20 de agosto, 2017

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“Se Deus não discrimina ninguém, porque não havemos de proceder da mesma forma?”

Reitor do Santuário de Fátima convida peregrinos a “acolherem os outros”

 

O reitor do Santuário de Fátima, o Pe. Carlos Cabecinhas, presidiu esta manhã à eucaristia dominical do XX domingo do tempo comum, no Recinto de Oração.

O Pe. Carlos Cabecinhas afirmou que “a fé não é uma questão de origem ou cultura”.

“A tradição cultural e familiar certamente que facilita ou dificulta o acesso à fé, mas nunca substitui o esforço de busca de uma relação com Deus autêntica e pessoal. A fé, enquanto relação com Deus, não vem por tradição, como se se tratasse de uma herança que se recebe, sem nada fazer por isso”, reiterou.

O reitor do Santuário explicou que se torna membro da comunidade de Jesus “quem se deixa tocar pessoalmente por Ele e pela sua mensagem”, independentemente da “raça, a cor da pele, o local de nascimento, a tradição familiar, a formação académica, a capacidade intelectual”.

“O Evangelho sugere uma reflexão sobre a forma como acolhemos aqueles que vêm até nós, os estrangeiros, os irmãos diferentes, os “outros” que, por razões políticas, económicas, sociais, laborais, culturais, turísticas, vem ao nosso encontro. E aqui reside o segundo desafio do Evangelho de hoje”.

Aos peregrinos presentes no Recinto de Oração, o Pe. Carlos Cabecinhas deixou uma questão: “Se Deus não discrimina ninguém, mas aceita acolher à sua mesa todos os homens e mulheres, sem distinção, porque não havemos de proceder da mesma forma?”.

“O convite que Deus nos faz é que vejamos em cada pessoa um irmão, independentemente das diferenças existentes”, respondeu.

O reitor alertou ainda para o facto de “os conflitos armados e atos terroristas, fruto da incapacidade para acolher os outros nas suas diferenças e do desrespeito pelo valor fundamental da vida humana, voltaram à primeira página dos jornais e a abrir os noticiários; neste momento em que subsistem as tensões, por causa do acolhimento a migrantes e refugiados, o apelo evangélico torna-se ainda mais urgente”.

“A mensagem de Fátima sublinha os desafios que o Evangelho hoje nos lança: exorta-nos estabelecermos com Deus uma relação pessoal, cimentada sobre a oração; convida-nos à confiança em Deus, que nunca nos abandona; desafia-nos a acolhermos os outros”, concluiu.

Para esta celebração, increveram-se 32 grupos proveniente de 9 paises. 

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