01 de março, 2022
Reitor do Santuário de Fátima adverte para o tempo da Quaresma enquanto “tempo para uma maior atenção aos outros e às suas necessidades”Vítimas da guerra na Ucrânia foram lembradas de forma particular nesta celebração
O padre Carlos Cabecinhas presidiu esta manhã à Missa com a imposição das Cinzas, que marca o início da Quaresma, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. A Quaresma é “por excelência, o tempo da conversão, o tempo favorável que Deus nos oferece para prepararmos o nosso coração e a nossa vida para a celebração da Páscoa”, começou por explicar o sacerdote na homilia que proferiu. O primeiro passo a dar nesta “caminhada de conversão quaresmal é o reconhecimento de que precisamos de conversão, não há caminho que não comece por essa consciência”. Deste modo, “é esse o sentido da imposição das cinzas, é gesto de reconhecimento da necessidade de conversão por parte de cada um de nós”, explicou o padre Carlos Cabecinhas, alertando os peregrinos presentes e todos os que acompanharam a celebração através dos meios de comunicação social e digital, para o facto desta conversão só ser possível “onde há consciência do pecado, que afasta de Deus, é igualmente fundamental a consciência da misericórdia de Deus, e sabermos que Deus nos espera sempre pronto a perdoar”. “É, pois, a consciência da misericórdia de Deus e a certeza do seu perdão que tornam possível a conversão”, reiterou o sacerdote. Assim, em todo este caminho, “é o coração que importa e que temos de orientar para Deus, e se o fizermos, também as nossas ações manifestarão essa união com Deus e a sua vontade”. O Evangelho hoje proclamado “ajuda-nos a concretizar este caminho de conversão, apontando-nos três importantes aspetos da vivência quaresmal: a oração, as práticas penitenciais e o amor ao próximo”, recorda o reitor do Santuário, considerando ainda a Quaresma como tempo de oração mais intensa e de escuta mais assídua da Palavra de Deus, “pois é na relação com Deus e no confronto da nossa vida com a Sua Palavra que nos damos conta da necessidade de conversão”. “As práticas penitenciais são outro caminho para a conversão, neste tempo quaresmal e a tradição cristã fala sobretudo do jejum”, e desta forma “renunciar a algo, de que o alimento é apenas um sinal sensível, faz parte da nossa pedagogia da Quaresma”. A Quaresma é também “tempo para uma maior atenção aos outros e às suas necessidades e não há oração verdadeira ou autêntica expressão do amor a Deus, sem sincera atenção aos outros, porque o amor a Deus e ao próximo são inseparáveis., e não podemos ignorar quem está ao nosso lado”, alertou. A Igreja Católica promove hoje uma jornada mundial de oração e jejum pela paz, convocada pelo Papa Francisco, para pedir o fim da guerra na Ucrânia, e assim “é um dia em que por amor aos nossos irmãos, afetados pela guerra, somos convidados a rezar intensamente e a fazer práticas penitenciais”. A mensagem de Fátima por seu turno “oferece-nos um estímulo renovado para uma vivência mais intensa deste tempo favorável. A partir desta quarta-feira, com o início da Quaresma, existirão algumas alterações nos horários do Santuário. Hoje, dia de jejum e abstinência far-se-á na Capela do Santíssimo Sacramento, ainda, a oração de Vésperas, às 17h30. No dia 4 de março, e durante toda a Quaresma, às 14h00, realiza-se a Via-Sacra na Colunata. Neste período, o Santuário disponibilizará também uma Via-Sacra Virtual a ser transmitida nos meios digitais do Santuário- Youtube e Facebook. No dia 6 de março, domingo, e durante todos os domingos da Quaresma, às 14h00, realiza-se a Via-Sacra no Recinto de Oração, pelo que não haverá o Rosário das 14h00, na Capelinha das Aparições. Nesta Quaresma e face ao alívio das principais restrições impostas na esmagadora maioria das atividades sociais, o santuário acompanha as orientações da Conferência Episcopal para a celebração do culto, mantendo a recomendação de um distanciamento responsável entre as pessoas que não integrem o mesmo agregado familiar e do uso de máscaras para todos, sobretudo nos espaços fechados ou com muita gente. A Comunhão continua a ser ministrada apenas na mão dos fiéis e o regresso da saudação da paz que deve ser apenas de vénia ou inclinação, sem contacto físico. Mantém-se a sinalética, que deve ser respeitada, com as recomendações gerais sobre os cuidados a observar relativas ao Covid-19 e mantém-se a sinalética para observância dos sentidos de entrada e saída, disponibilizando-se também solução alcoólica em todas as entradas. Não sendo obrigatório o uso de máscara em espaços ao ar livre, recomenda-se, no entanto, a utilização nos locais com múltiplas pessoas como o Interior da Capelinha e o Queimador das Velas. Para mais informações consultar www.fatima.pt |