Portugal nunca “se entendeu” sem Nossa Senhora, diz cardeal-patriarca de Lisboa
D. Manuel Clemente preside à missa da peregrinação aniversária e convida a rezar por refugiados e desempregados
O cardeal-patriarca de Lisboa convidou hoje os peregrinos presentes em Fátima, para as celebrações do 13 de maio, a rezar pelos refugiados e desempregados, sublinhando a importância de Nossa Senhora.
“Estando nós em tempo de grandes indefinições culturais, lembro tão-somente que Portugal nunca se entendeu sem Santa Maria, cuja ‘terra’ é. E adianto ainda que só por grande distração ou preconceito não se notará o que aqui sucede há um século quase, neste chão bendito da Cova da Iria”, frisou.
D. Manuel Clemente disse que em Fátima há “um coração em que cabem e se sublimam os de todas as mães” e por isso, “talvez seja esse o maior ‘segredo’ de Fátima. E assim mesmo atrai, assim mesmo perdura”, prosseguiu.
Na homilia da Missa a que presidiu na Cova da Iria, durante a peregrinação internacional aniversária, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa recordou as “variadas situações da vida e dos povos” pelas quais se reza em Fátima, “por sãos e enfermos, sós ou sem trabalho, vítimas e refugiados”.
O cardeal-patriarca sustentou que as entidades políticas devem servir “o bem comum”, em respeito pelas “legítimas escolhas de cada um”.
“Porque solidariedade sem subsidiariedade, não o é de facto. É neste ponto que culto, cultura e sociedade se devem harmonizar, mesmo e sobretudo em sociedades plurais e democráticas, como quer ser a nossa”, sublinhou.
A este propósito citou São João Paulo II, que visitou por três vezes Fátima, para lembrar as “forças desagregadoras a nível ideológico e prático” que ameaçam a família.
Imediatamente após a homilia proferida pelo cardeal-patriarca os inúmeros peregrinos presentes na esplanada do Recinto de Oração- 180 mil- acolheram a imagem da Virgem Peregrina de Fátima que termina assim uma peregrinação pelas 21 dioceses portuguesas, durante os últimos 12 meses.
Na oração que assinalou o encerramento da visita, 22 631 quilómetros depois, o bispo de Leiria-Fátima disse que a passagem da Imagem Peregrina pelas comunidades católicas do país foi sinal da “presença amorosa de Deus que continua a vir ao encontro do ser humano”.´
“Guiaste os bispos, presbíteros e diáconos de cada igreja particular, foste alento de todos os consagrados, a alma de cada família e a alegria dos agentes da pastoral; foste conselho dos que governam e dos que trabalham pela paz e olhaste para a condição dos que, nas periferias, vivem as dificuldades do mundo contemporâneo”, referiu D. António Marto.
“A tua Imagem branca, coroada e luminosa, transportou nas mãos os mistérios de Cristo Redentor que queremos viver e anunciar”, acrescentou o também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, exaltando ainda Maria como “mulher peregrina” que passa às pessoas “o modelo da missão e o ardor da Caridade”.
A Imagem Peregrina foi transportada num veículo automóvel ao longo do corredor central da esplanada do Santuário de Fátima, sendo saudada pelos presentes com palmas e os tradicionais lenços brancos, antes de regressar à Basílica de Nossa Senhora do Rosário.
No final da celebração, antes da habitual procissão do adeus, vai decorrer também a cerimónia da consagração das dioceses portuguesas a Nossa Senhora de Fátima, com a participação de todos os bispos.
Participam nesta peregrinação internacional aniversária 177 grupos de peregrinos dos cinco continentes; 95 grupos são portugueses; 340 sacerdotes; 38 bispos e um cardeal. Está igualmente presente nesta peregrinação o Núncio Apostólico em Portugal, D. Rino Passigato.
HOMILIA 12 de maio
HOMILIA 13 de maio
ORAÇÃO DE ACOLHIMENTO À IMAGEM PEREGRINA
ORAÇÃO DE CONSAGRAÇÃO DAS DIOCESES
PALAVRA AO DOENTE
CR
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