23 de outubro, 2022

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Reitor do Santuário desafia peregrinos a serem humildes diante de Deus e dos irmãos

O sacerdote sublinha que “não há conversão sem o reconhecimento humilde de que somos pecadores”

 

O Santuário de Fátima acolheu esta manhã três peregrinações nacionais da família Blasiana, da Legião de Maria e dos Missionários Monfortinos, que se juntaram a mais 10 grupos de peregrinos que se anunciaram nos serviços do Santuário de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha e Bélgica, a quem o reitor desafiou a imitar a humildade dos santos Pastorinhos diante de Deus e do próximo.

A partir da liturgia deste 30º Domingo do Tempo Comum, em que Jesus apresenta a parábola do fariseu e do publicano, que nos fala da relação com Deus e com os outros, sublinhando o contraste entre a oração de um fariseu, um homem cumpridor escrupuloso da lei de Deus, e um publicano, tido por pecador e pessoa pouco recomendável, e desafia ao questionamento sobre com qual dos dois nos identificamos, o padre Carlos Cabecinhas afirmou que “a humildade é condição para a relação com Deus".

“Não há nunca conversão que não comece por este humilde reconhecimento de que diante de Deus não temos méritos, de que sempre temos necessidade de recentrar a nossa vida em Deus, de que não somos melhores nem superiores aos demais”, afirmou.

O responsável do Santuário colocou em contraste as duas atitudes dos protagonistas da parábola: “A sua oração (do fariseu) não é encontro com Deus, mas apenas encontro consigo mesmo; é um hino à autossuficiência, que tem como natural consequência o desprezo pelos outros” ao passo  que a humildade (do publicano), sabendo que nada é seu, confia em Deus e confia-se à Sua misericórdia, torna-o mais empático e compreensivo diante das fragilidades alheias”.

Por outro lado, destacou outro elemento que a liturgia deste domingo coloca em evidência: a humildade pressupõe a rejeição da superioridade em relação aos outros.

“A Parábola ensina-nos a não julgarmos os outros pelas aparências, a não vivermos a partir dos preconceitos que criámos, a cultivarmos a empatia nas nossas relações mútuas”, concluiu lembrando que a conversão, a que a mensagem de Fátima apela com “veemência” tem este itinerário evangélico, que os pastorinhos, Francisco e Jacinta Marto, seguiram e que hoje “somos exortados a seguir”.

“Na mensagem de Fátima, com o seu veemente apelo à conversão e a recentrarmos a nossa vida em Deus, e no exemplo de vida dos santos Pastorinhos, sempre humildes diante de Deus e dos outros, sempre compreensivos e empáticos diante das fragilidades e sofrimentos dos demais, encontramos eco do Evangelho e exortação a vivê-lo”, afirmou.

“Peçamos ao Senhor que nos ajude a reconhecer humildemente a nossa fragilidade, sempre necessitada da misericórdia de Deus, e que nos dê a graça de sabermos testemunhar, na relação com os outros, essa mesma misericórdia”.

Na oração dos fiéis rezou-se pelos missionários e todos aqueles que evangelizam “para que o amor de Deus os reanime na fé e na vontade de anunciar o Senhor”.

A Igreja Católica celebra este domingo o Dia Mundial das Missões, para o qual o Papa aponta novos horizontes “geográficos, sociais, existenciais” às comunidades católicas.

“Não existe qualquer realidade humana que seja alheia à atenção dos discípulos de Cristo, na sua missão. A Igreja de Cristo sempre esteve, está e estará ‘em saída’ rumo aos novos horizontes geográficos, sociais, existenciais, rumo aos lugares e situações humanos ‘de confim’, para dar testemunho de Cristo e do seu amor a todos os homens e mulheres de cada povo, cultura, estado social”, escreve Francisco, na sua mensagem para esta celebração, divulgada a 6 de janeiro deste ano, solenidade da Epifania do Senhor e Dia da Infância Missionária.

O texto intitulado ‘Sereis minhas testemunhas’, inspirado numa passagem do livro bíblico dos Atos dos Apóstolos (At 1, 8); o Dia Mundial das Missões celebra-se no penúltimo domingo do mês de outubro.

O Papa sustenta que a missão será sempre ‘também missio ad gentes’, considerando que “a Igreja terá sempre de ir mais longe, mais além das próprias fronteiras, para testemunhar a todos o amor de Cristo”.

“Na evangelização, caminham juntos o exemplo de vida cristã e o anúncio de Cristo. Um serve ao outro. São os dois pulmões com que deve respirar cada comunidade para ser missionária”, afirma o Papa.

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