22 de março, 2017

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Santuário promove reflexão acerca da importância dos media no acontecimento de Fátima

I Jornadas da Comunicação Social têm lugar no Centro Pastoral do Paulo VI
 

Em Ano Jubilar do Centenário das Aparições, o Santuário de Fátima promove as I Jornadas da Comunicação Social, a decorrer ao longo do dia de hoje no Centro Pastoral de Paulo VI. Esta iniciativa conta com a presença de cerca de 150 profissionais da Comunicação Social, que em ano da visita do Papa Francisco a Fátima, refletem acerca da importância dos media no acontecimento de Fátima.

O reitor do Santuário de Fátima, o Pe. Carlos Cabecinhas, na sessão de abertura, disse que o tema «Francisco em Fátima tornou-se um tema incontornável da comunicação social», pois «trata-se da sexta visita de um Papa a Fátima no espaço de 50 anos mas, uma visita Papal é sempre um tema de particular importância e o Papa Francisco como sabeis é sempre notícia».

«A relação entre Fátima e os meios de comunicação social não é uma relação recente, e o assinalar do Centenário é também assinalar os cem anos desta relação», salientou o Pe. Carlos Cabecinhas lembrando que «os acontecimentos de Fátima atraíram muitas pessoas e atraíram ainda as atenções da comunicação social».

«Desde o princípio que os meios de comunicação social são presença habitual aqui em Fátima, presença que testemunhou o desenvolvimento deste lugar, a expansão do lugar, as visitas dos pontífices e a fé dos peregrinos, tal modo que esse testemunho veiculado pelos meios de comunicação social nos permite escrever hoje os cem anos da história de Fátima».

O reitor do Santuário reconheceu que «a atenção mundial que Fátima tem hoje passou muito também pela importância que os meios de comunicação social lhe prestaram», muito porque «o evento sobrenatural que está na origem de Fátima é um evento de comunicação, porque contem uma mensagem com o objetivo de se tornar conhecida».

«Dar a conhecer a mensagem de Fátima faz parte da missão do Santuário», afirmou, e alertou os profissionais da comunicação social para o facto de vivermos num tempo «de pós verdade, de fake news, e de verdades alternativas, esta reflexão sobre os meios de comunicação é essencial».

«Vivemos numa era de informação, e paradoxalmente dá trabalho estar bem informado, dá muito trabalho tal é a quantidade de informação e o ritmo com que é difundida. Estas jornadas não têm a pretensão de resolver os problemas da sociedade de informação, pretende ajudar-nos a refletir Fátima deste ponto de vista».

D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima, alertou para o facto de Fátima não se reduzir a «um conjunto de devoções desconexas, fragmentadas» e «o fenómeno de Fátima vai-se desenrolando ao longo dos anos».

«O que impressiona é o contexto da mensagem não se restringe a um caminho pessoal dos videntes, tem um alcance histórico e mundial e centra-se em aspetos mundiais», salientou o prelado, uma vez que a «mensagem de Fátima assenta numa nova era marcada por dois conflitos».

Recordou que «a sombra brilhante de Fátima» abrange o século XX, «talvez o século mais cruel

 

Ao falar sobre ‘Fátima hoje: a atualidade da mensagem de Fátima’, D. António Marto recordou que foi «cético em relação ao fenómeno», mas converteu-se à Mensagem de Fátima.

A mudança de perspetiva aconteceu quando foi convidado para fazer, na década de noventa, uma conferência no Santuário de Fátima e para se organizar teve de «ler as memórias da Irmã Lúcia».

Para o bispo de Leiria-Fátima, a mensagem da Cova da Iria é a «porta-voz do clamor das vítimas» das correntes filosóficas do século XX, tal como as duas guerras mundiais: «É uma palavra profética para o nosso tempo».

A Mensagem de Fátima é «um apelo constante» para que o peregrino abra «o seu coração» e «a graça e a misericórdia» são os conceitos que sintetizam a mensagem de Nossa Senhora de Fátima aos Pastorinhos.

Na última comunicação da manhã, o diretor do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte, disse que as Aparições de 1917, na Cova da Iria, ultrapassaram fronteiras com «excecional velocidade», e que ultrapassaram as fronteiras da «história local ou regional».

«O testemunho inicial das crianças perdeu-se, não foi registado por gravadores nem por câmaras de televisão», referiu.

Nesse sentido, os registos iniciais estão ligados aos «intuitos vários» dos primeiros interrogatórios sobre um acontecimento «improvável», deixando para a posteridade «o que interessou aos interrogadores».

«As fontes que existem dependem daqueles que a registaram, na objetividade e na subjetividade com que o fizeram», acrescentou Marco Daniel Duarte.

Para o historiador, as notícias que começam a circular em 1917 fizeram com que o acontecimento se tornasse «nacional e internacional», Fátima já era «tema do interesse dos que liam as páginas dos jornais» e até de debates no Parlamento.

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