04 de dezembro, 2022
Reitor do Santuário de Fátima aponta a escuta da palavra, a oração e a caridade como caminhos para conversão, neste tempo de AdventoMissa deste II Domingo do Advento, foi presidida pelo Pe. Carlos Cabecinhas
O reitor do Santuário, o Pe. Carlos Cabecinhas, na homilia da missa deste II domingo do Advento, na Basílica da Santíssima Trindade, o propôs aos peregrinos presentes a escuta da Palavra, a oração e a atenção ao próximo como caminhos da conversão a que somos chamados para a vinda do Messias. O sacerdote começou por referir o “veemente apelo à conversão”, presente na liturgia deste dia. “É preciso prepararmo-nos para a acolher o Senhor que vem e a preparação fundamental e prioritária é a conversão”, disse, explicando que à medida que o Natal se vai aproximando “há muitos aspetos a preparar, e a liturgia diz que é preciso preparar o coração”. O reitor apresentou a “figura singular” de João Baptista, “uma das figuras mais marcantes deste tempo do Advento”, pois “incarna esse apelo”. Assim, “a primeira mensagem que João Baptista nos deixa para este tempo de Advento é que é urgente prepararmos o nosso coração para acolher o Senhor, pois não é possível acolhê-l’O sem um esforço real de conversão, sem essa mudança de mentalidade, de direção e de vida”. “Não se trata de uma qualquer mudança superficial, a conversão significa tomar consciência do que precisa de ser modificado na nossa vida para podermos acolher efetivamente a Jesus”, alertou o Pe. Carlos Cabecinhas. O tempo do Advento “aparece assim como uma oportunidade de olharmos para a nossa vida à luz de Deus para tomarmos consciência do que nos afasta d’Ele, daquilo que nos impede de Lhe darmos lugar no nosso dia a dia”. O sacerdote considera que isto só é possível “quando confrontamos a nossa vida com Deus, na Sua Palavra e na oração”. Por isso, o tempo do Advento “é tempo de oração mais intensa e frequente, e é igualmente tempo de mais atenta escuta da Palavra de Deus”. “Precisamos de nos confrontar com Deus, escutar a Sua palavra e perceber para onde orientar a nossa vida”, reiterou. João Batista chama ainda a atenção para o “grande perigo” que é o de “pensarmos que não precisamos de conversão, que isso é para os outros”. “Tal presunção que não era exclusiva daquele tempo, pode também atingir-nos hoje, e não é senão uma forma de incapacidade de reconhecimento dos próprios limites”, afirmou o Pe. Carlos Cabecinhas, apontando o primeiro passo para a conversão, o reconhecimento que a conversão é necessária, “que temos aspetos da nossa vida a corrigir e a melhorar, e sem esta consciência humilde dos nossos limites, não é possível a conversão”. A vida de João Batista “dá testemunho de uma vida voltada para o essencial; dá testemunho da consciência clara das prioridades na sua vida, e a prioridade fundamental era dar Lugar primordial a Deus e preparar o caminho do Senhor”. Na mensagem de Fátima “encontramos um estímulo” para uma vivência intensa deste tempo de Advento, “em consonância com os apelos de João Baptista”, pois é possível encontrar o apelo à conversão, o exemplo, na vida dos Pastorinhos, “da clara identificação das prioridades, distinguindo claramente o essencial do acessório e, consequentemente, dando a Deus o lugar central nas suas vidas”, bem como a exortação à oração, “que é o pedido mais insistentemente feito nas aparições”. A mensagem de Fátima “guia-nos de forma muito concreta na vivência deste tempo de Advento”, concluiu. A partir do dia 5 de dezembro a Casa da Irmã Lúcia, em Aljustrel, encerra temporariamente ao público, para obras de requalificação. As obras irão decorrer durante o primeiro semestre do ano de 2023. Em data oportuna o santuário anunciará a reabertura deste espaço museológico. A casa em que nasceu e viveu Lúcia de Jesus, a mais nova de seis irmãos, localiza-se em Aljustrel, a cerca de 2 quilómetros do Santuário de Fátima. Aí se efetuaram os primeiros interrogatórios aos videntes e no seu quintal existem ainda as figueiras à sombra das quais os três pequenos pastores brincavam e se escondiam quando procurados por curiosos ou peregrinos. Em 1981, a Irmã Lúcia ofereceu a casa ao Santuário, que dela tomou posse apenas em 1986. O espaço envolvente da casa foi arranjado e no seu quintal construiu-se um novo Posto de Acolhimento e Informações, inaugurado em agosto de 1994. |