16 de outubro, 2023

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«Rezar com os pés» pretende eternizar um percurso de mais 140km e interpelar mais pessoas à peregrinação

Documentário surgiu em consequência da iniciativa #AndaComMaria, que ligou Fátima e a Jornada Mundial da Juventude Lisboa (JMJ), numa parceria entre o Corpo Nacional de Escutas (CNE) e o Santuário de Fátima

 

O documentário «Rezar com os pés» foi apresentado em Fátima. O nome foi inspirado nas palavras do Cardeal José Tolentino Mendonça e conta a história dos 400 peregrinos que participaram na iniciativa #AndaComMaria, uma parceria entre o Corpo Nacional de Escutas (CNE) e o Santuário de Fátima. Estes jovens, oriundos de Portugal, França, Madagáscar, Ruanda, Haiti, e Brasil, caminharam, des 27 a 31 de julho, ao longo de 140 quilómetros, entre Fátima e a Jornada Mundial da Juventude Lisboa (JMJ), sempre acompanhados pela Imagem da Virgem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima.

O realizador, Pedro Cunha, e a sua equipa acompanharam os cinco dias desta jornada, que passou por Minde, Alcanena, Pernes, Verdelho, Santarém, Cartaxo, Azambuja, Vila Nova da Rainha, Carregado, Vila Franca de Xira e Lisboa. Durante o percurso, foram testemunhas da aventura vivida, da superação e da experiência de fé pessoal e partilhada nos locais de pernoita com as comunidades locais, em procissões noturnas, tendo como destino final Lisboa.

“A peregrinação foi muito desafiante não só para os escuteiros, mas para nós também que estávamos do outro lado a documentar o que estava a acontecer”, explicou o realizador.

“Tentei acompanhá-los o máximo possível, e estar envolvido nesta atividade foi uma experiência muito boa, que mexeu muito comigo, quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista psicológico, porque não estava à espera de encontrar pessoas tão abertas, com uma esperança e fé no mundo tão grandes”, acrescentou Pedro Cunha, que apesar deste trabalho ser o primeiro nestes moldes, se mostrou muito feliz com o resultado.

“Não sabíamos o que íamos encontrar, e encontramos uma série de situações diferentes, mas acima de tudo encontramos 500 pessoas todas diferentes, e foi desafiante conseguir conjugar tudo isso, mas também foi algo muito bonito”, reiterou, mostrando-se “impressionado com a perseverança, porque andavam o dia inteiro e no fim do dia era alegria e festa sempre”.

Para o Pe. Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, este documentário tem uma grande “força simbólica”, pois “manifestou alegria desta atividade, que foi uma oportunidade única de envolver os jovens”.

O sacerdote recordou que o Santuário de Fátima tem vindo a desenvolver de há uns anos a esta parte várias atividades com escuteiros, mas esta foi de facto “especial”, pois “foi uma experiência que fica na memória de quem a viveu, e agora com o documentário chega a outras pessoas, para que possam de alguma forma sentir-se interpeladas também a fazerem-se peregrinas”.

Um dos responsáveis pela atividade, Paulo Santos, considera este documentário uma “surpresa muito positiva, estamos muito emocionados”.

O escuteiro falou da experiência da peregrinação, e da surpresa do caminho, “pela forma como 400 jovens, muitos deles não conheciam a história de Fátima, não tinham devoção a Nossa Senhora e aos poucos foram-se entregando às atividades, e desenvolvendo uma devoção”

Ao longo da peregrinação “cantaram, levaram o andor, chegaram a Lisboa devotos”.

A imagem da Virgem Peregrina de Fátima chegou a 1 de agosto ao Terreiro do Paço, onde foi acolhida por centenas de pessoas, no fim de uma viagem de barco iniciada em Vila Franca de Xira, última etapa do percurso entre a Capelinha das Aparições e Lisboa.

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