03 de abril, 2020
Santuário evoca 101º aniversário da morte de São Francisco MartoCelebração na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima será transmitida em www.fatima.pt
O Santuário de Fátima assinalou o centésimo primeiro aniversário da morte de S. Francisco Marto, este sábado, dia 4 de abril, com uma celebração à porta fechada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, transmitida em www.fatima.pt, no canal do Youtube Santuário de Fátima e na página do Facebook. Na celebração foram recordados a vida e os traços da espiritualidade do pequeno vidente de Fátima através de uma leitura atenta de um excerto da Quarta Memória, escrita pela sua prima, Irmã Lúcia de Jesus. "Dirijamo-nos uma vez mais para os Santos Francisco e Jacinta Marto, que por singular graça foram escolhidos por Maria Santíssima no seu Coração Imaculado para se tornarem grandes testemunhos da luz de Cristo, neste momento de emergência sanitária, de dor e de prova e peçamos a sua intercessão", disse o Reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas. Assinalar esta data, no ano em que também se assinala o centenário da morte da sua Irmã, Santa Jacinta Marto, é assinalar o seu segundo nascimento, o nascimento definitivo para o absoluto. São Francisco Marto, cuja iconografia o apresenta de carapuço na cabeça e jaleca curta, com o cajado e o saco do farnel ao pescoço, nasceu em 11 de junho de 1908 e foi batizado em 20 de junho na Igreja Paroquial de Fátima. Com apenas 8 anos de idade, começou, com a sua irmã Jacinta, a pastorear o rebanho dos seus pais pela zona da Cova da Iria, local onde, juntamente com a prima Lúcia, viriam a testemunhar as Aparições, durante as quais podia apenas ver, sem ouvir ou falar. Levado pelo desejo íntimo de consolar o coração de Jesus, pois afirmava que queria dar alegria a um Deus que estava triste com os agravos ao Seu coração, Francisco viveu intensamente a oração contemplativa. Para isso, passava horas seguidas em oração em frente ao sacrário, na Igreja Paroquial de Fátima, quando a prima e a irmã iam para a escola. A 18 de outubro de 1918, pouco mais de um ano depois da última Aparição, Francisco adoece, vítima da epidemia da gripe pneumónica que assolou o país, também conhecida por gripe espanhola, a doença que chegara a Portugal no meio desse ano e em pouco tempo causou a morte de dezenas de milhares de pessoas. A 2 de abril do ano seguinte, confessa-se e recebe a comunhão pela última vez “com uma grande lucidez e piedade”, como escreve o pároco de Fátima no Livro de Óbitos, ao registar a sua morte, em 4 de abril, acrescentando: “E confirmou que tinha visto uma Senhora na Cova da Iria e Valinho”. Foi sepultado no cemitério de Fátima, de onde os seus restos mortais foram exumados, em 17 de fevereiro de 1952, e trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em 13 de março de 1952, repousando no braço direito do transepto. Francisco e a irmã Jacinta foram canonizados no Santuário de Fátima, a 13 de maio de 2017, durante a Missa da primeira Peregrinação Internacional Aniversária do Centenário das Aparições, presidida pelo Papa Francisco, tornando-se assim nos mais jovens santos não-mártires da história da Igreja Católica. A canonização tinha sido aprovada a 23 de março, quando o Vaticano anunciou que o Papa Francisco reconhecera o milagre atribuído a Francisco e Jacinta, última etapa do processo, iniciado há 65 anos. O reconhecimento de um milagre realizado por sua intercessão depois da beatificação é um processo da competência da Congregação para a Causa dos Santos, regulado pela Constituição Apostólica Divinus Perfectionis Magister , promulgada por João Paulo II em 1983. No processo de Francisco e Jacinta Marto, foi aceite como milagre a cura milagrosa de Lucas, uma criança brasileira de cinco anos, que caíu de uma janela, a uma altura de 6,5 metros no dia 3 de março de 2013, ficando em coma, com perda de tecido cerebral no lóbulo frontal direito. A oração da família e das irmãs do Carmelo de Campo Mourão, no Brasil, pedindo a intercessão de Francisco e Jacinta, resultou na cura total de Lucas, facto que os médicos não conseguem explicar. |