Santuário de Fátima assinala Dia Mundial do Migrante e do Refugiado
Missa dominical na Santíssima Trindade contou com a participação dos responsáveis da pastoral das migrações em Portugal
O Santuário de Fátima assinala este domingo, em todas as suas celebrações, o 103º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que o Papa decidiu dedicar este ano aos “migrantes menores de idade, vulneráveis e sem voz”.
Na homilia da missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade, a que presidiu, o bispo emérito da diocese de Portalegre-Castelo Branco, D. Augusto César, referiu-se aos milhares de migrantes e refugiados que “sujeitos ao capricho do tempo e à dureza cruel da guerra”, provocada por aqueles “que acham que a violência é a única forma de ultrapassar os problemas” ou que fazem a guerra movidos “pela idolatria do dinheiro”, precisam da igreja.
“Sejamos atentos e disponíveis e façamos como o evangelista João deixando-nos iluminar pela luz da ressurreição para sabermos iluminar o mundo”, disse o prelado.
“Os cristãos precisam de fazer da oração do Pai Nosso a medida da globalização e impedir que o dinheiro tome o lugar de Deus”, precisou D. Augusto Cesar lembrando que a família é o primeiro lugar onde se transmitem os valores da solidariedade e da fraternidade.
A missa em que participaram o Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio da Fonseca e a diretora do Secretariado Nacional da Mobilidade Humana, responsável também da Obra Católica Portuguesa de Migrações, Eugénia Costa Quaresma, foi concelebrada entre outros pelo reitor do Santuário de Fátima e nela participaram milhares de feis.
No Vaticano, o Papa Francisco afirmou aproveitou a recitação da oração do ângelus para falar sobre os inúmeros refugiados, sobretudo os mais novos.
“Estes nossos pequenos irmãos, especialmente quando não estão acompanhados, estão expostos a inúmeros perigos. E digo-vos que são muitos!”, denunciou, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Francisco defendeu a adoção de “todas as medidas possíveis” para garantir aos menores migrantes “a proteção e a defesa, bem como a sua integração”.
Na mensagem que escreveu para esta celebração, o Papa recordava as crianças vítimas de “exploração” ou “encaminhadas para a prostituição ou pornografia”, entregues como “escravas do trabalho infantil” e “alistadas como soldados”, e também as que são “envolvidas em tráfico de drogas e outras formas de delinquência”.
Em Portugal, a Igreja Católica assinala esta data com um encontro de agentes sociopastorais das migrações, que termina hoje.
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