02 de setembro, 2021

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“Para estudar Fátima é necessário alargar horizontes, pois não se pode compreender Fátima sem estudar quem se opôs”

A quinta visita temática à exposição temporária ‘Os rostos de Fátima: fisionomias de uma paisagem espiritual’, teve como ponto de partida os rostos que se opuseram à mensagem de Fátima

 

 

A quinta visita temática à exposição temporária ‘Os rostos de Fátima: fisionomias de uma paisagem espiritual’, teve como ponto de partida os rostos que se opuseram à mensagem de Fátima, ao longo do primeiro século das aparições

O arquivista do Departamento de Estudos da instituição, André Melícias, orientou este momento formativo.

“Para estudar Fátima é necessário alargar horizontes, pois não se pode compreender Fátima sem estudar quem se opôs”, começou por referir o arquivista.

André Melícias explicou que os jornais “foram o primeiro meio onde foram veiculadas críticas a Fátima, mais propriamente em julho de 1917”.

“O discurso político formal foi também uma área onde se percebe uma forte critica a Fátima”, acrescentou.

A oposição e a critica estiveram também presentes na literatura e no cinema, onde o “culto, as promessas e o papel de Fátima eram questionados”, bem como em cartoons.

“A fotografia conta uma história, e juntamente com alguns textos ganhou força narrativa de oposição”, esclareceu André Melícias, que falou ainda dos meios digitais, onde ainda hoje essa critica é visível em acontecimentos contemporâneos, e com argumentos que nem sempre estão de acordo com a realidade.

No entanto, a oposição também se manifestou por meios físicos, como aconteceu em março de 1922, quando a Capelinha das Aparições foi dinamitada.

Os rostos de críticos e opositores a Fátima, como Tomaz da Fonseca, João Ilharco, Édouard Dhanis, Proper Alfaric, Mário de Oliveira, mas também Artur de Oliveira Santos, administrador do concelho de Ourém responsável pela prisão dos pastorinhos em agosto de 1917, ocupam um dos espaços da exposição temporária dado o seu papel de relevo na tentativa de destruição da mensagem de Fátima, e foram referenciados nesta visita temática.

Este grupo de opositores a Fátima surge na primeira parte da exposição onde se apresentam nomes que contribuíram para a difusão da mensagem; para a construção e consolidação da ideia de Santuário, naquela que é a sua materialidade concreta e, também, os investigadores e artistas que ajudaram a aprofundar Fátima do ponto de vista teológico, cultural e artístico.

Este ano pastoral está ainda prevista mais uma visita temática, que será orientada pelo padre Carlos Cabecinhas, reitor do santuário, no dia 6 de outubro, com o tema ‘As celebrações de Fátima: rosto visível da comunidade orante’.

A exposição temporária ‘Rostos de Fátima: fisionomias de uma paisagem espiritual’ pode ser visitada diariamente até 15 de outubro de 2022, no Convivium de Santo Agostinho, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima. Até ao momento já visitaram a exposição 44989 pessoas.

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