24 de junho, 2017
Santuário de Fátima oferece medalha comemorativa do Centenário das Aparições à Faculdade de Teologia da UCPReitor distinguiu a academia no final dos trabalhos do Congresso Internacional Pensar Fátima
O Santuário de Fátima distinguiu esta tarde a Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) oferecendo a medalha comemorativa do Centenário das Aparições, na sessão de encerramento do Congresso Internacional Pensar Fátima, que terminou no centro Pastoral de Paulo VI. “No ano em que a Universidade Católica Portuguesa celebra o seu cinquentenário e em que o Santuário de Fátima celebra o primeiro Centenário das Aparições, apraz-me sublinhar a longa e fecunda colaboração entre ambas as instituições, através da Faculdade de Teologia”, disse o Reitor, Pe. Carlos Cabecinhas. O responsável do Santuário afirmou ainda que foi a esta Faculdade que o Santuário recorreu para alguns estudos/eventos nomeadamente a edição da Documentação Critica de Fátima ou o acompanhamento dos seus colóquios e simpósios teológico pastorais que têm vindo a ser promovidos desde 1992, e este reconhecimento não podia deixar de ser feito. Por outro lado, disse, o Santuário tem consciência de que tem sido um campo fértil para a promoção de estudos científicos na área da teologia, a partir da sua realidade especifica. “A bidirecionalidade desta relação e o mútuo interesse de ambos levou-nos a assinar um protocolo de cooperação para os anos do septenário do Centenário e é nosso desejo que esta cooperação possa continuar”, referiu ainda o sacerdote que, em sinal de “reconhecimento e gratidão”, entregou ao diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica, João Lourenço, a medalha comemorativa do Centenário das Aparições. Por sua vez, João Lourenço expressou a vontade de que este congresso, que agora encerra, seja o ponto de partida para novas parcerias que estimulem novos trabalhos de investigação. “Fátima é um lugar de reflexão teológica que pode beneficiar muito a reflexão da Teologia em Portugal e a Mensagem é um espaço e um campo que pode continuar a crescer. Estes simpósios e estes congressos são a porta para isso” referiu o diretor da Faculdade de Teologia da UCP. “Trata-se de uma parceria que dá frutos nomeadamente para o bem do Povo de Deus”, referiu ainda. João Duque, presidente da Comissão Organizadora do Congresso referiu-se a estes quatro dias de trabalhos como um período de “grande riqueza pela quantidade e qualidade dos trabalhos apresentados” mas também “pelo ambiente de Fátima, que é único”. “Tivemos aqui uma pluralidade de abordagens que se manteve fiel à caridade cristã , ao respeito ético mas também à qualidade académica, nunca resvalando para outros níveis menos aceitáveis”, disse o professor da Faculdade de Teologia. “Aqui conseguimos debater livremente Fátima” através de um debate “sério e disso dão conta as várias ressonâncias”. As várias narrativas que se apresentam em Fátima e a partir de Fátima “convocam-nos a prestar atenção cuidada para percebermos o fenómeno que aqui se vai construindo” referiu, ainda, sublinhando que Fátima “tem sido um espaço em que a criatividade popular desafia todos igreja, políticos e investigadores”. O presidente da Comissão Organizadora Congresso Internacional Pensar Fátima afirmou que o povo “é o sujeito principal de Fátima” e disse que o debate de quatro dias desafia a um novo “pensamento teológico”. “O povo, seja especificamente como povo de Deus, seja num sentido mais vasto, é o sujeito principal de Fátima e a primeira mediação do que possa ser considerado sobre um fenómeno revelador”, afirmou João Duque na sessão de encerramento do congresso. “Deus é o sujeito através do povo e no povo”, salientou. Para João Duque a simplicidade com que Deus fala à humanidade, “culta ou inculta”, confunde “as pretensões dos arrogantes” e a todos coloca na comum situação de “pertença a uma condição de procura, de vulnerabilidade, de peregrinos”. Para o presidente da Comissão Organizadora, o Congresso desafia a “pensar as várias categorias do pensamento teológico a partir do povo, nomeadamente a mariologia e a eclesiologia”. “Fica o desafio do desenvolvimento de uma fenomenologia diversificada, a partir de raízes mais empíricas e passando pelas leituras histórica, e do desenvolvimento de uma mariologia e eclesiologia a partir deste fenómeno concreto”, sublinhou. “Fátima será durante muito tempo um lugar privilegiado para uma experiência religiosa plural e viva, numa época em permanente reconfiguração e em modalidades muito diversas das que determinaram os contextos de há um século, e também para a reflexão científica, incluindo a teológica, a partir dessa reconfiguração”, concluiu O Congresso Internacional Pensar Fátima terminou esta tarde no Centro Pastoral Paulo VI, depois de quatro dias de intenso debate, numa perspetiva interdisciplinar, que abriu novas oportunidades de estudo sobre o acontecimento de Fátima. Inserido na celebração do Centenário das Aparições, o Congresso que reuniu especialistas de várias áreas do saber cientifico- Teologia, Sociologia, Antropologia, História, Psicologia e Jornalismo- contou também com um serão cultural intitulado “Conversar Fátima Cem Anos depois”, que permitiu debater a relevância das Aparições com o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, a jornalista Helena Matos, o eurodeputado português Paulo Rangel e o historiador Henrique Leitão. O Santuário de Fátima e a Faculdade de Teologia, da UCP, convidaram o presidente do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé) para a conferência final, esta sábado; o cardeal italiano Gianfranco Ravasi que falou de ‘Fátima como promessa’.
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