05 de setembro, 2015
Este ano, o Santuário de Fátima proporcionou uma semana de férias a 86 pessoas com deficiência, no âmbito das “Férias para Pais de Pessoa com Deficiência”. Esta atividade, organizada pelo Serviço de Doentes do Santuário, decorreu no Centro de Espiritualidade Francisco e Jacinta Marto, da Congregação dos Silenciosos Operários da Cruz, em quatro turnos ao longo do verão. O P. Manuel Antunes, responsável pelo Serviço de Doentes, lembra que “o Santuário está atento às necessidades das pessoas”, e que “tem um princípio: dar estas férias àqueles pais que passam o dia em casa com os filhos”. Aos pais que inscreveram os filhos nesta atividade foi dada também a possibilidade de os acompanhar ao longo da estadia. O sucesso da iniciativa seria impossível sem a Congregação dos Silenciosos Operários da Cruz, responsáveis pela Casa Francisco e Jacinta Marto. O P. Johnny Freire, da congregação, faz um balanço positivo das quatro semanas. “Trabalhar com pessoas com deficiência faz parte da nossa espiritualidade. O essencial é dar férias aos pais, que muito fazem durante o ano”, garante o sacerdote.“São estas as nossas férias”, ouve-se da boca de muitos dos pais. Num encontro entre o P. Manuel Antunes e os pais, muitos agradeceram a oportunidade e garantiram que os frutos desta semana são muito positivos. Virgínia, de Leiria, trouxe a irmã, com trissomia 21, que acompanha diariamente em casa. Comparou esta semana a “um oxigénio puro que respiramos, que nos dá força para todo o ano”. A experiência é igualmente positiva para os cerca de 80 voluntários que passaram pela casa, e que garantem o bom funcionamento das férias. Rita vem do Estoril, é voluntária nesta casa pela terceira vez, e assume que “a presença de Deus é muito evidente” durante estas semanas. “Sinto que Deus verdadeiramente trabalha em mim, e o contacto com estes irmãos dá-me a capacidade de amar e torna-me mais simples”, diz Rita. Outra das voluntárias é Marta, que apesar de ter ainda 19 anos, já é voluntária pela quinta vez. Vem de Lisboa “de propósito para isto”, e sublinha que se trata de uma “experiência de simplicidade, que ajuda a aprender a dar tempo às pessoas, que, afinal, não são assim tão diferentes”. João Francisco Gomes |