Santuário de Fátima associa-se à Jornada de Oração pela Paz no dia 20 de setembro
Encontro de Assis, com o Papa e os lideres religiosos mundiais, será lembrado em todas as celebrações na Cova da Iria
O Santuário de Fátima vai ter presente, em todas as celebrações do próximo dia 20, a Jornada de Oração pela Paz que vai decorrer em Assis, na Itália.
Na base desta decisão está o pedido do Papa Francisco a todas as igrejas particulares para “considerarem o próximo dia 20 como Jornada de Oração pela Paz, em concomitância com o Encontro Interreligioso “ que decorrerá nesse dia na cidade italiana.
“Dando seguimento ao que nos é pedido pelo nosso Bispo e indo ao encontro do que é solicitado pelo Papa Francisco, peço que tenham presente e explicitem em todas as celebrações oficias do Santuário, na terça-feira, dia 20, a intenção da Oração pela Paz” refere uma nota da reitoria a todos os capelães do Santuário.
Não é a primeira iniciativa do género. O encontro pela paz em Assis vai acontecer 30 anos depois do primeiro evento, promovido pelo Papa João Paulo II por ocasião da Guerra Fria e do conflito entre os Estados Unidos da América e da então União Soviética.
Em 1993, numa época dominada pelo "conflito na Bósnia e Herzegovina", e em 2002, o Papa polaco convocou de novo os líderes religiosos a trilharem "o caminho da reconciliação".
“Violência nunca mais! Guerra nunca mais! Terrorismo nunca mais! Em nome de Deus, cada religião leve ao mundo a justiça, a paz, o perdão, a vida, o amor!”, exortou na altura João Paulo II.
Estes encontros seriam repetidos em 2006 e mais recentemente em 2011, sob a vigência do Papa Bento XVI.
O encontro em setembro vai incluir "dois dias de painéis de discussão e uma jornada de oração", sendo que a comunidade franciscana de Assis, a Comunidade de Santo Egídio e a diocese local esperam que o evento marque também "o regresso do Papa Francisco à região", depois de lá ter estado recentemente, em janeiro deste ano.
"Uma oração conjunta e uma palavra unânime, fruto de uma reflexão partilhada, é a resposta que queremos suscitar", salienta o frei Mauro Gambetti, da Comunidade Franciscana, acrescentando que além dos líderes religiosos, estão também convidados "políticos, representantes da ciência e da cultura, agentes de paz e todos os homens de boa vontade".
"Juntos veremos quais são os princípios reconhecidos por todas as religiões para a paz. Qual o contributo que a política, a ciência e a cultura em geral podem propor para um futuro marcado por uma sã convivência humana", aponta o religioso.
O líder da comunidade franciscana de Assis sustenta que "diante da violência furiosa, as religiões devem dar ao mundo uma mensagem convergente" e que "a política deve fazer o esforço de traçar uma rota rumo à justiça e à paz entre os povos, combinando cada projeto com a sustentabilidade ambiental".
Que deste encontro, conclui o frei Mauro Gambetti, possam sair "diretrizes" para uma cada vez maior "integração de culturas", tendo sempre em mente o "sonho" de levar este empenho e este "modelo" a todo o mundo, à União Europeia e às Nações Unidas.
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