01 de janeiro, 2017
Reitor do Santuário de Fátima alerta para novas formas de violência «que também matam»Convite à paz esteve presente em todas as celebrações do primeiro dia do ano 2017
O Pe. Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, celebrou esta tarde na Basílica da Santíssima Trindade a eucaristia dominical, onde falou de Nossa Senhora enquanto «Rainha da Paz», pois «A paz é a síntese de todos os dons e bênçãos de Deus; é esse dom que pedimos a Deus, especialmente neste primeiro dia do novo ano, Dia Mundial da Paz». «Mas a paz, dom de Deus que pedimos no início deste novo ano, é igualmente tarefa nossa, missão que nos é confiada», relembra o sacerdote, que aceitando o desafio do Papa Francisco, recorda a «Não violência como estilo de vida»: «A não-violência pertence à identidade cristã, pois foi o próprio Jesus que traçou esse caminho e o percorreu até ao fim, até à cruz.» O reitor do Santuário de Fátima chamou atenção para um «mundo dilacerado por guerras e conflitos de todo o género, que se torna patente nos conflitos armados em diferentes países, com o longo cortejo de vítimas inocentes, de deslocados e refugiados, obrigados a abandonar os seus países e muitas vezes perseguidos, explorados e desprezados nos lugares de acolhimento; nos atentados terroristas que se multiplicam – como aconteceu ainda esta noite na Turquia –; na exploração dos migrantes e na multidão de vítimas de tráfico humano, potenciados por esses conflitos armados», o que só origina «vítimas inocentes». «Mas a ausência de guerra não é, por si mesma, sinónimo de paz», reiterou o Pe. Carlos Cabecinhas. «As nossas sociedades conhecem muitas outras formas de violência: a corrupção, o crime organizado, a exploração económica, a pobreza e exclusão social, a violência doméstica, a indiferença diante do sofrimento alheio, a solidão... são outras tantas formas de violência, que atentam contra a paz e que também matam», alertou o Santuário de Fátima. Em pleno Ano Jubilar do Centenário das Aparições, na Cova da Iria, o responsável disse que a mensagem de Fátima é «mensagem de paz». «Aqui, Nossa Senhora pediu insistentemente que rezássemos “o terço todos os dias para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra”. Rezemos, pois pela paz, e peçamos ao Senhor, por intercessão de Maria, Rainha da Paz, que nos ajude a fazermos “da não-violência ativa o nosso estilo de vida”». No primeiro dia do ano 2017, e a viver o Ano Jubilar do Centenário das Aparições, o Santuário de Fátima fez um convite à paz em todas as celebrações. Na liturgia, no dia 1 de janeiro celebra-se a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus e o Papa Francisco na sua mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz, mostra precisamente a Virgem Maria como «guia» na construção de um mundo melhor. O Sumo Pontífice, que esta manhã presidiu à celebração eucarística na Basílica de São Pedro considerou que «celebrar, no início de um novo ano, a maternidade de Maria como Mãe de Deus e nossa mãe significa avivar a certeza que nos há de acompanhar no decorrer dos dias: somos um povo com uma Mãe, não somos órfãos». Este domingo, primeiro dia do ano, assinalou-se também no Santuário o 57º aniversário do Sagrado Lausperene, com uma procissão do Santíssimo Sacramento desde a Basílica da Santíssima Trindade até à capelinha das Aparições. A adoração perpétua, dia e noite, do Santissimo Sacramento foi iniciada no Santuário da Cova da Iria por D. João Pereira Venâncio, bispo de Leiria, a um de janeiro de 1960. A adoração foi confiada às Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores da Fátima, residentes em Fátima. Assim, o Lausperene foi instituído em toda a diocese, solicitando a colaboração de todas as paróquias e comunidades religiosas, para passarem diante do Santíssimo Sacramento. |
