06 de outubro, 2022

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Santuário de Fátima prepara nova exposição temporária centrada no Rosário

Exposição “Os Rostos de Fátima: fisionomias de uma paisagem espiritual” encerra no dia 15 de outubro. No dia seguinte o Museu do Santuário reabrirá a exposição permanente “Fátima Luz e Paz”

 

A exposição temporária “Os Rostos de Fátima: fisionomias de uma paisagem espiritual” registou até esta quarta-feira 217.458 visitantes, um número “expressivo” atendendo a que a pandemia obrigou ao encerramento do espaço e a condicionalismos vários, afirmou esta noite o diretor do Museu do santuário de Fátima e comissário da exposição, no final da última visita temática.

Esta exposição encerra no próximo dia 15 e no dia seguinte reabre a exposição permanente do Museu “Fátima Luz e Paz”, no edifício da Reitoria, após uma remodelação que beneficiou o espaço.

O Museu está, igualmente, a trabalhar a nova exposição temporária, a inaugurar a 26 de novembro, no Convivium de Santo Agostinho, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, intitulada “Rosarium: alegria e luz, dom e glória- O rosário como caminho para a Paz”, numa dinâmica que se integrará no horizonte da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, entre 1 e 6 de agosto de 2023.

A exposição “Rostos de Fátima”, que esteve patente ao público durante dois anos, proporcionou este ano seis visitas temáticas, entre maio e outubro, a última das quais realizou-se esta quarta-feira e foi conduzida por Maria Isabel Roque, que falou sobre a "Museologia: rosto da relação com o sagrado".

Maria Isabel Roque, doutora em História pela Universidade Lusíada com a tese Musealização do sagrado: Práticas museológicas em torno de objectos do culto católico, afirmou que a museografia desenvolvida nesta exposição concorre para a afirmação de uma certa narrativa, que “não sendo neutra, porque um museu de religião nunca é neutro”; pauta-se por um rigor histórico e ao mesmo tempo simbólico, que leva o visitante a refletir sobre a sua condição, a partir dos rostos que protagonizaram o acontecimento de Fátima e contribuiram para a criação e difusão da Mensagem a ele associada.

A historiadora identificou duas partes distintas na exposição: uma primeira, factual e histórica em que o visitante é convidado a conhecer os rostos das personagens que estruturaram o culto de Fátima, o difundiram e até o combateram e uma segunda mais simbólica e espiritual que nos ajuda a refletir sobre a nossa condição através de uma imuseografia do sagrado.

“A museografia aqui desenvolvida confere uma relação profunda entre a narrativa e o sagrado e, a narrativa circular que vemos nesta exposição, é reforçada por esta museografia”, concluíu.

A historiadora que integrou o grupo de trabalho para a versão portuguesa do Thesaurus: Vocabulário de objectos do culto católico e lecciona Museologia e Património arquitetónico e móvel na Universidade Católica Portuguesa e História da Arte no Instituto Superior de Línguas e Administração, já tinha conduzido outra visita temática em Fátima, em 2018, sobre o “Papel da Museologia na apresentação de conteúdos - a propósito da exposição ‘As cores do sol’: a luz de Fátima no mundo contemporâneo”.

Em março de 2019, Maria Isabel Roque apresentou uma reflexão sobre as exposições temporárias do Santuário de Fátima nas Jornadas do Museu do Santuário de Fátima em torno do tema: “Museus da Igreja, Memória de Todos”.

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