09 de setembro, 2018

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“Papas peregrinos” foram recordados esta tarde na Basílica de Nossa Senhora do Rosário

Pe. Eduardo Caseiro foi o orador do IV Encontros na Basílica

 

A Basílica de Nossa Senhora do Rosário acolheu esta tarde o quarto de cinco “Encontros na Basílica”, agendados até novembro de 2018.

Inserido no programa do primeiro ano do triénio 2017-2020, com o tema “Tempo de Graça e misericórdia”, esta quarta palestra terá como tema “A mensagem dos Papas em Fátima” e como orador o padre Eduardo Caseiro.

Eduardo Domingues Caseiro é sacerdote da Diocese de Leiria-Fátima, ordenado no passado mês de abril. Frequentou o ano propedêutico no Seminário de Leiria e fez o restante percurso de formação nos seminários do Patriarcado de Lisboa, tendo simultaneamente frequentado e concluído o Mestrado Integrado em Teologia na Universidade Católica de Lisboa. Atualmente é coordenador do Serviço de Pastoral do Ensino Superior da Diocese de Leiria-Fátima e foi nomeado Vigário Paroquial das Paróquias de Azoia e Barosa.

“Fátima é hoje, sem margem para dúvidas, o altar do mundo”, começou por dizer o presbítero, justificando a afirmação com o facto de a Fátima chegarem peregrinos “vindos de todas as partes para se confiarem aos pés da Mãe do Céu”.

O Pe. Eduardo Caseiro explicou que “a esmagadora maioria destes peregrinos são anónimos”, são “homens e mulheres do nosso tempo, que carregam consigo as alegrias e as esperanças, mas também as tristezas e as angústias que pautam as suas vidas”.

Estas pessoas “vêm agradecer; vêm suplicar; vêm entregar as suas vidas, num gesto de carinho e humildade”.

No entanto, nem todos os peregrinos que passam pela Cova da Iria são desconhecidos, “há peregrinos que vieram à Cova da Iria sob a luz dos grandes holofotes por trazerem consigo toda a Igreja peregrina sobre a Terra”.

“Somos convidados a recordar a mensagem dos Papas em Fátima”, porque segundo o Pe. Eduardo Caseiro desde Paulo VI, todos os Papas vieram à Cova da Iria.

“Importa também ter em conta que, quando vêm a Fátima, os Papas vêm como peregrinos. Esta atitude tão bela e por nós tão querida. E é assim, vindo peregrinar a Fátima, que os Papas reconhecem a verdade do que aqui se passou e tomam como sua esta bela atitude que é a da peregrinação”.

Na opinião do sacerdote, a visita de um Sumo Pontífice “alarga o Dom de Fátima a toda a Igreja peregrina, porque eles têm a missão de a apascentar e quando vêm, vêm com ela”.

“Os Papas, desde Pio XI, manifestaram interesse pela mensagem deixada pela Virgem na Cova da Iria”, lembrou. 

No pontificado de Pio XII, nenhum Santo Padre veio a Fátima, mas foram emitidas mensagens em Português via rádio e em Português, aos peregrinos na Cova da Iria.

O Pe. Eduardo Caseiro recordou a Consagração do mundo ao Imaculado coração de Maria a 31 de Outubro de 1942; a coroação da imagem de Nossa Senhora a 13 de Maio de 1946; a rádio mensagem a 13 de Outubro de 1951 na conclusão das celebrações marianas neste santuário.

A primeira visita de um Papa, aconteceu a 13 de Maio de 1967. Paulo VI veio assinalar os 50 anos das aparições e os 25 da consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria.

“Vem para rezar pela paz na Igreja, neste tempo de renovação suscitado pelo Concílio, e pela paz no mundo, elevando, na Cova da Iria, as suas súplicas”, disse o sacerdote, lembrando que a mensagem que Paulo VI deixa em Fátima: “dar graças pelo dom de Fátima alimenta em nós a esperança de que Nossa Senhora está atenta às nossas súplicas e que podemos interceder pela Igreja e pelo mundo, sempre, mas conscientes do nosso dever como cristãos, agindo como tal”.

O Papa João Paulo II, foi o segundo Papa peregrino, em 1982. “Vem para agradecer à Virgem de Fátima a proteção pelo ataque que sofreu na praça de São Pedro, a 13 de maio de 1981, acerca do qual reteve uma convicção profunda de que devia a sua própria vida a Nossa Senhora de Fátima”.

Em 1984 “acaba mesmo por oferecer a bala que lhe atingiu o abdómen, como sinal desta gratidão, bala que desde 1989 esta incrustada na coroa da imagem da capelinha. A sua ligação estreita à Virgem Maria e, de forma especial, a sua devoção à Senhora do Rosário de Fátima faz com que este saudoso papa fique conhecido por o Papa de Fátima”.

João Paulo II pisa o solo da Cova da Iria pela segunda vez em 1991.

