13 de maio, 2024
"Para evangelizar, o Senhor só nos pede oração, santidade e comunhão"Cardeal José Omella deixou apelos à oração e ao sacrifício, em prol da paz, neste último dia da Peregrinação de 12 e 13 de maio.
Milhares de peregrinos participaram, esta manhã, na missa que encerrou a Peregrinação Internacional Aniversária de Maio, na qual o arcebispo de Barcelona apelou à oração e ao sacrifício como caminhos para a paz, ao trazer à memória as guerras que assolam o mundo. Admitindo-se comovido pela multidão de peregrinos que, apesar do tempo instável, se fez presente na Cova da Iria, o cardeal José Omella optou por não seguir a reflexão que tinha preparada, mas antes “falar do coração” à assembleia. A partir do Evangelho proclamado e da mensagem que Nossa Senhora deixou aos Pastorinhos, há 107 anos, o arcebispo de Barcelona exortou os peregrinos à oração. “Como cristãos, não podemos perder essa grande virtude da oração, do diálogo de coração a coração com o Senhor, pessoal e comunitariamente”, afirmou, ao apresentar o Rosário e o Pai-Nosso como preces através das quais podemos “pedir pela conversão e por todo o mundo”. O presidente da celebração lembrou, depois, os conflitos no mundo atual, para os quais pediu a oração pela paz e o sacrifício. “Peçamos a paz na Ucrânia, na Rússia, na Terra Santa, em África, na América e na Ásia. São muitos os países que querem a paz, tal como nos pede o Papa, quando nos alerta para uma ‘guerra mundial aos pedaços’”, concretizou. Relembrando o apelo que o Santo Padre faz à evangelização, no âmbito do Sínodo da Igreja, o presidente da Peregrinação desafiou ainda os peregrinos a serem missionários, através da comunhão fraterna. “A missão é um trabalho de toda a Igreja. Para evangelizar, o Senhor conta contigo e comigo, e só nos pede oração, santidade e comunhão”, sintetizou, ao sublinhar a importância da unidade da Igreja em redor a Cristo, ao Papa e aos irmãos, em favor da paz. “Escutemos a voz de Maria, que hoje nos disse, tal como aos Pastorinhos, que conta connosco. Irmãos, ânimo! Vivamos com esperança! O Papa convocou-nos para o Jubileu da Esperança. Sejamos testemunho da esperança, através do nosso amor e da nossa entrega”, concluiu.
“Daqui, da Cova da Iria, apelamos à paz!”Na palavra ao doente, no momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento, a irmã Ângela Coelho, da Aliança de Santa Maria, perspetivou a dor e o sofrimento como portadores do amor e da esperança de Deus. “Viver a doença assim, em oferta e amor, é uma forma de reparar esta humanidade tão desfigurada pelo pecado e pelo ódio. É uma forma de colaborar para a paz no mundo”, assegurou a vice-postuladora da Causa da irmã Lúcia, ao lembrar a promessa da presença maternal que Nossa Senhora garantiu à vidente de Fátima. “Como nos conforta a certeza de que Nossa Senhora nos acompanha neste caminho, tecendo, com as suas mãos, a partir das nossas dores, o rosto de Jesus na nossa história, até nos tornarmos memória viva de Jesus e da sua forma de ser”. Na despedida, o bispo de Leiria-Fátima deixou também uma palavra aos “irmãos doentes”, aos quais garantiu a presença de Deus, especialmente neste momento de fragilidade. D. José Ornelas lembrou ainda as vítimas inocentes da "crueldade" dos conflitos no mundo, deixando um apelo assertivo à concórdia entre os povos. “Daqui, da Cova da Iria, apelamos à paz! É inconcebível para o coração de Deus e para um coração humano que isto esteja a acontecer no mundo”, disse, emocionado. O bispo de Leiria-Fátima lembrou também as vítimas dos desastres naturais no Brasil, apelando à solidariedade de todos. Aos peregrinos mais pequenos pediu oração e para olharem para Nossa Senhora e para o exemplo de entrega dos santos Pastorinhos. O prelado lembrou o apelo a “uma Igreja sem portas” que oSanto Padre deixou na última presença em Fátima, reforçando a importância de “uma Igreja presente, que cuide da fragilidade”. Ao presidente da celebração, D. José Ornelas agradeceu a presença "alegre e entusiasta" com que transmitiu a mensagem de esperança e de comunhão, em direção de uma Igreja sinodal. Por fim, saudou os peregrinos estrangeiros em língua italiana, inglesa e francesa, desejando a todos um bom regresso a casa. Homilia preparada pelo cardeal D. José Omella para a Missa de 13 de maio
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