20 de novembro, 2016

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Escultura do Anjo da Paz de Clara Menéres marca encerramento do Centenário das Aparições Angélicas

Inauguração decorreu na Capela do Anjo da Paz, no Santuário de Fátima

 

O Santuário de Fátima assinalou o encerramento das celebrações do Centenário das Aparições do Anjo da Paz este domingo, com a inauguração de uma escultura em bronze, da autoria de Clara Menéres, colocada sobre a porta de entrada da Capela do Anjo da Paz.

Esta imagem do Anjo da Paz, realizada de forma tradicional, através da modelação em barro, passagem a gesso e execução final em bronze, apresenta um vulto de expressão jovem, embrulhado num manto branco, com uma pomba numa mão e o ramo da oliveira na outra, numa clara referência ao Antigo Testamento.

A inauguração deste domingo insere-se no contexto celebrativo do primeiro Centenário das Aparições do Anjo, consideradas como um autêntico “pórtico” que franqueia a entrada no acontecimento Fátima e na sua mensagem, propondo explicita ou implicitamente, as suas mais importantes dimensões, referiu o reitor do Santuário.

“Quisemos assinalar de forma permanente a passagem deste primeiro Centenário das Aparições Angélicas. Para isso, convidámos a escultora Clara Menéres a fazer uma escultura do Anjo da Paz, que hoje inauguramos e benzemos”, justificou lembrando a simbologia desta inauguração.

“Com este ato, queremos assinalar o final do presente ano pastoral, que nos prepara para a vivência festiva do Ano Jubilar, que iniciaremos no próximo domingo”, destacou o reitor.

Para o diretor do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima (SESDI), Marco Daniel Duarte, a “arte de Fátima está a partir de hoje enriquecida não porque mais uma autora nos dá à contemplação mais uma forma de olhar para o mistério, mas sobretudo porque,  também por sugestão do Anjo  da Paz,  podemos levantar o nosso braço e tentar chegar a esse ramo de oliveira  que nos convida a entrar no mistério infindável de Deus” e  “sermos “construtores da Paz”.

Marco Daniel Duarte, que também é diretor do Museu do Santuário,  lembrou como “Deus está presente na história humana através das figuras angélicas”  e referiu-se  ao Anjo como “emissário dos Céus”.

Procurando uma explicação da escultura que hoje foi inaugurada, o responsável pelo SESDI sublinhou que “o Anjo que veste a cor  +da paz aproxima o seu rosto de forma atenta,  convencido da missão maior que como emissário deve abraçar diante da humanidade”.

“O gesto do seu rosto traduz a história que as memórias de Lúcia evocam: o Anjo faz-se imitador dos corações de Jesus e de Maria, atentos às suplicas da humanidade” referiu Marco Daniel Duarte, sem descurar a importância da presença da pomba, na mão direita da escultura, anunciando a paz e o ramo da oliveira, na mão esquerda “dirigido a cada ser humano que na terra queira levantar os seus olhos ao alto”.

Para a escultora, Clara Menéres, que afirmou ser “difícil interpretar o transcendente”, tratou-se de “uma honra e uma oportunidade trabalhar este tema tão fascinante do Anjo e da Paz” e deixou um desejo confesso : que a escultura do Anjo, colocada por cima da entrada da Porta da Capela do Anjo da Paz, na colunata sul do Recinto de Oração, “possa ser um convite permanente aos peregrinos para uma maior presença da oração pela Paz nas suas preces”

Não se conhecem as datas exatas desta anunciação angélica há cem anos, mas sabe-se, a partir das memórias da Irmã Lúcia, que terá acontecido por três vezes, tendo a primeira ocorrido por altura da Primavera.

E, ao anunciar-se três vezes aos videntes, o Anjo convoca-os para um aspeto central da mensagem de Fátima − a adoração − que se vê espelhada na oração que o Anjo ensina às três crianças: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos”.

Para assinalar os cem anos destas tão importantes aparições, o Santuário promoveu uma vigília itinerante no dia 21 de março, durante a qual se evocaram as três aparições nos lugares onde aconteceram; ofereceu um percurso imersivo multimédia em Aljustrel e Valinhos sobre “A luz do Anjo”, entre os dias 24 e 26 de junho, para além de uma série de outras iniciativas festivas.

Clara Menéres é professora emérita da Universidade de Évora, escultora e investigadora em Arte, diplomada em Escultura pelas Belas Artes do Porto e doutorada em Etnologia pela Universidade de Paris VII. 

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