25 de janeiro, 2019

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Reitor do Santuário de Fátima afirma que a visita da Imagem da Virgem Peregrina “está a superar todas as expetativas”

Virgem Peregrina de Fátima integra pela primeira vez o programa oficial de uma Jornada Mundial da Juventude

 

A visita da Imagem número 1 da Virgem Peregrina de Fátima ao Panamá está a “superar claramente as nossas expetativas” quer “como manifestação de fé e de devoção do povo do Panamá” quer como expressão “da aceitação do exemplo de Maria que nos convida a seguir Jesus por parte dos jovens” disse esta sexta feira o reitor do Santuário de Fátima, Pe. Carlos Cabecinhas, numa conferência de imprensa feita a pedido dos organizadores das jornadas, que se realizou de manhã (17h00, hora de Lisboa) no International Press Center da JMJ 2019.

“A receção da Imagem tem sido extremamente calorosa; ficámos positivamente surpreendidos porque superou as expetativas mais otimistas” sublinhou o sacerdote que durante a conferência de imprensa, com jornalistas nacionais e internacionais, se desdobrou em entrevistas juntamente com a restante comitiva- o responsável pelo Departamento de Pastoral da Mensagem de Fátima, Pe. José Nuno Silva e Marco Daniel Duarte, diretor do Departamento de Estudos e do Museu do Santuário de Fátima.

O Reitor teve oportunidade de explicar os motivos que levaram o Santuário a autorizar a deslocação desta Imagem:  por um lado, o convite feito pelo arcebispo do Panamá, Monsenhor José Domingo Ulloa Mendieta; por outro, o reconhecimento da “grande devoção do povo do Panamá a Nossa Senhora” e, finalmente, a temática desta Jornada ser totalmente mariana.

“Todos estes motivos fortes levaram-nos a decidir que a Imagem Peregrina que viria seria a original, que várias vezes percorreu o mundo inteiro e que desde o ano 2000 já não sai habitualmente do Santuário”, destacou o Pe. Carlos Cabecinhas.

O sacerdote lembrou que a Imagem, apesar de estar integrada no programa oficial da JMJ2019, o que constitui uma absoluta novidade, tem cumprido um programa paralelo que a tem levado às periferias, procurando também alcançar um dos objetivos definidos pelos organizadores da JMJ 2019 que têm chamado a atenção para a necessidade da Igreja não esquecer as periferias. E, deu como exemplo a visita ao Centro Penitenciário Feminino da Cidade do Panamá.

“Recordo que a Imagem visitou o Centro Penitenciário Feminino da Cidade do Panamá, proporcionando às reclusas um momento espiritual de oração diante da Virgem e, por outro lado, um momento de festa, devidamente preparado”, afirmou o reitor do Santuário.

“A experiência que fizemos foi de enorme comoção pelo que as reclusas sentiram e a forma como conseguiram viver aquele momento devidamente preparado com catequese, com meditação do rosário” salientou o Pe. Carlos Cabecinhas.

“Foi um momento em que se deu uma atenção especial a quem está excluído. Nestes dias festivos, com a presença do Papa, é fácil esquecermos quem não tem visibilidade, quem é excluído e deixá-los fora da festa. A visita assinalou esta atenção, tal como a visita do Papa hoje a outra prisão. Foi um momento particularmente intenso” reforçou.

Na conferência de imprensa também usaram da palavra os restantes elementos que integram a equipa do Santuário.

O Pe. José Nuno Silva, diretor do Departamento de Pastoral da Mensagem de Fátima, afirmou que “tem sido uma experiência muito satisfatória” que “tem permitido perceber que esta ligação a Nossa Senhora de Fátima não é exclusivamente portuguesa; os jovens de todo o mundo têm uma grande ligação a Nossa Senhora. Trata-se de uma relação que ultrapassa os limites de Portugal e que atinge outros continentes e outras culturas” .

Dirigindo-se depois em castelhano aos jornalistas presentes, na sua esmagadora maioria da América Latina, o sacerdote lembrou as linhas mestras que norteiam a Pastoral Juvenil no Santuário e sublinhou as questões fundamentais da Mensagem de Fátima “como essenciais para os tempos de hoje”, nomeadamente a necessidade de oração, o lugar que damos a Deus na nossa vida, a conversão, a atenção ao outro e o sacrifício.

Marco Daniel Duarte, diretor do Departamento de Estudos e do Museu do Santuário, por seu lado, destacou aspetos relacionados com a própria Imagem cuja presença entronca naquilo que podemos dizer quando olhamos para o fenómeno de Fátima à escala global.

“Fátima inicia o seu percurso em 1917 e hoje todos entendem que Fátima se transformou neste fenómeno. A presença da Imagem Peregrina dentro da história de Fátima é das manifestações mais claras dessa globalização”.

O responsável explicou o processo de construção da Imagem, em 1947, segundo as indicações da Irmã Lúcia, que deu instruções claras ao escultor sobre a figuração da Virgem Maria segundo aquilo que foi a perceção das três crianças, e falou também das sucessivas viagens que a imagem realizou. Desde logo a partir de 1947, percorrendo toda a Europa que procurava erguer-se da devastação provocada pela II Guerra Mundial a onde levou uma mensagem de Paz.

Em menos de uma década esta Imagem percorreu todos os continentes num total de quilómetros equivalente a 15 voltas ao mundo.

“É a escultura mais viajada de sempre”, afirmou lembrando que esta é apenas uma das imagens da Virgem Peregrina de Fátima que todos os anos é solicitada para se deslocar a vários lugares do mundo.

A Imagem esta tarde vai permanecer na Tenda do Perdão, onde os jovens se concentram para rezar e amanhã estará na zona principal das celebrações com o Papa, estando prevista uma Vigilia que integra uma procissão e a recitação do Rosário.

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