14 de outubro, 2018

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Santuário de Fátima fez memória de Paulo VI este domingo, dia em que foi canonizado

Na missa dominical foram usadas as alfaias litúrgicas oferecidas pelo primeiro Papa a visitar a Cova da Iria

 

O Recinto de Oração acolheu esta manhã a missa dominical presidida pelo Pe. Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima. Nesta celebração, na qual participaram 27 grupos de peregrinos, o Santuário fez memória de Paulo VI, no dia em que foi canonizado, e usou as alfaias litúrgicas oferecidas pelo primeiro Papa a visitar a Cova da Iria.

Na homilia, o Pe. Carlos Cabecinhas convidou a uma reflexão profunda acerca das “prioridades e sobre as opções que daí decorrem”, isto porque a liturgia deste dia exorta “a eleger Jesus Cristo como prioridade da nossa vida”.

“É aí que reside a sabedoria: deixarmo-nos guiar por Ele nas nossas opções e decisões”, disse, explicando que “a fé, que leva ao seguimento de Jesus, implica sempre quer a coragem de renunciar às nossas seguranças quer a confiança n'Aquele em quem se acredita”.

Segundo a reflexão do Reitor, “a fé indica-nos as prioridades, que devem guiar as nossas opções e escolhas, e qualquer escolha significa sempre e necessariamente eleger um caminho ou uma atitude, em detrimento de outros caminhos ou atitudes”.

Nesse sentido o Evangelho desafia cada crente a escolher como prioridade “o seguimento de Jesus Cristo, da sua vontade, do seu exemplo, como critério fundamental que guia as nossas opções, as nossas escolhas”.

“É uma questão de prioridades, ser cristão, ser seguidor, discípulo de Jesus Cristo, é ter como prioridade, como objetivo mais importante, como valor fundamental, a vontade de Deus, a comunhão com Deus”, afirmou.

No entanto “Jesus não é concorrente com os nossos afetos e a vontade de Deus não se opõe ao que constitui já a nossa vida”, e “não significa ignorar a família ou desvalorizá-la, significa viver a vida familiar a partir de Deus; não significa não procurar os bens necessários para uma vida digna, significa ter a vontade de Deus, transmitida por Jesus, como guia seguro também no trabalho; não significa renunciar a procurar realização profissional, significa não deixar que isso se sobreponha aos valores mais importantes que devem nortear a nossa vida e o nosso agir”.

O Pe. Carlos Cabecinhas considera que a Mensagem de Fátima “centra-se na primazia de Deus nas nossas vidas; na prioridade que Lhe demos dar e que só Ele deve ter”, e os Pastorinhos foram exemplo do que significa dar a prioridade a Deus.

 

Visita de Paulo VI em 1967 foi lembrada na celebração

Paulo VI (1897-1978), o primeiro Papa a visitar Fátima, em maio 1967, foi canonizado pelo Papa Francisco, esta manhã, em Roma. O Santuário de Fátima associou-se a este momento festivo fazendo memória da visita do Pontífice à Cova da iria, por ocasião do 50º aniversário das Aparições.

Nesta celebração foram utilizadas duas alfaias litúrgicas oferecidas ao Santuário pelo Papa durante a sua peregrinação, nomeadamente o Cálice e o Cibório (ou píxide).

Executados pela casa Giovanni Tosi, o cálice e o cibório de ouro e de esmalte vermelho escuro, apresentam pé cónico, assente sobre base circular, sob a qual se encontra gravado o brasão pontifício de Paulo VI.

O cibório e o cálice, juntamente com uma patena, foram ofertados pelo Pontífice Romano e integram o acervo do Museu do Santuário de Fátima, encontrando-se na exposição permanente “Fátima Luz e Paz”.

Também a estátua do Pontífice, que encerrou o Concilio Vaticano II, da autoria de Joaquim Correia, e que se encontra no alto do Recinto de Oração, vai ter a partir de hoje, uma ornamentação especial.

O conjunto- tocheiro e floreira- partem do princípio de desenho já utilizado junto da imagem do Papa João Paulo II, e foi igualmente concebido pela arquiteta Joana Delgado. 

O tocheiro destaca-se do lado direito da imagem. A floreira é uma peça única, em pedra calcária, toda ela baixa. Enquadrando a  inscrição existente na base, a parte da floreira, cuja ornamentação será garantida pelo Santuário, destaca-se cerca de 5cm relativamente à pedra.

No final da missa desta manhã, os peregrinos foram ainda convidados a rezar a oração que S. Paulo VI fez em Fátima, escrita numa pagela distribuída no início da celebração. 

