08 de setembro, 2024

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Sair, olhar e abraçar são os ingredientes para a dignidade, defende Cristina Sanz

Teóloga espanhola foi a oradora do Encontro na Basílica desta tarde.

 

A teóloga espanhola Cristina Inogés Sanz apresentou, esta tarde, uma reflexão sobre a dignidade humana e o papel de cada cristão na construção de um mundo mais justo e compassivo, durante o Encontro na Basílica de Nossa Senhora do Rosário. Na conferência, realizada em português, Cristina Sanz estabeleceu o amor como imperativo para a dignidade, sintetizando a ação necessária para essa meta nos verbos sair, olhar e abraçar.

"A palavra dignidade está intimamente relacionada com humanizar e implica abandonar as nossas ilusões narcisistas de independência para nos reconhecermos como cada vez mais dependentes uns dos outros", explicou, incentivando ao encontro fraterno e recíproco.

Durante a sua intervenção, a teóloga, que integra a Comissão Metodológica do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, apontou caminhos para uma sociedade mais justa, apelando a um cristianismo comprometido com os problemas sociais.

"Trata-se de olhar para a sociedade como um espaço de vinculação, de desenvolvimento e libertação da pessoa. É nela que devemos cuidar da dignidade e respeitar os direitos da pessoa, fundados nessa dignidade", afirmou.

Cristina Sanz também destacou a forte ligação entre dignidade e ternura, descrevendo-a como "o ato de aprender a reconhecer o bem, a bondade e a beleza que vivem nos outros, por mais diferentes que sejam de nós ou por mais desfigurados que possam estar pelas circunstâncias".

A teóloga apelou ainda a uma "Igreja do quotidiano", baseada na fraternidade e no acolhimento do próximo.

"Abraçar o irmão é muito mais do que um abraço físico. É um abraço de compromisso e de entrega. […] Abraçar a dignidade de todos os seres humanos significa trabalhar na nossa unidade, na diversidade da Igreja", explicou.

Na conclusão, a teóloga apresentou a justiça social como uma “exigência evangélica”, sustentando a ideia no próprio magistério do Papa Francisco, no seu “apelo constante a olhar para a proposta de Jesus, partindo de uma conversão pastoral, que tenha como coluna vertebral a condição de voltar para Deus através dos pobres”.

O encontro terminou com um recital da mezzo-soprano Nélia Gonçalves, acompanhada ao órgão por José Carlos Oliveira.

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