02 de agosto, 2020
Primeiro domingo de agosto marcado pelo regresso de milhares de peregrinos a FátimaMissa dominical no Recinto de Oração foi um dos momentos mais participados neste contexto de pandemia
A compaixão e a partilha constituem o verdadeiro antídoto contra a ditadura da indiferença e o egoísmo que marcam os nossos dias, afirmou esta manhã o Reitor do Santuário de Fátima na homilia da Missa a que presidiu, no Recinto de Oração. Diante de uma “numerosa assembleia”, composta por milhares de pessoas, no respeito pelas regras sanitárias em vigor- uso de máscara e distanciamento social-, o padre Carlos Cabecinhas partiu do relato evangélico do milagre da multiplicação dos pães, para enfatizar que a lógica de Deus, proposta aos cristãos, e da qual os santos Pastorinhos são um modelo, é a lógica da “compaixão e da partilha”. “A lógica de cada um por si, que compreendemos muito bem porque é sedutora, sobretudo quando nós temos o necessário, que é apenas outra forma de dizer egoísmo, que se manifesta na indiferença perante os outros, é a lógica que Jesus rejeita” afirmou. “O que Ele faz é potenciar a partilha e uma vez partilhado o pouco alimento é multiplicado”, esclareceu. A intervenção, que ligou a Eucaristia ao pão diário, necessário para a vida terrena, desafiou os peregrinos presentes na Cova da Iria, e os peregrinos que seguiam a celebração pelos meios de comunicação social e digital, a olhar para o milagre da multiplicação dos pães e a fazer dele um desafio de vida. “Este milagre está ao nosso alcance: gostaríamos que Deus viesse resolver de forma imediata, fácil e indolor, os problemas que nos afligem. Ma este não é o modo de agir de Deus; Ele continua a realizar estes milagres mas fá-lo através de nós” adiantou o sacerdote. “O milagre da multiplicação dos pães acontece sempre quando, como Jesus, nos compadecemos e partilhamos” afirmou ao referir que “não é um facto extraordinário de há dois mil anos; pode acontecer hoje, de cada vez que vencemos a indiferença e vamos ao encontro dos outros”. “Como Ele é necessário que nos deixemos tocar e compadecer pelo sofrimento dos outros”, destacou o reitor do Santuário. “Este é o sentimento que encontramos nos Pastorinhos de Fátima: a compaixão diante dos pecadores mas também pelos mais pobres e, por isso, a disposição para partilhar com eles o pouco que tinham. Eram crianças pobres mas partilhavam o pouco que tinham", esclareceu o padre Carlos Cabecinhas. O sacerdote terminou a homilia com uma prece: “ À imagem dos Pastorinhos tornemos o nosso coração atento às necessidade dos que nos cercam e dispúnhamo-nos à partilha para que , por meio de nós, o Senhor possa multiplicar os pães e saciar a forme de todos”. Este primeiro domingo de agosto foi, porventura o primeiro momento deste ano, em contexto de pandemia, a registar a afluência de milhares de peregrinos à Cova da Iria. Recorde-se que nos próximos dias 12 e 13 o Santuário viverá a Peregrinação Internacional Aniversária de agosto, que celebra a quarta aparição de Nossa Senhora, uma peregrinação também conhecida como a Peregrinação dos Migrantes e Refugiados. Em ordem à sua preparação, a partir da próxima quinta-feira, dia 6 de agosto, o Santuário propõe um itinerário de aprofundamento espiritual, em oito passos, de forma a preparar a participação efetiva dos peregrinos neste momento tão especial, mantendo as precauções que o atual contexto sanitário impõe. Os textos e os podcasts serão disponibilizados diariamente, de manhã, em www.fatima.pt.
|