13 de outubro, 2019
“Precisamos de dar meia-volta e dar graças a Deus”, diz D. Andrew YeomNa homilia da Missa Internacional Aniversária, o arcebispo de Seul apresentou a oração, a Eucaristia e a evangelização como expressões de agradecimento a Deus pela dádiva da salvação.
Esta manhã, na homilia da Missa Internacional Aniversária de outubro, o cardeal D. Andrew Yeom Soo-jung, arcebispo de Seul, que presidiu às celebrações da Peregrinação de outubro, salientou a importância do louvor a Deus e apresentou a oração, a Eucaristia e a evangelização como expressões de agradecimento pela “dádiva da salvação”. “No Evangelho, ouvimos a narrativa de São Lucas acerca da cura dos dez leprosos. Estes leprosos gritaram a oração que deveria ecoar no nosso coração: ‘Jesus, Mestre, tem compaixão de nós’. Como reagimos a esta dádiva de uma nova vida? Nós fomos perdoados. A nossa lepra foi purificada. Precisamos de seguir o exemplo de Naamã e do leproso samaritano. Precisamos de dar meia-volta e dar graças a Deus.” Ao evocar o Milagre do Sol, ocorrido na Aparição de 13 de outubro de 1917, como sinal da intervenção de Deus “nas leis da natureza e lutar contra o Mal”, o prelado apresentou os ensinamentos da Bíblia e o acontecimento de Fátima como garantia da presença inequívoca de Deus na vida de cada Homem. “As aparições de Nossa Senhora em Fátima dizem-nos que, apesar das dificuldades, nunca estamos sós. Aprendemos que, se as dificuldades existem, Nosso Senhor e Nossa Senhora estarão presentes para nos ajudarem nas nossas necessidades. Não nos esqueçamos de que na nossa Santa Mãe encontramos a ajuda e o apoio necessários para enfrentarmos os muitos desafios que inevitavelmente enfrentamos enquanto seres humanos”, garantiu. Tomando como exemplo o fiat de Maria: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segunda a vossa palavra” – que foi tema da última Jornada Mundial da Juventude, no Panamá –, o cardeal sul-coreano exortou os peregrinos a responder com “humildade, confiança e coragem” às graças, bênçãos e misericórdia com que Deus reconforta a humanidade. Ao perspetivar a Jornada Mundial da Juventude de 2022, em Lisboa, como uma ocasião para “proporcionar aos jovens uma visão de um mundo melhor e encorajá-los a encarnar Cristo no nosso tempo”, o arcebispo de Seul incentivou a assembleia a participar naquele encontro, pedindo, no final da homilia, a oração pela paz e reconciliação das Coreias.
“Voltar-se para Deus no sofrimento salva, diz Fátima”Na palavra dirigida aos doentes, durante o momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento, o padre José Nuno Silva, capelão do Santuário de Fátima, apresentou o acontecimento de Fátima como a resposta compassiva de Deus ao sofrimento humano. “Quem não conhece a sensação íntima de sofrimento que faz o coração lançar-se para Deus: ‘tem compaixão de nós, tem compaixão de mim?’ Quando Deus aconteceu maternalmente em Fátima, nas aparições da Sua e nossa Mãe, veio responder a esta prece: ‘tem compaixão de nós’. A todos, a cada um, ele quer oferecer a experiência de se sentir salvo no seu sofrimento”, garantiu o sacerdote, que apersentou Deus como lugar certo para recorrer no sofrimento, estabelecendo um paralelo com o episódio da cura dos leprosos, narrado no Evangelho. “Ainda que não vejamos a cura, somos salvos, como atesta a resposta que Jesus deu ao único leproso que se voltou para ele não apenas para suplicar mas para agradecer. Voltar-se para Deus no sofrimento – eis o que salva e nos permite sentir a salvação: voltar-se para Deus no sofrimento”, disse, identificando Fátima como lugar que “ensina a voltarmo-nos para Deus” “Voltar-se para Deus no sofrimento salva, diz Fátima. E não salva apenas o que sofre. Aprendemo-lo com São Francisco e Santa Jacinta Marto. Ofereceram-se a Deus e transformaram cada sofrimento num ato missionário. (…) Sem saírem de Fátima, como Santa Teresinha sem sair do carmelo e no entanto proclamada padroeira das missões, foram missionários universais no sofrimento e pelo sofrimento.” Ao lembrar o mês de outubro dedicado às missões, o sacerdote desafiou os doentes a participar na missão da Igreja, apesar da doença. “A doença coloca-vos na fonte e no coração da missão da igreja: no sofrimento, podeis escolher ser páscoa, podeis decidir viver em Páscoa e podeis voluntariamente anunciar a Páscoa, com a autoridade das testemunhas, que só o sofrimento oferecido dá”, explicou, exortando os doentes que recebiam a bênção do Santíssimo Sacramento a “transformar o sofrimento em ato de amor missionário para a salvação da humanidade”.
Peregrinos de várias nacionalidades participaram na Peregrinação. Fátima é conforto para o povo CoreanoO bispo de Leiria-Fátima, cardeal D. António Marto deixou a última palavra enaltecendo a coragem e a fé dos peregrinos de várias nacionalidades que, apesar do frio e da chuva, encheram o Recinto de Oração. O prelado agradeceu a presença do cardeal D. Andrew Yeom Soo-jung, e elogiou o testemunho “belo” de fé que o povo coreano tem dado ao longo da sua caminhada em Igreja, destacando o papel que Nossa Senhora de Fátima tem assumido como fonte de conforto neste percurso de fé. “No meio das provações, o povo cristão da Coreia encontrou apoio, ajuda e conforto na Santa Mãe Celeste e na Mensagem de Fátima” D. António Marto enviou uma saudação final aos peregrinos, em especial aos doentes ali presentes, a quem se uniu espiritualmente em oração. A Missa Internacional Aniversária de outubro, que encerra o ciclo das grandes peregrinações de 2019, foi concelebrada por 2 cardeais, 11 bispos e 232 presbíteros. |