30 de março, 2015


Foram muitas as pessoas que se quiseram juntar à celebração do Domingo de Ramos, no Santuário de Fátima, no dia 29 de março de 2015.
A celebração deste dia, começou pelas 10:00, na Capelinha das Aparições, onde se rezou o terço, a que presidiu o padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima.
Após a recitação do terço, realizou-se a procissão e bênção dos Ramos e a Eucaristia, no Recinto de oração.
Na homilia desse dia, o bispo da Diocese de Leiria-Fátima, D. António Marto, deixou um apelo a todos os que ali se encontravam: “Levai isto gravado na memória e no coração. Que posso fazer por ti Senhor, que fizeste tanto por mim?”
Lembra-nos D. António que, ao celebrar a procissão e a bênção dos Ramos, nos juntamos hoje à multidão dos discípulos que acolheram Jesus em Jerusalém e o aclamaram como rei da mansidão e do amor, que, ao contrário, dos poderosos, não vem acompanhado por uma corte ou uma escolta de exércitos, mas vem só e montado num jumentinho. Este Jesus que entrou em Jerusalém quer entrar também nas nossas casas, nas nossas famílias, no nosso mundo, para isso somos convidados a perguntarmo-nos: “Quero abrir-lhe a porta do meu coração? Quero acolhê-lo como Senhor e Salvador da minha vida? Quero levar para a minha casa e para o mundo a paz, a sua paz, simbolizada nos ramos da Oliveira ou da Palmeira?”
Ao ouvirmos o relato da Paixão de Jesus, parece que estamos a ouvir “a narração das contradições, das maldades, das lágrimas e do sofrimento dos homens de cada geração”, mas não é esta a intenção da narração da Paixão de Jesus, esta é um convite a “ir às fontes do amor junto à cruz do Senhor, à cruz de Cristo que nos sustenta e nos salva. Poderíamos dizer que as grandes obras do amor, eu diria mais, as grandes revoluções do amor nasceram e continuam a nascer junto à cruz de Cristo”, refere D. António Marto.  
O bispo de Leiria-Fátima, apresenta-nos depois vários exemplos de pessoas que viveram e testemunharam com a sua vida este amor a Jesus, passando por S. Paulo, S. Agostinho, S. Francisco de Assis, S. Vicente de Paulo, o padre Maximiliano Kolbe, Madre Teresa de Calcutá, S. João Paulo II e, nos nossos dias, o nosso querido papa Francisco “que com gestos e palavras nos surpreende em cada dia, nos impele e nos chama a levar o amor às periferias, aos mais necessitados, aos excluídos. E em tempos de crise económica e falta de trabalho nos adverte de uma maneira acutilante, dizendo: «Se uma pessoa não pode levar o pão de cada dia à família, sente-se humilhado na sua dignidade»”.
Para além de todos estes exemplos conhecidos e reconhecidos internacionalmente, D. António Marto, não deixou de referir “tantos homens e tantas mulheres que nas mais variadas partes do mundo oferecem um testemunho luminoso até ao martírio. Homens e mulheres que nestes nossos dias são presos, torturados, condenados, mortos, só porque são crentes ou porque se empenham em favor da justiça e da paz. Homens e mulheres que não se envergonham da cruz de Cristo”. Para ilustrar isto mesmo, contou a história de um ministro paquistanês, que em 2011 foi morto por causa da sua fé.
Antes de terminar a sua homilia, D. António Marto fez-se eco do papa Francisco, apelando à solidariedade de todos para com os cristãos perseguidos. Para que a perseguição possa acabar e que possamos viver em paz.
D. António Marto terminou a sua homilia deixando o apelo: “Meus caros irmãos e irmãs, disse-vos no início que ao ouvir a narração da Paixão e depois de ver o exemplo vivo de homens e mulheres cristãos que vivem este amor apaixonado, nós não podemos ficar como expectadores neutrais, por isso cada um diante do cruxificado e da sua cruz deve perguntar-se: Que posso fazer por Ti, Senhor, que fizeste tanto por mim?”
Sandra Dantas
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