26 de julho, 2020
Santuário assinala Dia dos Avós e convida a descobrir o verdadeiro “tesouro” que é DeusMilhares de Peregrinos, distribuídos em segurança pelo Recinto de Oração, foram interpelados a rezar também pelos bombeiros
O Santuário de Fátima assinalou hoje o Dia dos Avós, na memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, avós de Jesus, propondo, no final de todas as missas do programa oficial, a consagração dos avós a Nossa Senhora do Rosário de Fátima. A oração, que é um tributo ao legado de vida dos avós, e que na Missa do Recinto foi lida por um casal de avós, pede a intercessão da Virgem na devolução da esperança a todas as gerações, sobretudo neste tempo de pandemia. “Vivemos tempos difíceis, tempos de crise. E a esperança parece definhar no coração de muitos” refere a oração ao pedir a Nossa Senhora que guie a Humanidade- velhos e novos- “pelos caminhos da vida e da santidade” sem perder de vista “os valores sagrados da família, da fidelidade e do amor”. Na principal Missa dominical do Santuário, presidida pelo reitor, padre Carlos Cabecinhas, foi pedido igualmente aos peregrinos que tivessem nas suas intenções uma oração especial pelo bombeiro que ontem perdeu a vida no comabte a um incêndio em Oleiros. “Num prazo muito curto é o terceiro bombeiro que morre dando a vida pela proteção de todos nós e isso não nos pode deixar indiferentes” afirmou o responsável pelo Santuário de Fátima. Por isso, “rezemos por ele, pelos familiares que sofrem a dor da separação e da perda, pelos que ficaram feridos e por todos os que, por estes dias, combatem as chamas por todo o país.” Na sua homilia, o padre Carlos Cabecinhas falou de Jesus como o “tesouro” pelo qual vale a pena “arriscar tudo”, porque oferece “a alegria de descobrir um sentido para a vida”. O reitor do Santuário explicou que, na passagem do Evangelho lida hoje nas igrejas de todo o mundo, e que apresenta duas parábolas- a da pérola de grande e a do tesouro escondido no meio do campo- o Reino do Céu é comparado a duas realidades “preciosas” diferentes, sem que uma seja melhor do que a outra. “Também a nossa vida é feita de escolhas e de opções e não necessariamente de escolhas entre o bem e o mal, mas entre um bem e outro bem”, referiu sublinhando que são essas opções que vão “determinando a vida e o sentido que lhe queremos dar”. Ao apresentar as duas parábolas, o Evangelho interpela-nos a identificar “qual o tesouro que mais sentido dá à nossa vida” afirmou ao interpelar diretamente os peregrinos: “afinal qual é o nosso tesouro? Ser cristão é ter como prioridade Deus, viver em comunhão com Ele”. O padre Carlos Cabecinhas concluiu que o verdadeiro tesouro dos cristãos “é Deus” porque “com Ele, e na Sua comunhão, tudo o resto é visto com outra luz, a Luz de Deus, que ilumina as nossas vidas”. O sacerdote lembrou a este propósito os Pastorinhos que, depois das aparições e da forte experiência que fizeram de Deus, por meio do Anjo e de Nossa Senhora, souberam nas suas curtas vidas configurar o seu quotidiano a Deus. “Eles não deixaram de fazer aquilo que era próprio das suas idades, mas fizeram-no a partir de Deus” fosse na oração fosse na atenção aos outros. Nesta Missa já participaram alguns milhares de peregrinos que compunham o Recinto de Oração respeitando as regras de segurança, nomeadamente através do distanciamento social e do uso de máscara. Esta tarde, os peregrinos de Fátima são convidados a participar no III Encontro na Basílica, neste ano pastoral que tem por tema “Dar graças por viver em Deus”. A vice-postuladora da Causa de Canonização da irmã Lúcia vai falar sobre o “aparente paradoxo” que ao longo da sua vida Lúcia desenvolveu: saber-se profeta da mensagem que o Céu lhe entregava e o sentir crescer dentro de si a vocação para a vida contemplativa no Carmelo, numa conferência intitulada “Lúcia de Jesus: uma vida plena de Luz”. A seguir à conferência haverá um recital de órgão pelo organista do Santuário António Mota. O III Encontro na Basílica começa às 15h30 e tem entrada livre, podendo ser seguido também nas Colunatas. |