23 de dezembro, 2018

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Reitor do Santuário pediu aos peregrinos para não terem “vergonha” do presépio

Pe. Carlos Cabecinhas falou da “importância” de voltar a “trazer Jesus Cristo para o natal”

 

 

O Pe. Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima, presidiu esta manhã à missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade.

No momento final do Advento, onde a liturgia fala dos acontecimentos que antecederam o nascimento de Jesus, a figura que “emerge” é naturalmente Maria, por ser “o melhor modelo de vivência deste tempo do Advento, precisamente por ter sido ela a viver de modo mais intenso o primeiro Advento, a viver como ninguém a expectativa do nascimento de Jesus, seu filho”, disse o Pe. Carlos Cabecinhas, lembrando que é ela quem “nos conduz neste tempo final do advento”.

“A alegria que acompanha, em crescendo, ao longo do tempo do Advento e que marca a celebração do Natal, é uma alegria verdadeira porque o Senhor está próximo e Se faz presente, de muitos modos na nossa vida”, disse, afirmando ainda que este sentimento é “de alguém que espera alguém querido”.

Para o Reitor, cada pessoa é desafiada “a aprender com Maria e como Maria a trazer de novo Jesus para a celebração do Natal”.

“Pode parecer estranho dizer isto assim, mas se olharmos bem, talvez não seja assim tão estranho, porque o Natal tem vindo a perder o seu conteúdo Cristão e hoje quando se fala de Natal, as referências a Jesus e ao seu nascimento, que é o acontecimento que está na origem e dá sentido ao Natal praticamente desapareceram, e assim somos convidados com Maria a levar Jesus de novo para o Natal”, alertou.

Nos dias que correm, “fala-se mais facilmente de um qualquer vago “espírito de Natal”, que do nascimento de Jesus e isto é preocupante”.

“Fala-se de um espirito de Natal, mas o que é que é isso? Concretamente o que significa?”, questionou o Pe. Carlos Cabecinhas, deixando o desafio a cada de peregrino de “trazer de novo Jesus Cristo para o centro do nosso Natal cristão”.

A referência cristã deixa de ser explícita, e por isso “o Natal apresenta-se cada vez mais como a festa da família, festa do amor universal, a festa da paz, e é tudo isso mas não é apenas isso”, reiterou ainda, e explicou que o grande risco é que neste contexto “sejam os presentes e a consoada a prender todas as nossas atenções, e a verdade é que nenhuma destas dimensões é alheia à celebração do Natal cristão, nada disto está mal, tudo isso é bom, desde que não perca o seu centro”.

“Porque é com Jesus Cristo que tudo o resto ganha sentido: ganham sentido as árvores de Natal e as luzes que enfeitam as nossas ruas e as nossas casas, porque Jesus vem como verdadeira luz; ganham sentido os presentes e os encontros de família; ganham sentido as campanhas de solidariedade e os apelos à paz... Não podemos é perder isso, porque tudo o resto se desmorona como um castelo de cartas, e tudo isto é um risco natural, de ter um Natal vazio, com um espirito algo vago, que nenhum de nós consegue definir”, disse.

Segundo o Reitor, “é com Ele e por causa d’Ele que o Natal é momento de alegria! Cabe-nos juntamente com Maria levar Jesus Cristo de regresso ao Natal”, e “é verdade que vivemos em sociedades cada vez mais plurais, em que um grupo significativo de pessoas não se identifica com a fé cristã e que nos merecem o maior respeito, porém, respeito, não implica, nem pode implicar, que deixemos de testemunhar a nossa fé”.

“Não temos porque nos envergonhar de Jesus Cristo, esse Jesus Cristo que está no presépio, no centro da celebração do natal e da nossa fé”, afirmou.

Na conclusão da sua reflexão, o Pe. Carlos Cabecinhas desafiou cada peregrino a “levar a outros, sobretudo pelo testemunho da nossa vida, a mensagem feliz de que Jesus Cristo vem à nossa vida, cabe-nos a nós, cristãos, trazer de novo Jesus para a celebração do Natal, não nos envergonharmos do presépio que tem Jesus Cristo no seu centro. Cabe-nos a nós, cristãos, restituir Jesus à festa ao Natal”.  

O Santuário de Fátima vai viver o tempo de Natal de forma intensa e especial. No dia 24 de dezembro, pelas 23h00, na Basílica da Santíssima Trindade, os peregrinos são convidados a participar na Missa do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.Neste dia, não haverá recitação do Rosário às 21h30.

A 25 de dezembro, solenidade do Natal do Senhor, a Eucaristia é celebrada pelas 11h00, na Basílica da Santíssima Trindade. Neste dia, em todas as Missas há osculação da imagem do Menino Jesus.

Este ano, a coleta da celebração irá para os projeto Nô Kume Sabi, em Cacheu, uma das regiões da Guiné-Bissau, onde a missionação está a cargo da Congregação das irmãs Franciscanas de Nossa Senhora da Aparecida, do Brasil, e para a Escola Antero Sampaio, dinamizada pelos padres Franciscanos, para compra de mesas para as novas salas de aula decorrentes da extensão da escola da 9ª classe para a 12ª classe.

Na tradicional Mensagem de Natal, o Reitor do Santuário de Fátima, o Pe. Carlos Cabecinhas, lembra a “condição humana”, que é condição de peregrino e a nossa vida uma peregrinação.

“No mistério do Natal, Deus faz-se peregrino connosco e nosso companheiro de viagem”, explica, “toda a vida de Jesus Cristo é apresentada pelos Evangelhos como uma caminhada, uma viagem, uma peregrinação”.

Na mensagem o Reitor dá graças “por peregrinarmos em Igreja e por descobrirmos no Deus-Menino do presépio, Jesus Cristo, o Deus que se faz nosso Companheiro de viagem, o Guia e o Caminho que nos conduz à vida plena”.

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