06 de maio, 2021

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Santuário edita publicação cientifica sobre a coroa preciosa de Nossa Senhora de Fátima

O livro contará, entre outros, com o estudo iconográfico e gemológico da coroa que passou a integrar a escultura que se venera na Capelinha das Aparições há 75 anos

 

O diretor do Museu do Santuário de Fátima anunciou  esta quarta-feira à noite a publicação de um livro com um estudo aprofundado sobre a coroa preciosa de Nossa Senhora, feita a partir das jóias oferecidas pelas mulheres portuguesas e parte integrante da Imagem desde 13 de maio de 1946. 

A informação foi dada no âmbito da primeira visita temática à exposição temporária "Os Rostos de Fátima- fisionomias de uma paisagem espiritual", sobre esta jóia que encerra uma “história de amor que se cruza com a história de um compromisso de um povo”, como salientou Marco Daniel Duarte.

“Esta coroa representa a história de uma devoção; uma história política de afirmação de uma grei, que não se limita às mulheres portuguesas mas aponta para uma catolicidade que envolve Fátima”, referiu o diretor do Museu que orientou esta visita temática, a primeira de um conjunto de visitas que se realizarão entre maio e outubro, na primeira quarta-feira de cada mês.

“Trata-se de abrir este novo ciclo de visitas, que já vai no sexto ano, com chave ouro” referiu ao sublinhar que na passagem do jubileu dos 75 anos da coroação da Imagem de Nossa Senhora de Fátima como rainha da paz e do mundo, e estando a coroa como peça tão destacada na exposição a primeira visita temática teria de abrir com a peça mais importante do espólio do Museu do Santuário de Fátima. 

O também diretor do Departamento de Estudos do Santuário percorreu a história que precedeu a execução da coroa, uma história que acompanha a própria história de Fátima e que cruza uma devoção individual com um plano mais institucional “da chamada grande história”.

Marco Daniel Duarte lembrou que além do gesto das mulheres portuguesas, de oferecerem peças dos seus tesouros pessoais para que pudessem ser fundidas e transformadas numa coroa,  a própria formulação estética da coroa, passando pela simbólica coroação feita pelo papa através de um cardeal legado até à última das peças que nela foi colocada, a bala que atingiu João Paulo II em 13 de maio de 1981, são elementos que importa estudar e desenvolver. Sobretudo, depois de em 1989 a coroa ter ficado completa, quando lhe foi encastoada a bala oferecida por São João Paulo II.

“A bala parece ser a peça que faltava à coroa e é a sua `verdadeira´ jóia, que a transforma num relicário”, afirmou o diretor do Museu do santuário de Fátima.

A coroa de ouro, que pesa 1200 gramas e tem 2650 pedras e 313 pérolas, foi feita a partir de jóias oferecidas por centenas de portuguesas. Na jóia encontram-se 950 brilhantes, 1400 diamantes, 313 pérolas, uma esmeralda grande, 13 esmeraldas pequenas, 33 safiras, 17 rubis, 260 turquesas, uma ametista e quatro águas-marinhas.

Hoje em dia, só em grandes peregrinações é que esta coroa, feita pelos joalheiros da coroa portuguesa, a casa Leitão e Irmãos, é colocada na imagem de Nossa Senhora de Fátima.

Estão previstas mais cinco visitas temáticas, agendadas para 2 de junho, com o tema Os rostos que veem: Francisco, Jacinta e Lúcia, por Ângela de Fátima Coelho, ASM, Diretora da Fundação Francisco e Jacinta Marto e Vice-Postuladora da Causa de Beatificação e Canonização da Serva de Deus Lúcia de Jesus; a 7 de julho, com o tema Os rostos que caminham: os peregrinos de Fátima, orientada por Bernardo Mendonça e Tiago Miranda, Jornalista e Repórter de Imagem; a 4 de agosto com o tema Os rostos que difundem a Mensagem, por Sónia Vazão, Investigadora do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima; a 1 de setembro, com o tema Os rostos que se opõem a Fátima, por André Melícias, Arquivista do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima; e a 6 de outubro, com o tema As celebrações de Fátima: rosto visível da comunidade orante, pelo padre Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima.  

Visitaram esta exposição mais de 5.800 peregrinos, um número “confortável” atendendo aos constrangimentos que a pandemia tem provocado, e que levou ao encerramento da exposição durante mais de dois meses.

 

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