13 de julho, 2019

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Peregrinos de Fátima desafiados a serem “instrumentos” do amor “consolador” de Deus junto dos mais próximos

Bispo auxiliar de Lisboa presidiu à Missa Internacional da Peregrinação de julho, em Fátima, que evoca a terceira aparição de Nossa Senhora

 

O bispo auxiliar de Lisboa, D. Daniel Henriques, desafiou os peregrinos presentes no Recinto do Santuário de Fátima a serem “instrumentos” do amor “consolador” de Deus junto dos mais próximos.

O prelado que presidiu à Peregrinação Internacional Aniversária de julho, que evoca a memória da terceira aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, em julho de 1917, afirmou que diante do “vazio asfixiante”, do “frenesim alienante” e da “aridez estéril de tantos dos nossos dias, consumidos em trabalho e lutas sem fim”, os cristãos devem deixar-se contagiar pelo amor de Deus e levá-lo aos mais próximos, tornando-se “fonte de consolação”.

“As consolações de Deus não se esgotam em nós próprios. É a própria consolação de Deus que, através de nós, deve iluminar e confortar o coração de quantos se encontram atribulados” afirmou D. Daniel Henriques durante a homilia da Missa Internacional que precede o encerramento da peregrinação de julho, que faz memória da terceira aparição, na qual, segundo o relato da vidente Lúcia, Nossa Senhora fez um pedido insistente de oração, penitência e conversão aos pastorinhos em ordem à Paz no mundo, e lhes ofereceu o Seu Imaculado Coração como refúgio e caminho para Deus.

A partir da liturgia deste dia, o prelado citou São Paulo para confirmar a certeza da presença permanente do amor de Deus, mesmo nos momentos das maiores tribulações da vida.

“Quem não experimentou já as sombrias horas de tribulação e de angústia?! Quem não sentiu já o seu coração envolto em tristeza e ansiedade? É esta a nossa condição humana: se vivemos momentos de serenos de tranquilidade, recordamos que nem sempre assim estivemos e bem sabemos que uma cortina negra como breu pode cair, repentina, sobre a nossa vida e de quantos nos são próximos”, acrescentou.

“Nesses momentos, sem sabermos como, sentimo-nos habitados por uma paz que tem a sua origem, não na supressão dos problemas nem em qualquer discernimento racional, mas numa presença consoladora e inefável, que nos fez sentir como uma criança ao colo da mãe”, prosseguiu.

“Este conforto nos vem, na medida em que nos soubermos associar aos sofrimentos de Cristo. Participar nos seus sofrimentos é participar das suas consolações. Associemo-nos aos sofrimentos de Cristo no seu Corpo, que é a Igreja, no sofrimento que Ele padece nos seus membros. Acolhamos a consolação da parte de Deus que nos vem por esta entrega. Assim consolados, tornemo-nos nós também consoladores, em palavras e gestos concretos carregados de ternura e compaixão”, concluiu deixando uma garantia: “O Senhor nos promete uma vida feliz, bem-aventurada, se soubermos abraçar como missão e vocação tanto daquilo que o mundo rejeita como infortúnio e maldição, se soubermos acolher os contextos penosos e difíceis, abraçando-os e vivendo-os com amor”.

Nesta celebração foi, ainda, dirigida uma palavra aos doentes participantes na Eucaristia e, nessa altura, a médica Patrícia Bernardino lembrou a importância de cada um, que se encontra numa situação de fragilidade, ter a certeza do amor de Deus “que a todos oferece consolo e ternura”.

“Mesmo nos tempos de maior fragilidade e sem aparente sentido, se descobrimos que somos amados e cuidados pessoalmente por Jesus, a esperança e a paz podem renascer no silêncio do nosso coração” disse a médica missionária.

“Quando aceitamos o convite a permanecer com Ele, as nossas vidas podem ser verdadeiramente livres, profundamente alegres, cheias de sentido e valor, como dão testemunho as vidas dos Pastorinhos” acrescentou, ainda.

“Jesus ama-nos também a nós, até à totalidade do que somos, ama-nos como somos, na inteireza da nossa natureza frágil, imperfeita e sempre incompleta” esclareceu, lembrando que tal como no dia 13 de julho de 1917, Nossa Senhora revelou aos Pastorinhos “como Deus olha e se compadece do nosso mundo ferido e renova o convite da entrega total da vida a Deus, como caminho do Coração que repara e colabora na transformação orante da realidade” também hoje, “somos introduzidos na mesma missão de Jesus, somos amados para amar, para consolar a Deus e fazer nosso o Seu olhar compadecido para com todos os nossos irmãos”.

Participaram nas celebrações de Fátima, neste mês de julho, 72 grupos de peregrinos, oriundos de: Portugal, Espanha, França, Itália, Polónia, Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Áustria, Hungria, Malta, Brasil, Colômbia, Estados Unidos da América, Líbano, Costa do Marfim, Ilhas Maurícias, Coreia do Sul e Filipinas. Além dos grupos inscritos, participou nesta celebração de sábado um grupo de cerca de 100 tripulantes do Navio Amerigo Vespucci da Marinha Italiana, acompanhados pelo capelão do navio, D. Pietro Folino Gallo e concelebraram 110 sacerdotes e 7 bispos. 

 

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