13 de março, 2014
Em nome do Santuário de Fátima, o Reitor, padre Carlos Cabecinhas, dá graças a Deus pela vida e pelo ministério do cardeal D. José da Cruz Policarpo, cuja morte inesperada aconteceu ao final da tarde de ontem, e envia condolências à sua família e ao Patriarcado de Lisboa. O Santuário de Fátima evoca desta forma a grande ligação de D. José Policarpo ao Santuário e à Mensagem de Fátima. Além das várias peregrinações internacionais a que presidiu, em Fátima, enquanto cardeal patriarca de Lisboa, foi também sob a sua presidência que a assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, celebrada nos dias 24 a 27 de abril de 2006, aprovou o texto dos Estatutos do Santuário de Fátima, os quais viriam a ser homologados pela Sagrada Congregação do Clero, no dia 13 de setembro desse mesmo ano. A partir de então, D. José Policarpo foi membro do Conselho Nacional para o Santuário de Fátima, assumindo a sua presidência, enquanto presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, nos anos de 2011 a 2013. Uma das suas últimas conferências sobre a Mensagem de Fátima teve lugar a 1 de dezembro de 2010, durante a jornada de abertura do septenário celebrativo do Centenário das Aparições. Nesse dia, no Centro Pastoral de Paulo VI, D. José Policarpo deixou uma palavra de confiança a propósito do programa anunciado para o septenário e falou da Mensagem de Fátima como proposta pastoral para a Igreja em Portugal. “Estamos agora todos a refletir sobre novos caminhos para a Igreja em Portugal. Talvez mereça a pena olhar para Fátima, ler a mensagem, mergulhar na radicalidade da nossa fé e da nossa esperança, e olhar para Maria, porque ela gosta que olhemos para ela. (…) Fátima é um programa de pastoral. Nossa Senhora veio aqui, foi aqui que o quis revelar, foi aqui que quis considerar o povo de Portugal como o seu primeiro aliado para esta proposta que é mundial, e deixou-nos um desafio muito grande. Este programa que a Reitoria preparou fez-me acordar outra vez para esta inquietação: até que ponto não está aqui um programa de pastoral? (…) Talvez encontremos aqui, de uma forma muito simples, uma certeza neste caminho para a Nova Evangelização: integrarmos Fátima no desígnio salvífico de Deus a nosso respeito”, afirmou D. José Policarpo na ocasião. Disse também: “Fátima não é outra revelação. O que é então? É a indicação de um caminho de realização do projeto de salvação anunciado, realizado, mantido por Nosso Senhor Jesus Cristo. Com uma particularidade para todos nós muito querida: é que este caminho completo – é impressionante, é completo, nada da pedagogia de Deus contida em Nosso Senhor Jesus Cristo fica de fora – situado num tempo, para Portugal e para a humanidade, é-nos dado não pelo Anjo – o Anjo veio só preparar o terreno, foi um bocado como S. João Baptista em relação ao Messias –, mas por Maria. O que mostra, como verdade claramente afirmada que no realismo da realização da salvação na História, e esse realismo tem a sua expressão máxima na cruz do Senhor e prolonga-se depois em toda a pedagogia da salvação ao longo dos tempos, Maria não dá só uma ajudazinha, ela é co-redendora. Ela merece verdadeiramente o título de partner total deste mistério que tem o seu centro em Nosso Senhor Jesus Cristo”. Ainda na manhã de hoje, 13 de março, no Santuário de Fátima, D. José da Cruz Policarpo foi lembrado, durante as celebrações da peregrinação mensal. No início da Eucaristia, celebrada às 11:00, na Basílica da Santíssima Trindade, o Vice-Reitor do Santuário de Fátima, padre Emanuel Matos Silva, afirmou: “damos graças a Deus pelo que foi o seu ministério pastoral, damos graças pelo que foi o dom da sua vida à Igreja e pedimos para ele a luz eterna, a contemplação do rosto do Pai”. O padre Emanuel deu também graças a Deus pela efeméride do primeiro ano de eleição do Papa Francisco, “dom para a Igreja”, “pastor da Igreja com a missão de a congregar na unidade”. As exéquias de D. José Policarpo estão marcadas para as 16:00 de amanhã, 14 de março, na Sé de Lisboa. |