13 de março, 2016

 

 

Professor de Liturgia desafia cristãos a “recentrar” o essencial da Festa em Cristo

Pe Luís Pereira da Silva foi o quarto conferencista do ciclo sobre o tema do ano no Santuário de Fátima

 

A Igreja precisa de “dar sinais de festa, de vivê-los e de os valorizar” não com “espalhafato” mas com a “serenidade própria que eles merecem” disse este domingo o Pe Luís Manuel Pereira da Silva, Professor de liturgia da Universidade Católica Portuguesa, durante a conferência que proferiu na Casa de Nossa Senhora das Dores, em Fátima.

O sacerdote que se deslocou à Cova da Iria a convite do Santuário, para participar na quarta conferência do ciclo de conferências sobre o tema do ano- “Eu vim para que tenham vida”- falou sobre o sentido da Festa, com uma apresentação intitulada “Alegremo-nos e façamos festa”.

O pe Luís Manuel Pereira da Silva começou por fazer uma abordagem sociológica ao conceito de festa e aos “desvios” que o termo tem ganho na sociedade contemporânea para sublinhar quatros aspetos fundamentais com vista a recentrar a ideia de festa “enquanto encontro com Jesus”.

O primeiro aspecto prende-se com os valores – “só vive a festa quem tem valores”- ; o segundo tem a ver com a vivência comunitária- “A festa só tem sentido se dela irradiar e se fortalecer uma vivência comunitária”-;  o terceiro diz respeito ao ser – “ a festa deve levar-nos à essência do ser”- e , finalmente, o quarto aspecto, que aponta para a festa “como uma afirmação da vida”.

“Só há verdadeira festa se o homem a partir dela se puder encontrar consigo, com os outros e com Deus” referiu o sacerdote , que é cónego na Sé Patriarcal de Lisboa.

“Se ela não se traduz numa valorização do ser em vez do ter, do encontro em vez do estar, será sempre um simulacro e nunca uma verdadeira festa”, referiu ainda.

Na sua intervenção não poupou críticas à igreja por estar, “de certa forma” a alimentar esta ideia de festa e deixou como exemplo disso a organização das festas dos padroeiros “cada vez mais profissionalizadas e menos comunitárias” .

O professor de Liturgia deixou ainda um convite aos cristãos para que se inspirem no essencial da festa cristã para recentrar a “verdadeira festa em Cristo”.

“O povo de Deus celebra acontecimentos; nós não celebramos festas ideológicas e por isso as nossas festas, assentes em episódios da salvação, têm de ser valorizadas” disse o sacerdote lembrando que “não podemos ser nós os primeiros a desvirtuá-las”.

“Devemos fazer festa como se estivéssemos sempre num domingo de manhã de Páscoa”, concluiu.

A primeira conferência deste ciclo sobre o tema do ano – “Eu vim para que tenham vida”-  realizou-se dia 13 de dezembro e teve como orador o diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, João Duarte Lourenço, que apresentou o tema “O meu espírito alegra-se em Deus, meu Salvador”, numa reflexão a partir do Magnificat. A segunda comunicação teve lugar no passado dia 11 de janeiro pelo teólogo Pedro Valinho Gomes com o título “Em vós está a fonte da vida” e cujo ponto de partida foi a parábola de Jeremias- Jr 2,13-, em que o povo abandona as nascentes de águas vivas para construir cisternas rotas. A terceira conferência foi no dia 14 de fevereiro e teve como conferencista Alexandre Palma, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa.

A quinta e última conferência realiza-se no dia 10 de abril e será proferida pelo Pe Manuel Morujão sob o tema “Quem perder a sua vida... salvá-la-á”.

A entrada é livre e aberta ao público em geral.

CR

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