06 de dezembro, 2022

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Peregrinação da Imagem Peregrina ao Cáucaso chegou ao fim

Reitor do Santuário concelebrou a cerimónia de adeus à Virgem de Fátima na capital da Geórgia.

Concluiu-se no passado dia 5 de novembro, na Catedral da Assunção da Virgem Santa Maria, em Tiblissi, a primeira peregrinação de uma Imagem da Virgem Peregrina de Fátima ao Cáucaso, durante a qual visitou o Azerbaijão, a Arménia e a Geórgia, especialmente o sul desta antiga república soviética.

“Com esta celebração, conclui-se a primeira peregrinação da Imagem de Nossa Senhora de Fátima pelos países do Cáucaso” afirmou o reitor do Santuário de Fátima, na homilia da Missa presidida pelo Núncio Apostólico da Santa Sé, Monsenhor José Avelino Bettencourt, promotor desta peregrinação simbólica.

“A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima é a grande embaixadora da mensagem de Fátima: a sua passagem oferece-nos sempre a oportunidade de expressarmos a nossa devoção a Nossa Senhora e a nossa confiança na sua poderosa intercessão” referiu o padre Carlos Cabecinhas aos peregrinos que participaram nesta despedida da Imagem.

“A vinda da Imagem Peregrina do Santuário de Fátima cria uma corrente de oração, unindo os crentes das terras visitadas aos peregrinos do Santuário, que ali acorrem vindos de todo o mundo, e chama a atenção para a atualidade e premência das exortações que Nossa Senhora nos deixou, em Fátima” enfatizou o responsável pelo Santuário que se deslocou à Geórgia para acompanhar a fase final desta peregrinação, que se revestiu de grande significado para o Santuário.

“A mensagem de Fátima é uma mensagem de confiança e de esperança” lembrou ao fazer a ligação com a liturgia proclamada este sábado, que nos fala de uma boda em Caná, onde Maria, mãe de Jesus se assume como mediadora e Jesus como Aquele que transforma a vida de cada um.

Mais importante do que a transformação da água em vinho é o “significado deste gesto”, referiu o padre Carlos Cabecinhas, pois é “Ele que pode transformar a nossa vida e enchê-la de alegria e das bênçãos de Deus”.

“Jesus quer mostra-nos que Se faz presente na nossa vida para a transformar, para lhe dar sentido pleno, para alimentar a nossa esperança, mesmo nos momentos mais difíceis. E aqui reside o motivo da alegria: sabermos que Ele não nos abandona nas dificuldades. E esta é uma alegria que ninguém nos pode tirar”, referiu o sacerdote.

Por outro lado, refere, tal como nas bodas de Caná Maria apresenta-se como a intercessora, também em Fátima “foi isso que aconteceu”.

“Nossa Senhora, dando-se conta dos dramas do mundo em que vivemos e das nossas dores, veio ao nosso encontro” sublinhou destacando que “ao longo dos séculos, tem sido esta certeza a animar os cristãos que, nos momentos de dificuldade recorrem confiantes à intercessão de Maria”, disse ainda.

“Diante do drama e do horror da guerra, Nossa Senhora pede que rezemos. E agora que a guerra regressou às nossas portas, importa recordar o pedido de Nossa Senhora logo na primeira aparição, em maio de 1917: `Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra´. De facto, o terço é, por excelência, a oração da paz! Rezamos pela paz, porque acreditamos na força da oração”, disse ainda.

“Rezamos pela paz porque acreditamos que a rainha da Paz não deixa de incessantemente, interceder por nós junto de Deus, para que Ele nos conceda a tão desejada paz para o mundo”, para a “igreja perseguida e martirizada”, bem como para o Santo Padre.

O responsável pelo Santuário de Fátima destacou ainda que além de intercessora, Maria é um modelo para todos pela sua disponibilidade para Deus.

“Assim como exortou os serventes, nas Bodas de Caná, assim nos desafia, hoje, a fazermos tudo quanto Jesus disser. Hoje, é a nós que Maria diz: `fazei tudo o que Jesus Cristo vos disser´. Com Maria, aprendemos a disponibilidade para Deus. Na Anunciação, a sua resposta foi sem reservas: `Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra´. É a esta disponibilidade, que Ela viveu de modo exemplar, que hoje nos exorta, como nos exortou também em Fátima, ao convidar-nos a oferecermo-nos a Deus”, concluiu lembrando, a este propósito, o exemplo dos Santos Pastorinhos, Francisco e Jacinta Marto e da Serva de Deus Lúcia de Jesus.

“Isto mostra-nos a atualidade da mensagem de Fátima, que não é senão a atualidade do Evangelho, para o qual a mensagem de Fátima sempre nos envia”, concluiu.

A Imagem nº7 da Virgem Peregrina de Fátima iniciou no passado dia 30 de setembro uma visita aos três países do Cáucaso.

No dia em que se assinalava o 6º aniversário do início da viagem do Papa Francisco a Tiblissi, na Geórgia, em 2016, a Virgem Peregrina de Fátima começava a primeira etapa da peregrinação com uma visita a uma pequena comunidade erguida a partir da mais recente igreja católica construída no país e que o Papa abriu como “Porta Santa” no ano santo da Misericórdia. A imagem nº 7 da Virgem Peregrina de Fátima esteve na Geórgia até dia 14 de outubro. O programa prosseguiu no Azerbaijão entre 15 e 20 de outubro, concentrando-se em Baku, na paróquia católica e nas comunidades religiosas salesianas e irmãs da Caridade.

A viagem à Arménia começou a 21 de outubro, em Yerevan, com uma Vigília no pavilhão da Escola de Mkhitaryan e terminou no dia 30 de outubro, altura em que regressou à Geórgia, a onde permaneceu nas comunidades do sul até hoje.

Esta viagem inédita, a pedido do núncio apostólico da Santa Sé, D. José Avelino Bettencourt, esteve prevista para 2021, mas devido à pandemia foi adiada.

A peregrinação teve uma intenção especifica “de reconciliação e de paz”, numa zona onde permanecem vários conflitos, alguns reacesos já este ano, que ameaçam a estabilidade e a segurança de toda a região.

“Rezemos pela paz de mente e de espírito com Deus e com o próximo durante este tempo de bênção” referiu D. José Avelino Bettencourt.

O Papa Francisco enviou uma mensagem de felicitação à comunidade católica do Cáucaso, desejando que a visita da Imagem Peregrina seja vivida com um verdadeiro sentido de fé, e que todas as famílias possam com ela crescer na fé, na caridade, no perdão e no acolhimento recíproco.
Francisco pede ainda que rezem por ele e pelo seu ministério petrino e envia uma bênção apostólica.

A mensagem, além da fotografia do próprio, tem a sua assinatura.

A organização desta peregrinação simbólica ofereceu ao Santuário um Ícone alusivo a Nossa Senhora de Fátima, feito em esmalte pintado sobre madeira, como é típico desta zona do globo.

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