, a Deus e à humanidade. Sem Deus e sem uma humanidade que faz caminho, temos um mundo materialista que se fecha em vez de um mundo capaz de superar-se”.

E, mesmo que ainda persistam algumas resistências, “talvez mais institucionais e formais” em relação a este lugar, o povo combate-as.

“O Povo de Deus, dito na melhor aceção, gente com esperança, com amor, que ama a Deus e venera a Virgem Maria, esse Povo de Deus que comanda as grandes vagas de transformação da vida da Igreja, gosta de Fátima e sente-se bem em Fátima, porque ama a Deus”, refere.

Neste podcast o bispo diocesano de Coimbra fala ainda sobre o papel dos Santuários na Nova Evangelização, particularmente do Santuário de Fátima, e dos ensinamentos que se podem colher para a Igreja a partir das dinâmicas dos Santuários, desde a liturgia, à expressão devocional, passando pelo acolhimento e pela primazia da oração.

“A piedade popular é um manancial de potencial para a Nova Evangelização”, afirma.

“Os santuários oferecem continuamente um conjunto de momentos que permitem viver a fé com qualidade humana, litúrgica, espiritual que as pessoas nem sempre encontram no pequeno núcleo onde residem”.

“Para além destas questões circunstanciais há outro lado que tem a ver com a dinâmica dos Santuários que podem e têm que ter na vida da Igreja, e Fátima tem um papel muito importante, na ajuda a encontrar a fé de uma forma mais livre e direta: podes abrir-te diante de Deus de forma aberta e livre sem qualquer tipo de pressão... E depois há a graça própria de cada lugar”.

“Eu acredito nisso, há uma história, há uma mensagem, há a dimensão visual, a música, o modo de estar com os outros, há rituais, tudo isso deve ser muito bem aproveitado”, conclui.

O bispo de Coimbra fala, por outro lado, da canonização de Francisco e Jacinta Marto-“É uma marca no coração dos fieis; uma das coisas mais importantes da Igreja em Portugal e no mundo que marcou profundamente as pessoas”- e de Lúcia, que “foi uma das maiores confidentes da humanidade”.

Nela, “ vejo sobretudo esta perseverança e persistência na vida de fé em Igreja” diz o prelado destacando o facto da religiosa, entre muros de um convento de clausura estar sempre disponível para os outros.

“ É extraordinário como é que uma mulher fechada no Carmelo tem um coração tão grande que abarca tanta gente, com quem se corresponde, sempre com confiança e com esperança”.

“Há uma clara sintonia de Lúcia com o coração da humanidade e da Igreja; é uma mulher absolutamente extraordinária e um testemunho que temos de saber ler até para o futuro como exemplo de uma Igreja próxima, que vai ao encontro de todos e de cada um em particular”.

O podcast #fatimanoseculoXXI está disponível AQUI e nas plataformas Itunes e Spotify.

 

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