 

S. Paulo VI foi o o primeiro Papa a fazer viagens internacionais

S. Paulo VI foi o primeiro Papa a fazer viagens internacionais, entre as quais uma visita a Fátima. Aqui deixou um forte apelo à construção da Paz:

“A nossa oração, depois de se ter dirigido ao céu, dirige-se aos homens de todo o mundo: Homens, dizemos neste momento singular, procurai ser dignos do dom divino da paz. Homens, sede homens. Homens, sede bons, sede cordatos, abri-vos à consideração do bem total do mundo. Homens, sede magnânimos. Homens, procurai ver o vosso prestígio e o vosso interesse não como contrários ao prestígio e ao interesse dos outros, mas como solidários com eles. Homens, não penseis em projetos de destruição e de morte, de revolução e de violência; pensai em projetos de conforto comum e de colaboração solidária. Homens, pensai na gravidade e na grandeza desta hora, que pode ser decisiva para a história da geração presente e futura; e recomeçai a aproximar-vos uns dos outros com intenções de construir um mundo novo; sim, um mundo de homens verdadeiros, o qual é impossível de conseguir se não tem o sol de Deus no seu horizonte. Homens, escutai, através da Nossa humilde e trémula voz, o eco vigoroso da Palavra de Cristo: Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra, bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus” (Excerto da homilia de Paulo VI, na Missa Internacional do cinquentenário das Aparições de Fátima, no dia 13 de maio de 1967).

No encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II, Paulo VI proclamou Nossa Senhora “Mãe da Igreja” e anunciou a oferta da Rosa de Ouro ao Santuário de Fátima, com as seguintes palavras:

Resolvemos enviar proximamente, por meio de uma missão especial, a Rosa de Ouro ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, tão caro não só ao povo da nobre nação portuguesa... como também conhecido e venerado pelos fiéis de todo o mundo católico. Destarte, também nós pretendemos confiar aos cuidados da celeste Mãe a inteira família humana...”.

E no dia da sua partida para Fátima, a 13 de maio de 1967, publicou a Exortação Pastoral Signum Magnum sobre o culto da Virgem Maria, Mãe da Igreja e modelo de virtudes, que se conclui com o pedido explícito a todos os cristãos “a renovar pessoalmente a sua própria consagração ao Coração Imaculado da Mãe da Igreja”, aspeto central da mensagem de Fátima.

 

Biografia do primeiro Papa Peregrino de Fátima

Giovanni Battista Montini nasceu em Concesio, Bréscia, na região italiana da Lombardia, e foi ordenado padre ainda antes de completar 23 anos, em 1920, tendo feito doutoramentos em filosofia, direito civil e direito canónico.

Como padre, esteve ao serviço diplomático da Santa Sé e da pastoral universitária italiana, tendo vivido a II Guerra Mundial no Vaticano, onde se ocupou da ajuda aos refugiados e aos judeus.

Após o conflito, colaborou na fundação da Associação Católica de Trabalhadores Italianos, antes de ser nomeado arcebispo de Milão, em 1954; São João XXIII criou-o cardeal em 1958 e participou nos trabalhos preparatórios do Concílio Vaticano II.

A 21 de junho de 1963, foi eleito Papa, escolhendo o nome de Paulo VI, e concluiu os trabalhos do Concílio “entre várias dificuldades, estimulando a abertura da Igreja ao mundo e o respeito pela tradição”.

Paulo VI escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968), sobre a regulação da natalidade, e a ‘Populorum progressio’ (1967), sobre o desenvolvimento dos povos, tendo instituído o Sínodo dos Bispos e o Dia Mundial da Paz.

Paulo VI foi canonizado esta manha, tornando-se assim no quarto pontífice do século XX a ser canonizado, depois de Pio X, João XXIII e João Paulo II.

O pontífice que liderou a Igreja Católica entre 1963 e 1978, período em que encerrou o Concílio Vaticano II, foi beatificado pelo Papa Francisco a 19 de outubro de 2014.

Foi o primeiro Papa a fazer viagens internacionais, entre as quais a referida visita a Fátima, a 13 de maio de 1967.

A biografia divulgada pelo Vaticano aquando da beatificação referia que Paulo VI “sofreu muito por causa das crises que afetaram repetidamente o corpo da Igreja”, durante a sua vida, tendo respondido com “uma corajosa transmissão da fé, garantindo a solidez doutrinal num período de mudanças ideológicas”.

“Manifestou uma grande capacidade de mediação em todos os campos, foi prudente nas decisões, tenaz na afirmação dos princípios, compreensivo com as fraquezas humanas”, acrescentava o texto.

A 7 de março de 2018 o Papa Francisco aprovou um milagre atribuído à intercessão do Beato Paulo VI (1897-1978), abrindo assim caminho à sua canonização.

Paulo VI, o pontífice que liderou a Igreja Católica entre 1963 e 1978, período em que encerrou o Concílio Vaticano II, foi beatificado pelo Papa Francisco a 19 de outubro de 2014.

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