03 de fevereiro, 2016

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Santuário quer apresentar a Mensagem com «novas linguagens» para chegar a novos públicos

Peregrinos são sempre o «ponto de interesse» do Santuário


O reitor do Santuário de Fátima afirmou esta quarta feira, em conferência de imprensa, que a celebração do Centenário das Aparições “tem de passar por novas linguagens” para chegar a quem não se sente “sintonizado” com Fátima.

“Toda a programação foi feita a pensar nas pessoas: nos peregrinos habituais e nas suas necessidades e expectativas, mas também naqueles que não estão tão ligados a Fátima, que queremos atrair e acolher”, disse o padre Carlos Cabecinhas, em conferência de imprensa,  que decorreu na sala 13 de setembro, do Centro Pastoral Paulo VI.

O Santuário preparou e organizou um programa celebrativo que sublinha “o impacto de Fátima no âmbito da fé, dos dinamismos sociais, da cultura e do seu significado enquanto mensagem de paz”, disse o Reitor .

“Houve, desde o inicio, a preocupação de que o plano de actividades fosse alicerçado num itinerário temático que criasse uma linha condutora ao longo de todo o ciclo e conferisse razão de ser às diversas iniciativas, enquadrando-as num horizonte orientador”, disse o Pe Carlos Cabecinhas.

“O itinerário  elaborado apresenta os temas significativos da Mensagem de Fátima através de um percurso que se procurou coeso, de modo a salientar as ideias unificadoras entre eles, a distinguir os aspetos centrais dos mais secundários e a encontrar uma perspetiva de abordagem e as indispensáveis chaves de leitura”, precisou ainda o responsável pelo Santuário.

“Incluímos várias e diversificadas propostas, dentro do que seria próprio da missão de um Santuário Cristão” ressalvou o reitor adiantando que “em muitos casos” foi o Santuário a assumir a organização e realização dos projetos; e noutros recorreu a “parcerias com outras entidades”.

“Procurámos iniciativas que melhorassem as condições de acolhimento dos peregrinos e que passassem a fazer parte das ofertas habituais do santuário; apresentámos propostas efémeras e criámos património que permanecerá como herança para as gerações futuras”, disse ainda.

A reta final do programa celebrativo do centenário das Aparições, até outubro de 2017, vai ter uma “forte componente cultural”, procurando chegar a todos os públicos, porque “a fé cristã é sempre uma fé incarnada, que assume, transforma e produz cultura”, destacou o Pe Carlos Cabecinhas.

“O fenómeno Fátima, com a sua matriz especificamente cristã, não foge a esta lei da incarnação: exprime-se desde o seu inicio, há quase um século, nas formas culturais do ambiente em que nasceu e se desenvolveu; mas, ao mesmo tempo, marca a cultura envolvente e dá origem a novas expressões culturais” sublinhou o Reitor.

A partir deste mês, centena e meia de projetos procuram dar vida a uma celebração “aberta ao público em geral”, que visa “celebrar, evocar, fazer festa, refletir, contemplar e orar”, segundo o Reitor do Santuário.

O responsável disse aos jornalistas que a visita do Papa em maio de 2017 será, a “iniciativa mais marcante de toda a vivência do centenário”, mas sustentou que seria “injusto ignorar o conjunto abrangente de iniciativas que se dirigem ao público em geral para chegar ao maior número de pessoas possível”.

A agenda de eventos que o Santuário criou engloba várias expressões e géneros, com exposições, congressos, colóquios e concertos, entre outros.

Uma das novidades apresentadas é uma exposição no Vaticano, já em 2018, que tem como objetivo sublinhar a relação entre “Fátima e a Santa Sé”, para além de funcionar como “balanço” de todo o período celebrativo do Centenário das Aparições, segundo o Pe Carlos Cabecinhas.

Face ao expectável “aumento de peregrinos” em todas as celebrações deste 100.º aniversário, o Reitor do Santuário assinalou que a instituição tem procurado colaborar com as diversas entidades e instituições” para procurar a “maior segurança possível em todos os eventos”.

Para o sacerdote, no entanto, “qualquer alarmismo é precisamente dizer que o terrorismo está a vencer”, pelo que propõe a recusa da “linguagem alarmista” para não “fazer o jogo dos grupos terroristas”.

“Não embarcaremos nesse tipo de linguagem alarmista em relação aos perigos que possa haver. Tomamos as precauções e continuamos a achar que Fátima é um lugar seguro”, insistiu.

Já em relação aos custos do programa de celebrações, o responsável pelo Santuário de Fátima adiantou que o Santuário pretende “oportunamente, dar informações sobre o custo de todas estas iniciativas”.

Entre as cerca de 150 iniciativas previstas está uma projeção na fachada da Basílica de Nossa Senhora do Rosário sobre Fátima como “fonte de luz”.

Carla Abreu Vaz, assessora do Serviço Executivo do Centenário das Aparições de Fátima, reforçou por sua vez a intenção de “ir ao encontro de um público diversificado”.

Nesse sentido, estão a ser oferecidas “novas propostas de oração”, cursos de formação e de aprofundamento teológico para a divulgação da Mensagem de Fátima e uma ampla “reflexão artística”.

As jornadas de estudo vão concluir-se de 21 a 24 de junho de 2017, num congresso internacional “Pensar Fátima, Leituras Interdisciplinares”.

O Santuário promove ainda um concurso de escolas católicas, prémios de fotografias, concertos, novas obras de arte e um programa musical, cultura e artístico, “desafiando vários artistas a olhar para Fátima”.

“O Santuário de Fátima continuará a usar linguagens contemporâneas para comunicar e refletir sobre a mensagem de Fátima e para dar a conhecer o seu património, que tem já 100 anos”, assinalou Carla Abreu Vaz.

As obras musicais encomendadas a James MacMillan e Eurico Carrapatoso, que serão interpretadas pelo Coro e Orquestra Gulbenkian, sob a batuta da Maestrina Joana Carneiro, em outubro de 2017, e a dança contemporânea evocativa da Mensagem de Fátima a apresentar em maio de 2016 pela Vortice Dance Company são exemplos particularmente relevantes de uma aproximação a linguagens que fossem atuais.

Um Centenário de Vozes (100 spots na rádio); um mural on line de testemunhos; os ciclos de conferências (um em cada ano temático com a realização de cinco conferências em cada ano); o simpósio de 2016- Eu Vim para que tenham Vida; o Congresso Mariano- Mariológico, da Pontifícia Academia Mariana; produção de diversos vídeos e filmes; publicações; Revista Cultural Fátima XXI; Exposições e concertos. Neste capítulo, importa destacar o Ciclo de Orgão, para além do Grande Concerto inaugural de Olivier Latry, interpretando uma obra de João Pedro Oliveira, que integra seis concertos onde poderão ser escutadas obras que representam períodos de 100 anos de música alemã, francesa, música sacra, contemporânea e hinos marianos. Além deste ciclo haverá um outro, de Música Sacra e o Ciclo Musical Ouvir Fátima. Tropário para uma pastora de ovelhas mansas, uma peça para coro, piano e acordeão sobre fragmentos das Memórias da Irmã Lúcia ou os concertos evocativos dos Pastorinhos, são outros destaques desta vasta programação cultural.

A instituição prevê ainda ao lançamento de um novo site e de uma aplicação para dispositivos móveis que pretende facilitar a visita dos peregrinos e do público em geral.

CR

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