04 de março, 2020
Santa Jacinta Marto completaria 110 anos esta quinta-feiraNo ano do centenário da sua morte recordamos o essencial da biografia da mais jovem santa não mártir da Igreja
A mais nova dos três pastorinhos nasceu em Aljustrel, a 5 de março de 1910, tendo sido batizada no dia 19 desse mês, também na igreja paroquial de Fátima. Com 6 anos começa a trabalhar como pastorinha juntamente com seu irmão, acompanhando o rebanho dos seus pais. É na primavera de 1916 que a sua vida se começa a transformar, quando juntamente com o irmão e a prima, é iniciada no mistério de Deus através do Anjo da Paz que lhes aparece três vezes na primavera, no verão e no outono. No ano seguinte, em maio de 1917, novamente com os dois, testemunha as seis aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria. Afetada pela “gripe espanhola”, em 1918, Jacinta vê o seu irmão morrer em abril de 1919; foi tratada em Ourém, onde recebe a visita de Lúcia, sua prima, vidente de Fátima, que diz tê-la encontrado “feliz por poder oferecer este sofrimento” a Deus. Em janeiro de 1920, Jacinta Marto foi levada para Lisboa, para ser tratada no Hospital D. Estefânia, tendo falecido a 20 de fevereiro. A 1 de maio de 1951, os seus restos mortais foram trasladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima. Em 2017 foi proclama santa, juntamente com o irmão, São Francisco Marto, tornando-se assim na mais jovem criança não mártir proclama santa pela Igreja Católica. A pequena Jacinta foi sempre uma criança dita normal, como eram todas as crianças há cem anos atrás, tendo crescido numa família de matriz cristã e descrita por todos como uma criança sensível, alegre e curiosa. Segundo a descrição de Lúcia, nas suas memórias, Jacinta gostava de pensar, meditando e guardando tudo no seu coração, como a Senhora mais brilhante que o Sol lhe tinha ensinado. Durante a sua estadia na prisão, em Ourém, quando Lúcia lhe pede para escolher uma intenção pela qual oferecer os sacrifícios – pelos pobres pecadores, ou pelo Santo Padre, ou em reparação ao Imaculado Coração de Maria – a Jacinta não hesita em responder: “eu ofereço por todas, porque gosto muito de todas”. A vocação de Jacinta “é a compaixão”, pode ler-se no site do Santuário. “ A pequena Jacinta traduz a alegria, a pureza e a generosidade da fé, acolhida como oferta do coração de Deus e transformada, nas insignificâncias da sua vida simples de menina, em dom agradável ao coração de Deus (Rm 12,1) em favor da humanidade. A força com que a luz divina irrompeu na sua vida de criança arrebata-a definitivamente com um dinamismo novo que a faz desejar ardentemente partilhar a sua alegria”. “Essa ânsia de partilhar o amor ardente que sentia pelos corações de Jesus e de Maria fazia-a crescer no seu cuidado pelos pecadores. Todos os pequenos detalhes do seu dia de pastorícia, todos os incómodos dos questionários sem fim a que era sujeita, todas as contrariedades da sua doença eram motivo de oferta a Deus pela conversão dos pecadores. Outras vezes, partilhava com os pobres a sua merenda, oferecendo o seu jejum em sacrifício, como sinal do dom da sua vida toda por amor de Deus e da humanidade”, prossegue a biografia e os traços da espiritualidade de Jacinta, de Fátima. “O lume que trazia no peito irradiava e não deixaria de se expandir enquanto não contagiasse, pela dinâmica teologal da oração e do sacrifício, todos os homens e mulheres, particularmente os homens ingratos, isto é, todos os que não se acolhem na Graça. A vocação da Jacinta é a compaixão”, conclui. No ano em que se assinala o centenário da sua morte, o Santuário invocará em todas as celebrações a memória da mais jovem dos três videntes de Fátima. Também, a partir do dia 11 de março em https://www.criancasmorteluto.fatima.pt/estão abertas as inscrições para participação nas jornadas internacionais "As crianças, a morte e o luto", que se realizarão de 7 a 10 de maio em Fátima, reunindo especialistas de várias áreas- educação, saúde e pastoral- para debater a questão da morte e do luto nas sociedades atuais.
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