O Pe. Eduardo Caseiro recordou “a multidão inumerável de peregrinos com velas acesas e terço nas mãos”.  

“A 13 de maio de 2000, Francisco e Jacinta Marto são Beatificados”, na terceira vez que o “Papa polaco peregrina a Fátima”.

Esta visita aconteceu “por insistência pessoal, uma vez que, inicialmente, a celebração era para ter sido em Roma, no dia 9 de Abril. É nesta peregrinação que é revelada a terceira parte do Segredo de Fátima, pelo Secretário de Estado do Vaticano, Angelo Sodano, interpretado pelo Papa como estando ligado ao atentado que sofreu na praça de São Pedro e ao qual sobreviveu, segundo ele, por uma mão materna ter desviado a trajetória da bala”.

Foi nesta visita que o Papa João Paulo II tornou celebre a expressão «duas candeias que Deus acendeu para alumiar a humanidade nas suas horas mais sombrias e inquietas».

“De Francisco destaca a sua espiritualidade intensa, que se traduzia na oração assídua e fervorosa, de pendor místico. De Jacinta destaca a união à aflição de Nossa Senhora em que algum dos seus filhos se perca, oferecendo-se como vítima pelos pecadores e agradece-lhe os sacrifícios e orações oferecidas pelo Santo Padre”.

Bento XVI esteve em Fátima em 2010 «como um filho que vem visitar sua Mãe e o faz na companhia de uma multidão de irmãos e irmãs».

Eduardo Caseiro lembrou que para Bento XVI “o recinto não lhe era desconhecido e o conteúdo da mensagem de Fátima também não, pois já cá tinha estado a presidir às celebrações de 13 de outubro de 1996 e, como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, tinha estudado as aparições e a Mensagem de Fátima, escrevendo o comentário teológico às Aparições”.

A última visita Papal, aconteceu em 2017, em pleno Ano Jubilar do Centenário das Aparições de Fátima. Francisco esteve em Fátima a 12 e 13 de maio de 2017 “como peregrino na esperança e na paz e para presidir à canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto”.

A ligação a Fátima começou logo no ano da eleição, em 2013, quando pediu “aos Bispos Portugueses que consagrem o seu pontificado a Nossa Senhora, como o fizeram a 13 de maio de 2013, sendo que em Outubro, a imagem venerada na Capelinha foi a Roma para o encerramento da Jornada Mariana. Em 2016, na visita ad limina, diz aos Bispos Portugueses que deseja ir a Fátima”.

“«Temos Mãe!». Ainda hoje recordamos com emoção estas palavras do Papa Francisco durante a homilia da Missa da canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto”, lembrou o presbítero afirmando que Francisco chamou atenção “para o facto de Nossa Senhora ter vindo a Fátima, não para que a víssemos, para isso temos a eternidade inteira, se formos para o céu, mas para nos lembrar a Luz de Deus que nos habita e cobre”.

“Ao recordarmos a Mensagem dos Papas em Fátima, nasce em nós o desejo de dar graças por este dom e aumenta em nós a certeza da atualidade desta mensagem que, se não for assumida por nós, é estéril”, concluiu.

A comunicação terminou com uma Avé Maria a Nossa Senhora de Fátima.

A tarde formativa terminou com um recital de João Santos.

João Santos é licenciado em Música Sacra pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa - Porto, onde estudou com Luca Antoniotti (Órgão), Eugénio Amorim (Composição e Direção de Coros), Cesário Costa (Direção de Orquestra), Anselm Hartmann (Piano), entre outros.

Tem-se destacado nas áreas de Órgão e Composição, tanto a nível nacional, com o 2º prémio no Concurso Nacional de Órgão do Instituto Gregoriano de Lisboa, em 2007, como internacionalmente, contactando com célebres organistas como T. Jellema, W. Zerer, M. Bouvard, J. Janssen, F. Espinasse, O. Latry, D. Roth, L. Scandali, entre outros.

De 2010 a 2018, João Santos foi organista titular do Santuário de Fátima. É organista titular da Catedral de Leiria desde 2007.

O I Encontro na Basílica, a 14 de janeiro, teve como tema “Memória e Gratidão: atitudes crentes” e como orador o padre Joaquim Ganhão.

O II Encontro na Basílica, realizou-se a 11 de março, com a palestra “O reconhecimento eclesial das aparições de Fátima”, pelo padre João Paulo Quelhas.

O III Encontro na Basílica aconteceu a 3 de junho, sobre o tema “Graça e Misericórdia: as aparições de Pontevedra e Tuy”, por André Pereira.

O V Encontro na Basílica decorrerá a 11 de novembro e será subordinado ao tema “A imagem peregrina e o seu papel no anúncio da mensagem”, por Marco Daniel Duarte. O momento musical será com o Coro Polifónico Eborae Musica, sob a direção de Eduardo Martins.

 

 

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